terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Polícias ou caça-multas?

Esta deve ser uma interrogação que já passou pela mente de muitos dos nossos leitores. E vem agora a propósito de duas situações recentes. A primeira já vem de longa data e causa-me um enorme espanto.
Trata-se das operações Stop da Brigada de Trânsito, que com frequência ocorrem na Avenida General Humberto Delgado, na Arrentela, e certamente também noutros pontos do concelho.
Não são estas acções, muitas vezes mais do que necessárias, que me causam espanto. São antes as horas a que têm lugar. Ou seja, normalmente entre as 07h30 e as 10h00 da manhã. Que eu saiba, não é normalmente a essas horas que os gatunos actuam sobre os carros estacionados e ainda menos que os aceleras ali aparecem.
A Avenida de que falo é propícia e apetecível para muitos «meninos», que a aproveitam em jeito de pista de corridas, de tal forma, que já são algumas dezenas, ao longo dos anos, os despistes que ali têm ocorrido, alguns com consequências fatais.
Também não acho que quem está a conduzir às horas a que as operações Stop ocorrem venha alcoolizado de algum bar ou discoteca.
Não, só posso pensar que para estas autoridades, é mais fácil caçarem um incauto condutor no seu trajecto para o emprego, sem cinto, e de imediato aplicarem as coimas de que o nosso país é tão profícuo, do que organizarem acções que realmente zelem pela segurança de cada um de nós, embora com o «perigo» desses que aí forem apanhados não pagarem multas e serem ainda soltos no dia seguinte com o infamante «termo de identidade e residência».
E mais uma vez paga o Zé Povinho.
Mas não me fico por aqui.
Também gostaria de informar, para aqueles que por vezes pelas ruas de Lisboa, fora das áreas das discotecas e bares, perguntam a si mesmos onde pára a polícia, que esta está de armas e bagagens no Aeroporto de Lisboa. A fazer segurança? Um pouco, mas na maior parte do tempo a bloquear os veículos que ali param. Não acreditam? Que o diga eu, e mais cerca de vinte pessoas, que no passado dia 5 de Fevereiro, enquanto parei o carro e fui verificar a hora de chegada de um avião, logo que voltei tinha a roda bloqueada. Resultado: 90 euros pagos na hora. Sessenta da multa de estacionamento indevido e trinta pelo «uso» do bloqueador. Na brincadeira, disse ao agente que por aquele preço podia levar comigo o bloqueador.
«Nem pense nisso, minha senhora, é que isto dá muito dinheiro!»
Sem comentários.