quinta-feira, 7 de junho de 2012

Uma lição de vida na Universidade Senior do Seixal

Nestes dias tenho andado destroçada por causa da Ritinha, que ainda não apareceu, mas não queria deixar de partilhar aqui isto.
Termino na próxima semana uma das melhores experiências da minha vida.
Termina o ano escolar na Universidade Senior do Seixal, e com isso terminam as minhas aulas de Iniciação ao Jornalismo (este ano lectivo, pelo menos).
Quando a D. Maria Vitória Afonso me desafiou para ir lá dar aulas, considerei isso quase uma brincadeira. Enviei o email a oferecer-me, mas como era tão em cima da hora, pensei, na minha forma pessimista de ser, que não iria ser aceite. Para meu espanto, os reitores da Unisseixal aceitaram de imediato. E assim começou esta nova aventura.
Acho que ensinei alguma coisa do que fui aprendendo ao longo destes anos.
Tenho a certeza de que aprendi imenso.
Muito mesmo.
Com uma turma de apenas cinco alunos ao início, a mesma foi crescendo aos poucos e com todos os meus alunos aprendi alguma coisa, um pormenor de vida que me escapara, nestas quatro décadas e mais um.
Tive ainda o prazer de ter como convidados José Carlos Araújo, jornalista da TVI, Pedro Brinca, fundador do «Setúbal na Rede» e Paulo Edson Cunha, que ao longo dos anos tem sabido fazer uso da comunicação social no campo político local e nacional.
A todos o meu muito obrigado.
Obrigado por me ensinarem a encarar a vida de forma diferente, e sobretudo por me ensinarem que nunca é tarde para fazermos algo de que gostamos, quer seja ensinando, quer seja, sobretudo, aprendendo.
Aqui deixo o texto da minha aluna Maria de Jesus Gomes Lopes, que me permitiu que reproduzisse aqui.

«A minha perspectiva sobre a missão do jornalismo e sobre as aulas em geral

Há pouco tempo que frequento as aulas de jornalismo. É com convicção que afirmo que me deixam encantada.
Pela professora, que com a sua maneira despretensiosa e de fácil palavra, nos transmite diversos ensinamentos relativos ao jornalismo, bem como de outros assuntos. Fico sempre desejosa de querer ouvir mais, para adquirir maior conhecimento sobre o que chamo a arte de ser jornalista, na verdadeira acepção da palavra. Já deduzi que não é fácil, com tantos condicionalismos que existem, com as normas e deveres deontológicos a que estão sujeitos. Sempre admirei os jornalistas que pela versatilidade das suas palavras fornecem-nos uma informação pública que é caracterizada pela periodicidade, e que abrange rádio, tv, cinema, revistas e com um estilo que é caracterizado pelo dinamismo e agilidade, e pela expansão e influência na opinião pública. Mas existem contradições, com a exploração de escândalos ou indiscrições, e por outro lado, têm de transmitir notícias que sejam credíveis para um outro sector de público.
Existem ainda os direitos de liberdade de expressão, com a livre escolha de informações, com o sigilo das fontes informativas que podem colidir com interesses contrários e que impeçam a veracidade da informação.  
Antigamente, o jornalista ascendia apenas pela prática, mas hoje em dia a profissão exige uma preparação específica e com formação académica. Nas aulas percebi que há erros que não devem fazer-se, os jornalistas têm que escrever correctamente porque é indispensável no progresso e na cultura, têm essa responsabilidade acerca das notícias que nos transmitem, e há que saber fazê-lo.
Não me regem quaisquer pretensões de escrever para qualquer edição do jornal, sei que não estou apta para o fazer, essa missão fica para quem cursou e estudou para o efeito.
Frequento as aulas porque gosto de me inteirar do faseamento destes assuntos do jornalismo e também pelos conhecimentos que vou adquirindo, como se deve escrever, e a maneira de ordenar as frases e as palavras com as explicações dadas nas aulas aperfeiçoou mais a minha escrita quotidiana.
Em casa estou a escrever sobre a minha vivência. Esta sim, é uma pretensão que escolhi e também me atrevi a escrever uma espécie de notas para romance, em que o protagonista é descendente de um templário que no tempo das Cruzadas esteve em Jerusalém (esta é uma fixação minha pelos templários).
Com as explicações dadas pela professora, atrevo-me a dizer que a qualidade do que estou a escrever certamente ficará muito melhor. Tudo o que escrevo em casa é para deixar para os meus descendentes, gosto muito do que escrevo, e sempre que o faço (todos os dias) as palavras vão surgindo no pensamento e afluem com facilidade. É um prazer imenso dar vida aos personagens que vou criando, dando-lhes o lugar adequado e, ao mesmo tempo, uma vivência que vou percorrendo com eles.
Voltando às aulas de jornalismo, estou a gostar do convívio com os colegas, embora não os conheça a todos muito bem, mas apraz-me dizer que têm sido simpáticos. Alguns ou quase todos devem ter uma cultura superior à minha, o que não me deixa intimidada. Todos somos diferentes e é necessário caminhar em frente e não ter limitações para adquirir conhecimentos, são estes que fazem dos seres humanos pessoas mais esclarecidas e com melhor percepção das coisas.
Sei-o por experiência própria, porque o ano passado recebi uma lição de humildade, que serviu para colocar as minhas capacidades à prova e até a minha força moral (julgava que a minha vida não teria mais sentido). Resolvi que teria que ser forte e ultrapassar os obstáculos que me surgiram, e todos os dias os vou superando. Fiz então a escolha de adquirir mais cultura, porque há vários anos que me tenho anulado como mulher.
Eis o motivo por que fiz a inscrição nesta universidade, apesar do ano lectivo já estar bastante avançado. Com simpatia e atenção, tanto da parte dos senhores administrativos, como dos senhores professores, já faço parte da que eu chamo a elite dos que desejam aprender sempre assim a vida não se torna tão monótona.
Entendi fazer este pequeno trabalho por compreender que os senhores professores prescindem e dedicam um precioso tempo transmitindo-nos alguns ensinamentos (alguns totalmente desconhecidos, como é o meu caso), acerca do que é o jornalismo.
Eu tinha uma perspectiva totalmente diferente do que era e como se fazia.
Eis o motivo porque escrevo estas linhas, e como é agradável na minha faixa etária, ainda nos sentirmos quase adolescente ao sentarmo-nos nestas cadeiras da sala, para nos ser ministrada mais uma aula. É uma forma do meu agradecimento especial para quem se preocupa e ajuda a adquirir mais saber e mais cultura.»

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