quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Mais uma vez, Mafalda...

Quem pode negar razão a Quino?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Os Bifes da Jonet


A história das declarações de Isabel Jonet teve contornos de histeria, o que não admira na altura em que vivemos, onde é fácil e funciona como uma catarse, esta caça às bruxas.
Embora compreendendo o que ela quis dizer, acho que o fez da forma mais infeliz possível.
É verdade que muito do crédito que agora sufoca as familias portuguesas foi feito na base da vaidade, para comprar o LCD da moda, o último Ipod, a X-Box para o menino, etc e tal.
Por isso, concordaria totalmente com ela se a metáfora fosse nesse sentido.
Infelizmente, talvez por ser a sua área de trabalho, optou por falar em comida. E com isso colocou tudo em pé de guerra. É que numa altura em que milhares de crianças vão para a escola com fome, em que optamos por levar arroz com atum para aquecer no trabalho e iogurtes XPTO nem vê-los, vir falar em comer bifes, é no mínimo, deselegante.
E também vindo de quem tem telhados de vidro. Gostaria de saber quando foi a última vez que a senhora Jonet se dirigiu a um supermercado para fazer as compras mensais de comida. E repito, de comida.
Infelizmente, e poderei ser criticada pelo que vou dizer, mas há vários anos que me recuso a dar para o Banco Alimentar.
E explico: é que eu cá em casa já comi de lá.
Não porque precisasse, felizmente, mas simplesmente porque tinha uma vizinha, que embora casada e sem necessidades económicas, conhecia alguém que lhe dava quantidades industriais de comida: arroz, farinha, manteiga, ovos, açucar, etc e tal, e as quantidades eram tamanhas que ela tinha de distribuir pelos vizinhos.

Por outro lado, conheci há algum tempo um casal que fez voluntariado no Banco Alimentar, e que ao fim de alguns meses deixou porque viam as carrinhas arrancar com os melhores alimentos e com prazos de validade mais longos para certas «moradas certas», deixando para trás os iogurtes e outros bens já perto da fim da data de validade.
Mas isto não se passa apenas aqui, passa-se com toda a distribuição de alimentos que são atribuidos pela Segurança Social (os tais que até trazem carimbo de venda proibida) e que vão parar, mercê de certos atributos de quem os distribui a pessoas que de nada precisam, racionando-se para quem realmente precisa.
E isto ninguém me disse, estive com pessoas que me mostraram listas e dados que provam isso, mas que não quiseram dar a cara para a reportagem que planeava, com medo de perderem o pouco que já recebiam.
Perante tudo isto, recuso-me terminantemente a contribuir para tais peditórios. Já estive com associações que de pouco fazem muito, que distribuem refeições para os mais carenciados, e que não fazem peditórios nacionais, ajudando talvez muito mais gente do que com campanhas mediáticas.
Por isso também sei que não é preciso vir para a televisão apelar com saquinhos ou para arrendondar contas. E esses sim, terão sempre o meu total apoio para o que precisem.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O triunfo...

Ao ouvir hoje um pouco da discussão sobre o OE2012, só me consigo lembrar de George Orwell.


«Doze vozes gritavam em fúria e eram todas idênticas. Não havia agora dúvidas sobre o que estava a acontecer à cara dos porcos. Os animais que estavam lá fora olhavam dos porcos para os homens, dos homens para os porcos e novamente dos porcos para os homens; mas já não era possível dizer quem era quem.»