quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dois pesos e duas medidas?

Estes últimos dias foram os jornalistas que fizeram de notícia. Normalmente do lado de lá das câmaras ou dos jornais, agora fazem a 1.ª página.
Por um lado, temos o caso de Miguel Relvas/ERC/Público.
A minha opinião sobre a Entidade Reguladora da Comunicação Social não é das melhores. Tenho várias razões para esta afirmação, desde decisões completamente aberrantes, até à falta de profissionalismo que se sente neste órgão, do secretariado aos «juristas»...
Só um pequeno exemplo: quando um órgão de comunicação ali registado altera a morada, tem de informar a ERC, e pagar um emolumento de 10,90 euros. De todas as vezes que o fiz, sempre pedi a emissão de uma factura, como decreta a lei. Nunca as recebi.
Adiante.

Temos então o caso Relvas, onde esta "Reguladora" ilibou um ministro das acusações de ter ameaçado divulgar a vida pessoal de uma jornalista do Público que acompanhava o caso das secretas e de ter ameaçado o jornal com um “blackout” por parte de todos os membros do governo.
No meu ponto de vista, a "Reguladora" deixa uma mensagem clara para os jornalistas que passem pelo mesmo: "Não se metam com quem está no poder, porque não podem contar connosco."

Por outro lado, temos o caso do deputado Ricardo Rodrigues, que "retirou" (digamo-lo assim) os gravadores de dois jornalistas em plena entrevista, que foi hoje condenado a uma pena de multa de 4950 euros. Um caso que remonta a Abril de 2010, o que diz muito sobre a celeridade da nossa Justiça.

Perguntas:
Se o partido de Ricardo Rodrigues estivesse no Governo, a condenação seria diferente?
Se o partido de Miguel Relvas não estivesse no Governo, a "Reguladora" teria actuado de outra forma?
A minha resposta: Acredito que sim.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Palhaçada do futebol



Lamento, estou sem paciência para futebois. Ouço agora andarem a apitar nos carros e a gritaria que foi no fim do jogo de Portugal, mas sinceramente não me consigo sentir entusiasmada.
Podem até dizer que é um escape para tanta porcaria, mas acho que o escape que isto precisava era tomarmos as decisões sobre a nossa vida e o nosso futuro nas nossas mãos e não esperarmos sejam os outros, que supostamente elegemos em liberdade e democracia, que decidam por nós.
Há pessoas com fome, pessoas sem emprego, pessoas que não têm possibilidade de colocar os filhos a estudar nem no secundário (já nem se falo na Universidade), pessoas que têm de emigrar e têm de deixar para trás familia e até animais de estimação em canis, pessoas que perdem as suas casas, negócios familiares que fecham, sonhos perdidos.
E depois ver os mesmos que todos os dias se queixam disso tudo, delirar por meia dúzia de grunhos que tratam o presidente da República por você e ganham milhões,  a correr atrás de uma bola, deixa-me piursa.
Não me venham com sonhos, com mostrar ao mundo que somos bons, com conversas fiadas. Querem protestos? Era pedir contas de quanto se gastou com a ida e estadia dos meninos para lá, em hóteis de dez estrelas, tratados como reis.
É que o país tem também centenas de jovens que são atletas, que conquistam títulos e medalhas, e que têm de pagar até a inscrição nas provas, do seu bolso, ou do dos pais.
Mas voltámos ao Fado, a Fátima, e ao Futebol. E ainda dizem mal dos tempos da «velha senhora»...

domingo, 17 de junho de 2012

Dia Mundial do Dador de Sangue

Celebra-se hoje, 17 de Junho, uma data importantíssima a nível mundial, o Dia do Dador de Sangue, bem como os 25 anos da Associação de Dadores Benévolos de Sangue do Concelho do Seixal.
Sendo dadora de sangue desde os meus 18 anos, interruptamente, este é um dia que me toca de forma especial.
Um dador de sangue não é um herói, não arrisca a vida, não é um ser super. É um cidadão comum.
Mas um cidadão que sabe no seu íntimo que um pequeno gesto pode ajudar a mudar a vida de muitos outros seres humanos. Um pequeno gesto do qual não se gaba, do qual não espera obter quaisquer dividendos.
Um gesto que sente ser necessário realizar para nos sentirmos de bem com a vida.
Dar um pouco de nós a todos os que nos rodeiam devia ser algo inato, e não algo que necessite de ser celebrado e exaltado. Infelizmente não é assim, e por isso uma homenagem, recordando todos os que fazem esse pequeno gesto, é sempre bem vinda.
Nenhum dador pede nada em troca. Nada a não ser respeito.
Infelizmente, este ano a data marca a falta de respeito para com os dadores. E de duas formas distintas.
Por um lado temos um Governo que retirou aos dadores aquela pequeníssima «atenção» que nos fazia sentir que existia um reconhecimento pelo tal pequeno gesto.
Retirar a isenção aos dadores nas taxas moderadoras, quando milhares de outras pessoas ficam isentas «só porque»… é de uma enorme falta de respeito. Os dadores são pessoas saudáveis, não andam todos os dias a usar o Serviço Nacional de Saúde ou os Hospitais para pesarem assim tanto nas contas como isentos.
Não será este o motivo para que deixemos de fazer esse pequeno gesto, até porque os prejudicados não seriam quem toma estas decisões, porque esses nem que tenham de importar sangue, estarão sempre servidos.
Mas acredito que nos corações de muitos dadores, num ponto muito remoto, a vontade que temos, quando ouvimos os apelos histéricos que as televisões passam, é de dizer «Agora chamem ao Hospital o senhor Passos Coelho e CIA!».
Falando em televisões, esse é o segundo ponto desta falta de respeito.
Na Torre da Marinha teve lugar uma enorme festa com associações de dadores de todo o país, e a formação de uma gota de sangue humana. Uma ocasião que devia ter o destaque devido na comunicação social nacional, tal como referiu o vice-presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos durante o seu discurso.
No entanto, na altura dos discursos, não se via por ali nenhuma televisão, não foi feito nenhum directo nem nenhum dos espectáculos com animadores nacionais. Não, os olhares das televisões estão fixados noutros pontos do país, nas suas «Maravilhas», no seu «Coração» ou no jogo de futebol, mas não na homenagem aos dadores que foi feita no concelho.
Aqui não posso deixar de «mandar a minha boca».
Afinal, temos uma autarquia que aposta forte em publicidade nos meios de comunicação social nacionais, onde publicita eventos, festivais e festas. Mas depois, na hora da divulgação, são os meios locais, pequeninos e até desprezados nas contas e na atribuição de publicidade que lá estão, que transmitem os factos, que os imortalizam.
No entanto, hoje o dia foi de festa, de festa para centenas de pessoas que são lembradas uma vez por ano pelo tal pequeno gesto que fazem e que na verdade, salva vidas.
Gesto que todos continuaremos a fazer, independentemente das barreiras que se levantem, porque em primeiro lugar estará sempre o bem estar do próximo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Último dia de aulas... este ano lectivo!!!

O meu obrigado a todos pela experiência maravilhosa porque me fizeram passar enquanto tentei passar alguns dos meus conhecimentos e aprendi muitissimo com todos!!!
E obrigada pelas lindissimas orquídias!!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Uma lição de vida na Universidade Senior do Seixal

Nestes dias tenho andado destroçada por causa da Ritinha, que ainda não apareceu, mas não queria deixar de partilhar aqui isto.
Termino na próxima semana uma das melhores experiências da minha vida.
Termina o ano escolar na Universidade Senior do Seixal, e com isso terminam as minhas aulas de Iniciação ao Jornalismo (este ano lectivo, pelo menos).
Quando a D. Maria Vitória Afonso me desafiou para ir lá dar aulas, considerei isso quase uma brincadeira. Enviei o email a oferecer-me, mas como era tão em cima da hora, pensei, na minha forma pessimista de ser, que não iria ser aceite. Para meu espanto, os reitores da Unisseixal aceitaram de imediato. E assim começou esta nova aventura.
Acho que ensinei alguma coisa do que fui aprendendo ao longo destes anos.
Tenho a certeza de que aprendi imenso.
Muito mesmo.
Com uma turma de apenas cinco alunos ao início, a mesma foi crescendo aos poucos e com todos os meus alunos aprendi alguma coisa, um pormenor de vida que me escapara, nestas quatro décadas e mais um.
Tive ainda o prazer de ter como convidados José Carlos Araújo, jornalista da TVI, Pedro Brinca, fundador do «Setúbal na Rede» e Paulo Edson Cunha, que ao longo dos anos tem sabido fazer uso da comunicação social no campo político local e nacional.
A todos o meu muito obrigado.
Obrigado por me ensinarem a encarar a vida de forma diferente, e sobretudo por me ensinarem que nunca é tarde para fazermos algo de que gostamos, quer seja ensinando, quer seja, sobretudo, aprendendo.
Aqui deixo o texto da minha aluna Maria de Jesus Gomes Lopes, que me permitiu que reproduzisse aqui.

«A minha perspectiva sobre a missão do jornalismo e sobre as aulas em geral

Há pouco tempo que frequento as aulas de jornalismo. É com convicção que afirmo que me deixam encantada.
Pela professora, que com a sua maneira despretensiosa e de fácil palavra, nos transmite diversos ensinamentos relativos ao jornalismo, bem como de outros assuntos. Fico sempre desejosa de querer ouvir mais, para adquirir maior conhecimento sobre o que chamo a arte de ser jornalista, na verdadeira acepção da palavra. Já deduzi que não é fácil, com tantos condicionalismos que existem, com as normas e deveres deontológicos a que estão sujeitos. Sempre admirei os jornalistas que pela versatilidade das suas palavras fornecem-nos uma informação pública que é caracterizada pela periodicidade, e que abrange rádio, tv, cinema, revistas e com um estilo que é caracterizado pelo dinamismo e agilidade, e pela expansão e influência na opinião pública. Mas existem contradições, com a exploração de escândalos ou indiscrições, e por outro lado, têm de transmitir notícias que sejam credíveis para um outro sector de público.
Existem ainda os direitos de liberdade de expressão, com a livre escolha de informações, com o sigilo das fontes informativas que podem colidir com interesses contrários e que impeçam a veracidade da informação.  
Antigamente, o jornalista ascendia apenas pela prática, mas hoje em dia a profissão exige uma preparação específica e com formação académica. Nas aulas percebi que há erros que não devem fazer-se, os jornalistas têm que escrever correctamente porque é indispensável no progresso e na cultura, têm essa responsabilidade acerca das notícias que nos transmitem, e há que saber fazê-lo.
Não me regem quaisquer pretensões de escrever para qualquer edição do jornal, sei que não estou apta para o fazer, essa missão fica para quem cursou e estudou para o efeito.
Frequento as aulas porque gosto de me inteirar do faseamento destes assuntos do jornalismo e também pelos conhecimentos que vou adquirindo, como se deve escrever, e a maneira de ordenar as frases e as palavras com as explicações dadas nas aulas aperfeiçoou mais a minha escrita quotidiana.
Em casa estou a escrever sobre a minha vivência. Esta sim, é uma pretensão que escolhi e também me atrevi a escrever uma espécie de notas para romance, em que o protagonista é descendente de um templário que no tempo das Cruzadas esteve em Jerusalém (esta é uma fixação minha pelos templários).
Com as explicações dadas pela professora, atrevo-me a dizer que a qualidade do que estou a escrever certamente ficará muito melhor. Tudo o que escrevo em casa é para deixar para os meus descendentes, gosto muito do que escrevo, e sempre que o faço (todos os dias) as palavras vão surgindo no pensamento e afluem com facilidade. É um prazer imenso dar vida aos personagens que vou criando, dando-lhes o lugar adequado e, ao mesmo tempo, uma vivência que vou percorrendo com eles.
Voltando às aulas de jornalismo, estou a gostar do convívio com os colegas, embora não os conheça a todos muito bem, mas apraz-me dizer que têm sido simpáticos. Alguns ou quase todos devem ter uma cultura superior à minha, o que não me deixa intimidada. Todos somos diferentes e é necessário caminhar em frente e não ter limitações para adquirir conhecimentos, são estes que fazem dos seres humanos pessoas mais esclarecidas e com melhor percepção das coisas.
Sei-o por experiência própria, porque o ano passado recebi uma lição de humildade, que serviu para colocar as minhas capacidades à prova e até a minha força moral (julgava que a minha vida não teria mais sentido). Resolvi que teria que ser forte e ultrapassar os obstáculos que me surgiram, e todos os dias os vou superando. Fiz então a escolha de adquirir mais cultura, porque há vários anos que me tenho anulado como mulher.
Eis o motivo por que fiz a inscrição nesta universidade, apesar do ano lectivo já estar bastante avançado. Com simpatia e atenção, tanto da parte dos senhores administrativos, como dos senhores professores, já faço parte da que eu chamo a elite dos que desejam aprender sempre assim a vida não se torna tão monótona.
Entendi fazer este pequeno trabalho por compreender que os senhores professores prescindem e dedicam um precioso tempo transmitindo-nos alguns ensinamentos (alguns totalmente desconhecidos, como é o meu caso), acerca do que é o jornalismo.
Eu tinha uma perspectiva totalmente diferente do que era e como se fazia.
Eis o motivo porque escrevo estas linhas, e como é agradável na minha faixa etária, ainda nos sentirmos quase adolescente ao sentarmo-nos nestas cadeiras da sala, para nos ser ministrada mais uma aula. É uma forma do meu agradecimento especial para quem se preocupa e ajuda a adquirir mais saber e mais cultura.»

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A minha menina

Há coisas que não acreditamos que nos aconteçam... ter um cancro, um acidente de carro ou perdermos um animal de estimação sem mais nem menos.
Mas de repente essas coisas acontecem, e apanham-nos desprevenidos por completo.
Felizmente, não tenho qualquer doença nem tive um acidente, mas perdi a minha gatinha Rita. Nem sei o que dizer. Estou destroçada.
A palermita assustou-se com um toque de campainha e terá caído no 3.º andar mas por uma série de coincidencias macabras, não demos por isso. Só no domingo de manhã quando ela não apareceu para comer.
Há dois dias que a procuro, que grito, que tenho os pés e os braços arranhados por a procurar nos campos aqui perto da casa. Há duas noites que mal durmo, com a janela aberta, ouvido à escuta porque pode ser, há sempre a esperança, que ela volte aqui para os quintais.
Há duas noites que percorro de madrugada as quelhas e a vou chamando...
Não quero acreditar que se foi, a menina esguia de olhos azuis profundos que eu tirei de um motor de carro em Setúbal, e que pensava ser um menino, logo ali baptizado de Santiago, como as festas daquela terra.
Não quero acreditar nisso!! Mas já nem consigo chorar...
(nao coloco aqui a foto dela porque não suporto a dor de olhar as fotografias...)