segunda-feira, 7 de junho de 2010

Casa Nova, regras velhas

Durante bastante tempo, fui correspondente do jornal «Rostos» do Barreiro e tive oportunidade de fazer a cobertura de sessões das várias Câmaras de Setúbal e Assembleias Municipais.

Vem isto a propósito de me terem falado sobre a visita que foi feita ao novo edifício da Câmara (sim, um dos meus amigos) e me ter contado que reparou que na sala destinada às reuniões quinzenais, não havia (de novo) um espaço para os jornalistas.
É pena, que uma Câmara tão progressista, não consiga seguir o que é feito nos concelhos vizinhos.
Senão vejamos:
No Barreiro, em Palmela, na Moita e no Montijo, as salas onde decorrem as reuniões camarárias, além da sua simplicidade e de colocarem os vereadores e presidentes ao mesmo nível dos visitantes, sem «tronos», contam com uma mesa para os jornalistas.
Uma simples mesa, por vezes com umas folhas A4 e até canetas, sem luxos, mas que facilita em muito o trabalho (em algumas delas chegam mesmo a colocar copos e jarros de água).
Também nestas Câmaras, durante a reunião, alguém do departamento de informação está disponível para os jornalistas, chegando mesmo no Montijo a serem colocadas folhas onde podemos requisitar a cópia dos documentos que estão nessa sessão a ser discutidos e no caso de se tratar de um dossier volumoso, o mesmo é-nos fornecido para assinalarmos quais as folhas de que pretendemos cópia.
Também nas assembleias municipais está alguém a receber os jornalistas, e a ficar com os contactos (quando não conhecem a pessoa) para poderem enviar informações. (Já me aconteceu, no Barreiro, cuja assembleia decorria no auditório da Biblioteca, me virem pedir desculpas pela falta de condições para poder estar a apontar o que necessitava).
Além de nos darem estas condições, esta é também uma demonstração de respeito para com o nosso trabalho.
Aqui, no Seixal, por vezes nem sítio temos onde nos sentar. Condições para escrever, népias. Pedir documentação, seja ela qual for, é mais burocrático do que comprar uma casa. E muitas vezes (não coloco em causa o trabalho do departamento respectivo), a mesma chega depois do prazo que temos para fechar a edição, porque são precisas “autorizações”.
Parece que no Seixal, os jornais e jornalistas não merecem nem uma mesita.
Infelizmente, isto não é de agora, e pelos vistos, apesar da Casa Nova, tudo vai ficar na mesma.

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