terça-feira, 28 de junho de 2011

E não é que ele tem razão?

A propósito de um tema muito actual no concelho, o abate de árvores.

sábado, 25 de junho de 2011

Afinal não sou só eu

Já aqui tenho falado várias vezes de um escrevinhador e das suas mentiras, nomeadamente sobre as datas de saída do papel que distribui de vez em quando.
Mas pelos vistos parece que há já quem também o tope, e mais às suas reportagens encomendadas.
Afinal, podemos mentir a alguns durante algum tempo, mas não se podem enganar todos durante todo o tempo.
São os próprios moradores que o apelidam de "Jornal da perspectiva da Autarquia".


http://moradoresverdizela.blogspot.com/2011/06/esta-tudo-sobre-controle.html

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Que idade temos?

Escrevi aqui há cerca de um mês sobre o meu aniversário, a chegada aos grandes «Entas».
Agora vejo Margarida Carpinteiro no Alta Definição (um dos melhores programas da televisão, pelo conceito e pelo apresentador que não tenta brilhar, antes faz brilhar quem fala, mas não deixa de fazer aquelas perguntas que todos nós gostaríamos de fazer).
E nesta entrevista ela diz que tem 67 anos e que está muito feliz.
Isto faz-me pensar que realmente a idade (desde que tenhamos saúde) é um estado de espírito, mais do que aquilo que o Bilhete de Identidade diz.
Vem isto também a propósito de uma coisa que aconteceu ontem, com a minha mãe e a minha tia.
Fui levá-las à estação da Fertágus, e ao falar com a senhora da bilheteira, disse-lhe que elas queriam o desconto de terceira idade.
Resposta rápida, olhando para ambas: “Mas esse desconto é só para quem tem mais de 65 anos!”.
Gargalhada geral da nossa parte. A minha tia tem 67 e a minha mãe chegou em Maio aos 65.
Claro que para elas foi também um enorme elogio, porque a senhora ficou um pouco de cara à banda, quando elas disseram a idade.
A minha tia pinta o cabelo, a minha mãe não, porque o seu cabelo negro tem menos «brancas» do que muita gente mais nova. Rugas também são poucas...
Por isso, só espero mesmo, mesmo (e lá vou eu de novo lembrar os bons genes da Tia Gravito, tia-avó da minha mãe e da minha tia) que quando chegar aos 65 também duvidem de mim quando eu pedir o desconto de terceira idade.
Será sinal que o meu rosto mostrará a idade real que pretendo ter nessa altura.

P.S. - Bem, veremos também se nessa altura ainda existem estes descontos...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

«As serviçais»

Há livros assim. Em que ao lermos a primeira linha, sabemos que nos vão conquistar, que vamos desejar poder ler até ao fim, de um só fôlego.
Há livros que nos marcam.
Sou uma devoradora de livros, acho que já o disse.
Não sei o que faria sem a Biblioteca Municipal do Seixal. Desde o tempo em que era uma sala ampla, junto à estação dos CTT do Seixal, onde fui descobrindo e desenvolvendo paixões mais ou menos duradouras por autores como Zola, Chandler, Camilo, Saramago, Eça (essa uma paixão eterna), e até Anne Ricce (ok, também tive a minha fase de caninos afiados, mas agora não posso nem ouvir falar em dentadas), e muitos, muitos outros.
Já aqui apresentei tiras de BD, outra das paixões que a Biblioteca me ajuda a manter.
Há algo de único ao dirigir-me à secção das novidades e espreitar, tentar adivinhar o que cada capa esconde. Umas vezes desilusões, que não passam dos primeiros capítulos, porque não perco tempo em ler até ao fim alguma coisa que não me interesse, outras a descoberta de livros fantásticos e outros como este, que considero um autêntico «murro no estômago».
«As Serviçais», de Katheryn Stockett é, como o resumo de capa diz, uma história inesquecível. Mas mais do que as histórias individuais de cada uma das três personagens principais, o que choca neste livro é a História que o mesmo nos conta, de um país onde a escravatura acabou no papel, mas que vive em plena segregação racial, antes da grande marcha promovida por Marthin Luther King, antes do «I have a dream!», quando era ilegal o casamento entre raças, que as mulheres brancas prestassem serviço como enfermeiras nas salas de homens negros, e estes não podiam ser enterrados nos cemitérios de brancos.
Um excerto:
«A mãe agarrou-me pelos ombros para olhar para ela: “Há regras para quando trabalhares com as senhoras brancas. Nunca deixes que a Senhora branca te encontre sentada na casa de banho dela. Não importa que estejas tão aflita que já te sai pelas tranças, se não houver uma casa de banho para negros, usa uma que ela não use.”
Aliás, ironicamente, a maior parte da história decorre em redor das casas de banho, de uma campanha que uma senhora branca do Mississípi leva a cabo para que todas as casas tenham banheiros separados, «para evitar doenças», e até na causa de um ataque brutal a um jovem: «Dizem que usou a casa de banho dos brancos na Pincham & Garden. Dizem que não havia nenhuma tabuleta. Mas dois brancos perseguiram-no e bateram-lhe com uma roda de ferro.»
Já li muita coisa na minha vida, já vi muito também, mas este livro está (porque ainda o estou a ler, mas não resisto a partilhá-lo), está a “mexer comigo”, embora não seja ignorante acerca do tema.
Recomendo-o vivamente, porque infelizmente, mais de cinquenta anos depois da história aqui contada, ainda muito dela está actual.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mulheres em luta na Arábia Saudita

Notícia de hoje do Diário de Notícias/Lusa, mas que para muitos meios de comunicação passou quase despercebida.

«Arábia Saudita

Mulheres desafiam proibição de conduzir

Várias mulheres sauditas responderam hoje ao apelo lançado por activistas para desafiar a proibição das mulheres conduzirem na Arábia Saudita, de acordo com mensagens nas publicadas nas redes sociais na Internet.
Um grupo de mulheres sauditas desafia hoje décadas de opressão sobre a proibição de conduzir e pediu às cidadãs do país que possuam carta de condução para aderirem ao protesto.
A campanha Women2drive, lançada há dois meses nas redes sociais Facebook e Twitter, deverá manter-se "até à publicação de um decreto real que autorize as mulheres a conduzir", refere a página do Facebook dos organizadores.
Num comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional apela as autoridades sauditas para "pararem de tratar as mulheres como cidadãos de segunda e abrir os caminhos do reino "às mulheres condutoras".
"Não permitir às mulheres conduzirem é um entrave imenso à liberdade de movimentos e limita a capacidade de realização de atividades quotidianas, como ir ao supermercado ou levar as crianças à escola", adianta a Amnistia Internacional.
Nenhuma lei proíbe as mulheres sauditas de conduzirem, mas as autoridades baseiam-se num decreto religioso («fatwa») e invocam a oposição dos poderosos religiosos e de meios conservadores para manter a interdição.
Devido à proibição, as mulheres são forçadas a contratar um motorista ou, se não tiverem meios, a depender dos membros masculinos da família.

Campanha da Woman2drive
A campanha de hoje inspira-se em Manal al-Charif, uma jovem informática, libertada a 30 de junho depois de ter estado detida durante duas semanas por ter desafiado a proibição de conduzir e ter posto no «site» Youtube um vídeo que a mostrava ao volante.
As autoridades de Riade adotaram medidas drásticas após algumas mulheres com cartas de condução internacionais terem promovido diversas ações para desafiar essa proibição.
Em Maio, as autoridades da cidade de Al Khobar prenderam Manal al Sharif, uma assessora de segurança informática de 32 anos, que optou por conduzir o seu veículo por diversas vezes e exortou outras mulheres a adotarem a mesma atitude através de um vídeo colocado na rede YouTube.
As autoridades desta cidade do leste da Arábia Saudita obrigaram Manal al Sharif a assinar um documento onde se comprometia a não voltar a conduzir, e foi libertada após 13 dias na prisão.
Após este incidente, várias mulheres foram detidas por conduzirem em diversas regiões da Arábia Saudita, que acabaram por ser libertadas após assinarem compromissos semelhantes.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Guerrinhas de retardados

Por vezes de manhã, quando vou a um café meu conhecido e tomo o meu cafezito, entretenho-me a ler algumas revistas nacionais, enquanto aguardo que o «Correio da Manhã», de leitura obrigatória nos cafés lisboetas esteja disponível.
E tenho-me divertido muito com uma guerrinha entre duas das principais revistas nacionais que se digladiam de uma forma algo impressionante para órgãos desta natureza.
A guerra aqui é de quem é que deu primeiro tal ou tal notícia, onde é que saiu ou não tal fotografia e pelo meio alguns apupos, como a TV 7 Dias chamar à outra «A TV que não o Guia», e outros mimos do género.
É óbvio que só inicia este tipo de guerrinhas quem vê escapar debaixo dos pés o público que julgava conquistado com textos mascarados de exclusivos, ou com sonantes títulos que escondem reportagens ocas de sentido.
São também reacções típicas de editores e "jornalistas" que não fazem a mínima ideia do que é o real jornalismo, apenas procuram o lucro rápido e fácil, não tendo pejo de enganarem os leitores, esquecendo-se que a mentira tem perna curta e que não se engana todo o mundo ao mesmo tempo.
Mas ao mesmo tempo, nesta guerrinha, é também possível ver o estado em que alguma comunicação social chegou, vivendo como vive exclusivamente de bombásticos títulos de capa, sem qualquer sumo ou interesse nas notícias depois desenvolvidas, ou ainda com notícias a metro, satisfazendo assim os donos disfarçados de anunciantes.
Felizmente, ainda não chegámos ao nível de alguma imprensa cor-de-rosa inglesa, que chega a oferecer dinheiro aos leitores por histórias (não, parece-me que só houve por aí quem ingenuamente se oferecesse para pagar a colaboradores de outros órgãos, só para os levar para as suas páginas).
Não temos ainda os paparazzis a pendurar-se em árvores para fotografar as banhinhas ou as rugas de alguma socialité, até porque, como dizia Eduardo Gajeiro, «em Portugal os VIP são tão poucos que se um jornalista cor-de-rosa faz algo que desagrade a algum, nunca mais entra em nenhuma festa».
Mas se por algum tempo poderão estes meios sobreviver, vão reparar que os que tomam como leitores fieis ou como patrocinadores bem depressa se cansarão de tais guerras e os mandaram passear.
Por outro lado, fica a postura das revistas e jornais visados, que depois de terem respondido de alguma forma mais directa, optaram por simplesmente ignorar os tais cães ladradores, se bem que compreendo que tal seja muito difícil, porque como diz o ditado «quem não se sente não é filho de boa gente», apesar de gentinha desta merecer todo o desprezo com que os encaremos (quando estes não fogem com olhar, comprometidos como estão).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Os meus meninos

Hoje para mim é um dia muito especial. Faz dois anos neste dia que nasceram os meninos cá da casa.
Sempre tive amigos de quatro patas mas estes são especiais, porque foram os primeiros (tirando as ninhadas de hamster) que nasceram na cama da minha mãe.
O Bruno Miguel, a Sofia, e a MariaJuana, que está agora na casa de um casal amigo.
Por vezes desesperam-nos, quando destroem as flores nos vasos, quando atiram com as molduras ao chão ou levam tudo à frente a correr atrás das moscas, quando arranham ou arreliam o Belchior.
Mas por outro lado, quando nos olham com estes olhos ainda muito inocentes, quando nos tocam com as suas patinhas de veludo, ou se enroscam a ronronar no colo, esquecemos tudo isso.
Rimos quando vemos o Bruno a olhar para a televisão a "ver" os programas com animais ou se mete na banheira quando estamos a tomar banho, quando a Sofia se senta no lava-louças a ver o que estamos a fazer, quando "bate" no cão porque este está também a pedir festas mas depois está enrolada nele a dormir.
São assim os meus meninos, a quem continuo a chamar "bebés", porque serão sempre os bebés da casa.

sábado, 11 de junho de 2011

Não somos um povo livre?


Já várias vezes me coloquei esta questão. Vivemos num país livre? Desde 1974 podemos realmente dizer toda a verdade? A liberdade de expressão é para todos?
Na teoria sim. Na prática não.
Há por aí quem encha a boca a falar de «democracia», «liberdade», «Abril», «igualdade», mas depois na realidade, ainda vivemos num tempo em que as pessoas têm de olhar por cima do ombro quando falam de algumas coisas, e se sabem que sou jornalista é logo um: "você não diga nada disto no seu jornal, não quero problemas".
Será que tais "democratas" sabem o que diz a Constituição da República Portuguesa, ou quando falam da tal "liberdade" e da tal "democracia" apenas recitam uma lição bem aprendida mas não compreendida?
Por isso, um dia depois das comemorações do Dia de Portugal, aqui deixo, para que uns se lembrem e outros aprendam de uma vez por todas o que diz a Constituição Portuguesa sobre a Liberdade de Expressão.

«A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.
A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais.

PARTE I - Direitos e deveres fundamentais
TÍTULO II - Direitos, liberdades e garantias
CAPÍTULO I - Direitos, liberdades e garantias pessoais

Artigo 37.º - (Liberdade de expressão e informação)

1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.
2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal, sendo a sua apreciação da competência dos tribunais judiciais.
4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos.»

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Jornalista ou vendedor?

É verdade, agora que cheguei aos quarenta, já estou como dizia o meu pai «desde que vi um porco a andar de bicicleta, nada me espanta».
Hoje dava uma vista de olhos pelo site Carga de Trabalhos, deparei com isto:

jornalista
Empresa editora de revistas recruta uma jornalista.
Pretendemos ser contactados por profissionais dinâmicos, responsáveis e com forma rigor e autonomia.
Será factor preferencial experiêcia ou capacidade comercial.
Os candidatos seleccionados serão posteriormente contactados para marcação de entrevista na próxima segunda-feira e início de actividade no início do mês de Junho.
Oferecemos ordenado base acrescido de comissões, prémios de produtividade e ajudas de custo.
Será factor decisório viatura própria.
Local: Porto
Tipo: Full-time;

Já não é a primeira vez que falo sobre este tipo de anúncios, mas pelos vistos o desplante de quem os coloca não tem limites.
Mas se tivermos em conta que agora os jornalistas até podem fazer nobres e ajustadas campanhas eleitorais e que há muitos que pensam que os jornalistas deviam era estar em casa a cozer meias para não mostraram ao público as mentiras que eles tentam esconder, então e com nova citação, desta vez do ex-treinador nacional, se calhar: «O burro sou eu!».

domingo, 5 de junho de 2011

A votos

Hoje fui votar pela primeira vez na minha nova morada, ou seja, no Barreiro. Nas últimas eleições, ia votar, mas como deixo sempre tudo para a última, quando cheguei ao local, a escola estava em obras, e claro, já se sabe que no dia ninguém conseguia obter informações pelo CNE.
Por isso, desta feita, fiz a minha pesquisa, obtive os meus dados e lá fui votar na escola primária da Telha Nova.
Se pensei em quem iria votar? Sim. Não foi como em eleições anteriores, onde a escolha já estava feita, bastava apenas procurar no boletim de voto onde colocar a cruz.
Desta feita analisei tudo e pesei todos os factores.
Se me abstivesse, como já fiz, daria a força aos comentários de que a abstenção não serve o país, que mais não passa do que a preguiça em funcionamento. Embora já o tenha feito, tenho para comigo que é recusar um direito pelo qual muitos lutaram e morreram para obter. Mais ainda no caso de ser mulher, sabendo a luta de séculos que foi para que as mulheres pudessem obter também este direito.
Votar em branco, sinceramente para mim não é carne nem peixe. Até porque, quando ouvimos a comunicação social, o que se fala sempre é da abstenção e os votos em branco, embora possam ser o exercício de cidadania como forma de protesto, ficam ao nível dos votos nulos. Logo, sem muita expressão.
Basta ver que neste momento nas televisões se discute apenas a abstenção.
Quanto à escolha, tive de ponderar vários factores.
Fiquei desiludida porque o partido onde tenho votado recusou-se a fazer parte da discussão com a Troika. Aqui tenho o mesmo argumento que é usado para com a abstenção: se não falaram ou votaram, então é porque aceitaram o que lhes é dado. Não participar numa discussão não é uma forma de protesto, é legitimar as decisões contra as quais podem até estar contra, mas que não rebateram.
Estou também desiludida, como ambientalista, pelo partido onde também votei não ter qualquer expressão na Assembleia da República ou, mais importante ainda, no dia a dia. Não é emitindo comunicados que se resolvem os atentados ambientais. Não é destruindo campos de milho transgénico que se luta contra os aterros ilegais ou abate de árvores.
E quando dizem que não há alternativas, isso é falso.
Basta ver o boletim de voto deste ano. São muitos os partidos, são muitas as escolhas fora dos partidos que, de uma forma ou de outra, têm abandonado o eleitorado em nome de interesses próprios.
A Assembleia da República é isso mesmo, a representação dos ideais de todos os portugueses e por isso não compreendo porque é que durante décadas apenas tem vindo a ter representação de cinco a seis partidos.
E por esse motivo este ano votei no partido que creio que representa os meus ideais, com que melhor me identifiquei na campanha eleitoral e com o programa.
Votei Partido Pelos Animais e pela Natureza. Não sei se chegará a eleger algum deputado, o que sei é que a alternativa existe e eu votei nela.
Votei em nome dos direitos dos animais e das mudanças de mentalidade em termos ambientais que o mundo e o país têm de fazer.
E, ao contrário de alguns que por aí andaram e continuam a fazer campanha a troco de favores, só agora aqui deixo o meu sentido de voto, depois de fechadas as urnas e antes até de se saber quem irá (de novo) “governar” o país, porque acredito que a diferença faz mesmo sentido.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Suicídio...

O que pode levar uma pessoa ao suicídio? Todos nós sentimos que existem momentos nas nossas vidas em que não conseguimos suportar respirar mais um minuto que seja, aguentar mais uma dor. Mas lá vamos conseguindo superar tudo isso, sozinhos ou com a força e apoio de familiares e amigos.

Para mim, alguém que se suicida, ao contrário de ser cobarde como alguns gostam de os apelidar, é alguém muito corajoso, porque não pode ser fácil pensar e executar tal acto.
Vem tudo isto a propósito de uma triste notícia que recebi no sábado, dia do meu aniversário.
Um primo meu matou-se. A família encontrou-o pendurado numa oliveira.
Há alguns anos que não tínhamos «lidação», mas lembro-me de quando ia à Mata da Rainha e lá nos encontrávamos, como ele era divertido. Era uma versão masculina de mim, com um farfalhudo bigode, que era a sua vaidade.
Pouco mais novo do que eu, adorava o campo e a terra, talvez porque também não tenha tido qualquer outra oportunidade. Do pai, irmão da minha mãe, tinha herdado a jovialidade e um sorriso algo trocista.
Também esse meu tio faleceu num estúpido acidente há cerca de dez anos, quando um tractor se virou sobre ele.
O que terá levado o Joaquim, sempre com um sorriso pronto e uma piscadela de olho, enquanto fazia mexer o bigode, a tal acto? Só ele o saberá.
Mas só espero que tenha, finalmente, encontrado a paz que não encontrou neste mundo.