terça-feira, 24 de novembro de 2009

Comentários e Comentadores

Há coisas assim. Os comentários no meu texto anterior, levam-me a colocar aqui um novo post (longe que vai ideia de ter um blogue mais gastronómico...)

Ao M. o meu obrigada pela sua participação. Como jornalista e com a maior parte da minha vida vivida na democracia de Abril, acredito na liberdade de expressão e lamento que não o possa tratar pelo seu nome.

Ao Paulo Silva, o meu obrigada pela sua visita. O seu comentário merece uma resposta, até porque a democracia da blogosfera tem destas coisas, o discutir assim as ideias.

«Anônimo disse...
Carmo Torres
Por acaso aqui cheguei, e não querendo entrar em polémicas estéreis, apenas digo que não é verdade que "nenhum dos deputados eleitos fosse do segundo partido desta coligação – o PEV"... Com efeito, se como jornalista investigasse os factos antes de escrever não faria tal afirmação! É que entre os eleitos da CDU na Assembleia Municipal do Seixal, para além de vários independentes, há uma militante do PEV.
Quanto ao resto, respeito a sua opinião e do mesmo modo gostaria que respeitasse a minha e a minha é que o Comércio do Sexal tem beneficiado de modo descarado o PS e o PSD... Veja-se a página que era dada semanalmente aos candidatos do PS e do PSD para divulgarem os seus blogs! Porque razão não houve igual tratamento à CDU?
Critérios jornalisticos responderá certamente. Critérios que eu respeito, mas com os quais não posso concordar, pois os mesmos dão um tratamento preferencial a duas forças politicas em detrimento da CDU
Com os melhores cumprimentos
Paulo Silva»

Ora vamos então aos factos:
Em Direito Político ensinam-nos que uma coligação é a união de dois partidos, com um número significativo de elementos de ambas as partes. Não é preciso fazer investigação, como me recomenda, para saber que não houve qualquer eleito para a vereação camarária ou para as juntas de freguesia do PEV.
Se na gramática portuguesa um homem entre mil mulheres é o suficiente para mudar o género do pronome de ELAS para ELES, um membro de um Partido numa lista, não forma uma coligação.
Sejamos sérios nestas questões!

Sobre a sua opinião de o «Comércio do Sexal tem beneficiado de modo descarado o PS e o PSD...», claro que respeito a sua opinião, até porque, desde o advento do «Comércio», que o Sr. Paulo Silva tem defendido a tese de o jornal pertencer a este ou áquele partido, nos seus discursos como representante da Assembleia Municipal.
Com que dados ou informações, não sei. Talvez com boatos de terceiros...
No entanto, recordo-lhe também os descarados apoios da Câmara Municipal do Seixal a um único jornal. Já agora, o único quinzenário, que nem tem como desculpa ser o mais antigo do concelho, e que, como pode ver no post abaixo, até mente na data de saída.
Este tema nunca o vi discutido na Assembleia Municipal. Aqui sim, tratam-se de dinheiro dos munícipes atribuído sem critérios nem igualdade, num concelho que se diz de transparência e democracia.

Sobre os blogues, mais uma vez lhe recordo que estes eram os únicos realmente identificados na altura que lançamos esta secção, (cuja celeuma causada é sinal de ter sido uma excelente aposta). Longe vinham ainda as eleições, e o nascimento de vários blogues. Além disso, tratavam-se de dois colaboradores do jornal, que acreditaram neste projecto desde o início.
E recordo-lhe também que lhe foi dirigido pessoalmente um convite para colaborar no «Comércio», oqual recusou porque já colaborava com outro jornal (sem que isso causasse qualquer prurido democrático à CDU ou ao executivo camarário).

Também sabe perfeitamente que o «Comércio» é o único jornal que tem regularmente a opinião de todas as forças políticas com representação no concelho. Talvez isso seja democracia a mais em algumas perspectivas...
E sabe também da extrema dificuldade que o «Comércio» teve em que alguém da CDU/PCP colabora-se nos artigos de opinião, apesar dos repetidos convites e dos contactos efectuados.

São realmente critérios jornalísticos, que já foram bastantes vezes explicados. Mas pelos vistos, só se ouve ou lê aquilo que se quer. É por esta nossa postura que não temos vereadores a apagarem-nos as velas do bolo de aniversário.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mentiras

Costuma dizer-se que mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.
Todos sabem que já trabalhei no Jornal do Seixal.
Todos sabem que não sai de lá com relações cortadas com ninguém, antes o meu percurso profissonal seguiu outros caminhos.
Mas não suporto nem admito a mentira.
Desde que comecei a trabalhar no «Comércio», a guerra entre os dois jornais tem sido intensa, até a nível pessoal, com golpes baixos de gente sem carácter.
Mas a mentira tem pernas curtas e nesta edição de aniversário do Comércio, referi o que contei aqui no anterior post.
Agora, venho colocar aqui uma imagem que prova o que digo.
É sexta-feira, dia 20 de Novembro, tal como indica o cabeçalho do meu jornal.
Reparem na data que exibe o outro jornal.
Quando alguém mente até na data de saída do jornal, que verdades pode dizer nas suas páginas?

Mas é neste jornal, que nem sequer é o mais antigo do concelho, e o único quinzenal (quando há dois semanais) que esta Câmara CDU investe. E continuo na minha, Câmara CDU e não comunista, porque os comunistas verdadeiros não compactuam com estas situações.

sábado, 14 de novembro de 2009

A falta de conhecimento das regras básicas da democracia, de uma Câmara que se diz democrática

Não era meu desejo trazer para o blogue algo como o que escrevo abaixo, mas senão o fizesse, então este espaço também não teria qualquer utilidade.
No dia 2 de Novembro, decorreu a tomada de posse dos eleitos para a Câmara Municipal do Seixal. Todos os partidos falaram através dos seus representantes.
No caso da CDU (Coligação Democrática Unitária, embora nenhum dos deputados eleitos fosse do segundo partido desta coligação – o PEV) falou o deputado municipal Américo Costa, por curiosidade o que encabeça os deputados daquele partido, mas que menos vezes toma palavra na Assembleia Municipal.

Na altura estavam vários jornalistas presentes. Dos jornais locais e da Lusa. Durante o discurso, eu estava com a jornalista da Lusa e ambas ficámos chocadas com o que ouvimos. Nem queria acreditar que um membro de um Partido que tanto lutou pela liberdade de expressão e de imprensa, com um dos mais antigos jornais nacionais, O Avante, disse-se o que ali foi ouvido.

Ainda pensei que não tivesse percebido bem. Mas hoje vi o mesmo discurso, preto no branco, no Boletim Municipal. Rezava assim:

«Reafirmamos aqui que a CDU merece uma melhor oposição e o povo exige mais verosimilhança democrática. Assim como exige uma comunicação social mais responsável. Ressalvadas as devidas excepções, o jogo da manipulação dos “factos” não surtiu efeito. Hoje não restam dúvidas que parte dos casos sensacionalistas que vieram a público não eram mais do que rumores infundados, que tão somente pretendiam fomentar crispações e tentar reduzir a confiança nas instituições, mas apenas contribuíram para diminuir a qualidade da democracia.»

Para quem não percebe o que estou a dizer, passo a explicar. Este comentário foi dirigido ao «Comércio do Seixal e Sesimbra», jornal que dirijo.

Porquê?
Porque foi o único que, além de acompanhar as campanhas, realizou diversas reportagens com os outros candidatos. Porque foi o único que entrevistou todos os cinco candidatos (até o MMS), excepto o da CDU, que se recusou a dar entrevista. Foi o único jornal local que desmascarou algumas coisas que se passam no concelho.

Longe de perceberem que não apoiamos nenhum partido com estas acções, apenas fazemos o nosso papel como verdadeiros jornalistas, a CDU ataca.

Da mesma maneira que retirou a publicidade ao «Comércio», passando-a para um único jornal, curiosamente também o único quinzenário e o que mente até na data de saída (distribui à sexta-feira com data de sábado) e nem apresenta a periodicidade na capa.

Mas para a CDU, dizer a verdade do que se passa no concelho é «diminuir a qualidade da democracia».

Mais curioso ainda é que quando Américo Costa referiu as «devidas excepções», olhou directamente para o director desse jornal, o que se limitou a seguir a campanha eleitoral da CDU, que não publicou inclusive acções de outros candidatos, em resumo, o tipo de imprensa que realmente agrada a esta CDU. E insisto no termo CDU, porque isto não é Comunismo. Uma CDU que venceu num concelho que teve a maior taxa de abstenção do país, como o «Comércio» noticiou, de 54,9%. São estes os «casos sensacionalistas» que custam ver colocados nas páginas do nosso jornal.

As acções ficam com quem as pratica, mas a liberdade de imprensa, conquistada à 35 anos, essa ninguém a calará.

E termino com uma frase do mesmo deputado, embora esta seja, claramente, diferente no contexto com que é dita: «Entendemos a liberdade como condição sine qua non para afirmar e consolidar a democracia».

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Para sempre Asterix

Não resisto a colocar aqui esta página de Asterix, exemplo máximo do que é a política, e que infelizmente tive de acompanhar nestes últimos meses pela minha profissão. Só uma palavra: Lindo!!!