Termino na próxima semana uma das melhores experiências
da minha vida.
Termina o ano escolar na Universidade Senior do Seixal, e com isso terminam as minhas aulas de Iniciação ao Jornalismo (este ano lectivo, pelo menos).
Quando a D. Maria Vitória Afonso me desafiou para ir lá
dar aulas, considerei isso quase uma brincadeira. Enviei o email a oferecer-me,
mas como era tão em cima da hora, pensei, na minha forma pessimista de ser, que
não iria ser aceite. Para meu espanto, os reitores da Unisseixal aceitaram de
imediato. E assim começou esta nova aventura. Termina o ano escolar na Universidade Senior do Seixal, e com isso terminam as minhas aulas de Iniciação ao Jornalismo (este ano lectivo, pelo menos).
Acho que ensinei alguma coisa do que fui aprendendo ao longo destes anos.
Tenho a certeza de que aprendi imenso.
Muito mesmo.
Com uma turma de apenas cinco alunos ao início, a mesma foi crescendo aos poucos e com todos os meus alunos aprendi alguma coisa, um pormenor de vida que me escapara, nestas quatro décadas e mais um.
Tive ainda o prazer de ter como convidados José Carlos Araújo, jornalista da TVI, Pedro Brinca, fundador do «Setúbal na Rede» e Paulo Edson Cunha, que ao longo dos anos tem sabido fazer uso da comunicação social no campo político local e nacional.
A todos o meu muito obrigado.
Obrigado por me ensinarem a encarar a vida de forma diferente, e sobretudo por me ensinarem que nunca é tarde para fazermos algo de que gostamos, quer seja ensinando, quer seja, sobretudo, aprendendo.
Aqui deixo o texto da minha aluna Maria de Jesus Gomes Lopes, que me permitiu que reproduzisse aqui.
«A minha perspectiva sobre a missão do jornalismo e sobre
as aulas em geral
Há pouco tempo que frequento as aulas de jornalismo. É
com convicção que afirmo que me deixam encantada.
Pela professora, que com a sua maneira despretensiosa e
de fácil palavra, nos transmite diversos ensinamentos relativos ao jornalismo,
bem como de outros assuntos. Fico sempre desejosa de querer ouvir mais, para
adquirir maior conhecimento sobre o que chamo a arte de ser jornalista, na verdadeira
acepção da palavra. Já deduzi que não é fácil, com tantos condicionalismos que
existem, com as normas e deveres deontológicos a que estão sujeitos. Sempre
admirei os jornalistas que pela versatilidade das suas palavras fornecem-nos
uma informação pública que é caracterizada pela periodicidade, e que abrange
rádio, tv, cinema, revistas e com um estilo que é caracterizado pelo dinamismo
e agilidade, e pela expansão e influência na opinião pública. Mas existem
contradições, com a exploração de escândalos ou indiscrições, e por outro lado,
têm de transmitir notícias que sejam credíveis para um outro sector de público.
Existem ainda os direitos de liberdade de expressão, com a livre escolha de informações, com o sigilo das fontes informativas que podem colidir com interesses contrários e que impeçam a veracidade da informação.
Antigamente, o jornalista ascendia apenas pela prática, mas hoje em dia a profissão exige uma preparação específica e com formação académica. Nas aulas percebi que há erros que não devem fazer-se, os jornalistas têm que escrever correctamente porque é indispensável no progresso e na cultura, têm essa responsabilidade acerca das notícias que nos transmitem, e há que saber fazê-lo.
Não me regem quaisquer pretensões de escrever para qualquer edição do jornal, sei que não estou apta para o fazer, essa missão fica para quem cursou e estudou para o efeito.
Frequento as aulas porque gosto de me inteirar do faseamento destes assuntos do jornalismo e também pelos conhecimentos que vou adquirindo, como se deve escrever, e a maneira de ordenar as frases e as palavras com as explicações dadas nas aulas aperfeiçoou mais a minha escrita quotidiana.
Em casa estou a escrever sobre a minha vivência. Esta sim, é uma pretensão que escolhi e também me atrevi a escrever uma espécie de notas para romance, em que o protagonista é descendente de um templário que no tempo das Cruzadas esteve em Jerusalém (esta é uma fixação minha pelos templários).
Com as explicações dadas pela professora, atrevo-me a dizer que a qualidade do que estou a escrever certamente ficará muito melhor. Tudo o que escrevo em casa é para deixar para os meus descendentes, gosto muito do que escrevo, e sempre que o faço (todos os dias) as palavras vão surgindo no pensamento e afluem com facilidade. É um prazer imenso dar vida aos personagens que vou criando, dando-lhes o lugar adequado e, ao mesmo tempo, uma vivência que vou percorrendo com eles.
Voltando às aulas de jornalismo, estou a gostar do convívio com os colegas, embora não os conheça a todos muito bem, mas apraz-me dizer que têm sido simpáticos. Alguns ou quase todos devem ter uma cultura superior à minha, o que não me deixa intimidada. Todos somos diferentes e é necessário caminhar em frente e não ter limitações para adquirir conhecimentos, são estes que fazem dos seres humanos pessoas mais esclarecidas e com melhor percepção das coisas.
Sei-o por experiência própria, porque o ano passado recebi uma lição de humildade, que serviu para colocar as minhas capacidades à prova e até a minha força moral (julgava que a minha vida não teria mais sentido). Resolvi que teria que ser forte e ultrapassar os obstáculos que me surgiram, e todos os dias os vou superando. Fiz então a escolha de adquirir mais cultura, porque há vários anos que me tenho anulado como mulher.
Eis o motivo por que fiz a inscrição nesta universidade, apesar do ano lectivo já estar bastante avançado. Com simpatia e atenção, tanto da parte dos senhores administrativos, como dos senhores professores, já faço parte da que eu chamo a elite dos que desejam aprender sempre assim a vida não se torna tão monótona.
Entendi fazer este pequeno trabalho por compreender que os senhores professores prescindem e dedicam um precioso tempo transmitindo-nos alguns ensinamentos (alguns totalmente desconhecidos, como é o meu caso), acerca do que é o jornalismo.
Eu tinha uma perspectiva totalmente diferente do que era e como se fazia.
Eis o motivo porque escrevo estas linhas, e como é agradável na minha faixa etária, ainda nos sentirmos quase adolescente ao sentarmo-nos nestas cadeiras da sala, para nos ser ministrada mais uma aula. É uma forma do meu agradecimento especial para quem se preocupa e ajuda a adquirir mais saber e mais cultura.»
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