domingo, 27 de fevereiro de 2011

A memória é o sentido mais forte de todos

Esta foi a frase que mais me marcou hoje. Foi dita no programa «Masterchef», por um dos júris. Adoro programas, livros e revistas de culinária. Acho que são os únicos momentos de televisão que realmente valem a pena.
Este episódio do Masterchef, onde pessoas comuns concorrem para serem os melhores em termos de confecção de comida, foi muito interessante porque se notou emoção em cada um dos participantes. O desafio era cozinhar um prato da infância.
E praticamente nenhum dos concorrentes ficou com os olhos secos, e desta feita não teve a ver com qualquer tipo de classificação ou saída de companheiros. Foi pura emoção da memória.
Claro que ao ouvir um desafio assim, todos os espectadores devem também ter pensado nas suas memórias de infância relativamente à comida.
E claro que a açorda de alho do meu pai me veio logo à memória. Ainda hoje a fazemos aqui em casa (deixo de parte de bom grado um bife do acém para comer uma açorda), mas por qualquer motivo, mesmo com os mesmos ingredientes e o pão que é vendido aqui à porta pelo Ti Chico, vindo do Torrão, não me sabe ao mesmo.
Não falo da papa (migas) a que chamam açorda aqui em Lisboa. Falo da verdadeira açorda, com pão fatiado, o ovo mexido na mistura de alho e poejo, escaldado com água a ferver onde se cozeu um bocado de peixe.
Quem não conhecer a receita, basta procurar num dos trabalhos dos Banza, eles descrevem-na muito bem. Já a cozinhei para pessoas que nunca a tinham provado, uma das quais brasileira, e foi interessante ver a reacção: nem gostaram nem desgostaram, mas estranharam muito.
Jesus, comia já uma agora!!!

Outra memória que tenho é da minha madrinha, a «Maíta», como lhe chamávamos as mais pequenas, de quem ela foi mais do avó e de quem herdei o nome. Só para terem uma ideia, ela foi madrinha de baptismo da minha mãe e da minha tia, a quem criou no Pedrógão de S. Pedro, foi madrinha de casamento de ambas, madrinha de baptismo das respectivas filhas e madrinha de casamento da minha irmã.
Nas memórias gastronómicas dos domingos passados na casa dela tenho os refrescos de groselha no Verão, e algo que eu não gostava em parte, mas que hoje sinto muitas saudades.
Quando a Maíta dizia que ia fazer ‘um docinho’, já sabia que falava de papas de farinha maisena. Mas o que tinham de especial era que ela colocava açúcar por cima e queimava com um ferro quente. Gulosa como sempre fui, mas avessa a papas, tentava comer só o açúcar queimado e tinha depois de 'as ouvir'.
São só duas memórias das milhares que tenho, aliás que todos temos. Mas hoje este programa, um dos meus favoritos, abriu-me o apetite para este texto e para estas memórias que aqui partilho.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Reclamo, reclamo e reclamo as vezes que forem precisas!

Sou mesmo assim, não fico calada. Seria porque o meu pai sempre me disse que depois de 1974 podia dizer o que quisesse? Talvez, mas que não me calo, isso nunca.
E o que mais me irrita são aquelas pessoas do género: «Agarrem-me senão eu mato-o!», e que se chegam a um qualquer serviço berram com as funcionárias, mas quando lhes propoem que diga o mesmo no Livro de Reclamações, logo vão dizendo que «Não estão para se chatear com isso».
Eu reclamo e se puder ainda envio uma cópia da reclamação à gerência.
No caso que falo abaixo, não consegui estacionar no parque do Hospital Garcia de Orta, mas fiz chegar o meu descontentamento à Direcção.
Se todos fizessem o mesmo se calhar não eramos tratados como simples ovelhas por alguns marmanjos que por aí andam.

«geral@hgo.min-saude.pt
data15 de fevereiro de 2011 18:27
assuntoFalta de condições de acesso e de estacionamento

Exmos Srs,
Venho por este meio expressar o meu profundo desagrado com duas situações com que me deparei hoje no Hospital Garcia de Orta.
1.º Tinha uma consulta de dermatologia com o Dr. João Goulão às 11h00. Perante o caos do trânsito desta manhã, e apesar de ter saído do Seixal às 09h45, à hora da consulta ainda não tinha conseguido chegar ao Hospital. Liguei do meu telemóvel para o serviço de Dermatologia, onde me foi dito que não podiam remarcar a consulta por telefone, tendo de me dirigir ao Hospital para o fazer.
Acho isto muito indigno porque se actualmente existem várias aplicações do Simplex, também nos serviços do Hospital deveriam implementar algo como a marcação ou remarcação de consultas via telefone.

2.º Perante isto, e para não perder a viagem e o gasto de gasolina, acabei por ir até ao Hospital onde me deparei com o caos total no que respeita ao estacionamento.
Dezenas de automóveis em «carrocel» davam voltas e voltas ao local para tentarem estacionar.
É inconcebível que um Hospital, pago com o dinheiro de todos os contribuintes, feche áreas de estacionamento só para funcionários, e não tenha em conta que também não existem transportes decentes para o local (nem autocarros nem Metro Sul do Tejo).
Tudo isto leva a que se gastem horas para conseguir um lugar de estacionamento, porque por vezes os veiculos transportam pessoas com mobilidade reduzida ou doentes. No meu caso, iria fazer um tratamento com corticoides, que me deixa sempre muito abalada, para poder depois andar quilómetros até às paragens de autocarro ou mesmo para andar de transportes públicos.
Hoje nem junto à estrada ou no Pragal, segundo ouvi a pessoas, havia local para estacionar. Mesmo pedindo a algum segurança para colocar por minutos o veiculo num dos parques para proceder à remarcação da consulta, estes não acediam, dizendo que não era para isso que os mesmos serviam.
Pergunto de novo: Não foi o dinheiro de TODOS OS CONTRIBUINTES, LOGO UTENTES deste Hospital que pagaram essas infra-estruturas? Parece que não.
Acabei por desistir. Não sei quando vou voltar ao Hospital para remarcar a consulta. Mas queria dar-vos a conhecer o meu desagrado, em tudo semelhante às centenas de pessoas que ali se deslocam diariamente sem terem sequer transportes decentes para o serviço de Consultas Externas.
É lamentável que a direcção deste Hospital não tenha tido tudo isto em consideração.
Cumprimentos
Maria do Carmo Torres »

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Para Sempre Zeca

23 de Fevereiro. Data de falecimento de Zeca Afonso, nascido José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos em Aveiro a 2 de Agosto de 1929. Faleceu no Hospital de Setúbal, às 3h00 da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica e está sepultado no cemitério de Setúbal.
Não podia deixar de fazer esta homenagem.

Mas fica a pergunta: Foi para uns meninos incendiarem automóveis e autocarros em "contestação" que homens como Alfredo Matos e tantos outros sofreram às mãos da PIDE?


Por Trás Daquela Janela


Por trás daquela janela
Por trás daquela janela
Faz anos o meu amigo
E irmão

Não pôs cravos na lapela
Por trás daquela janela
Nem se ouve nenhuma estrela
Por trás daquele portão

Se aquela parede andasse
Se aquela parede andasse
Eu não sei o que faria
Não sei

Se a minha faca cortasse
Se aquela parede andasse
E grito enorme se ouvisse
Duma criança ao nascer

Talvez o tempo corresse
Talvez o tempo corresse
E a tua voz me ajudasse
A cantar

Mais dura a pedra moleira
E a fé, tua companheira
Mais pode a flecha certeira
E os rios que vão pró mar

Por trás daquela janela
Por trás daquela janela
Faz anos o meu amigo
E irmão

Na noite que segue o dia
Na noite que segue o dia
O meu amigo lá dorme
De pé

E o seu perfil anuncia
Naquela parede fria
Uma canção de alegria
No vai e vem da maré

Por trás daquela janela
Por trás daquela janela
Faz anos o meu amigo
E irmão

Não pôs cravos na lapela
Por trás daquela janela
Nem se ouve nenhuma estrela
Por trás daquele portão
* Zeca Afonso, dedicado a Alfredo Matos, quando se encontrava preso pela PIDE

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Boas surpresas pela Internet

Já chega de ocupar este meu espaço com imbecis, por isso e porque só ontem descobri este video através do Facebook, aqui o partilho.
Quando vi o título Taberna de Cuba, Baixo Alentejo, tinha de ir ver. Afinal é a terra do meu pai.
A minha grande surpresa foi que o meu avô está aqui. Partiu há 22 anos e vê-lo ali foi muito estranho. Ele é o alentejano que aparece aos 58 segundos do vídeo, atrás de um outro, e que não canta.
Afinal, a Internet ainda tem coisas muito boas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A acta que desacta

E ainda na sequência da mentira e hipocrisia...
Já que havia para aí quem andasse à procura de actas desta famosa sessão de Câmara do dia 13 de Janeiro (não foi sexta-feira, mas não deixou de ser um dia algo aziago para alguns!).
Já agora, na última folha é interessante ler o que refere o vereador Samuel Cruz, sobre os apoios à comunicação social, o tal quadro que um ignorante diz provar que o jornal que dirige não tem tido mais apoios que os outros (risos).






sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A mentira e a hipocrisia do Jornal do Seixal





Quase que já se torna cansativo este tipo de posts aqui. Mas tal como dizia um político da nossa praça, «a mim ninguém me cala» e também não temos de calar estas coisas.
Mais uma vez o Jornal do Seixal saiu hoje, dia 11 de Fevereiro para quem anda mais distraído, com a data de 12 de Fevereiro, sábado.
Já por várias vezes dissemos o mesmo sobre este periódico, que sai quando lhe dá na real gana, muitas vezes apenas em formato virtual, como é exemplo a edição N.º 103 de 29 de Janeiro, que depois de ter sido ostensivamente enviada para vários emails (do «Comércio» e das suas directoras incluídos) agora até desapareceu do blogue deste, e apenas pode ser encontrado neste link: http://www.roteirodoseixal.com/fileupload/pdf/JSx_103LR.pdf
O tal jornal dá agora lugar a esta edição com data de amanhã.
Coitado, tão ingénuo é este “jornalista”, que nem sabe a quantas anda.
Mas mais ingénuo é, ou melhor hipócrita, quando no seu editorial refere ser vítima de um complô político/jornalístico.
Mas a algaraviada de alguém que diz ser tão independente, só demonstra recear a verdade que tem vindo a ser trazida às sessões camarárias, sobre os ajustes directos entre a câmara e o referido jornal, facto comprovado com provas pelo «Comércio».
E aqui mais uma vez comprova a sua total iliteracia não sabendo interpretar o texto por nós publicado e que tão avidamente deve ter lido, mantendo uma hipócrita posição de que tudo não passa de insinuações perante os factos que o «Comércio» apresentou.
A juntar à iliteracia existe também uma enorme deficiência em termos matemáticos, quando afirma que os dados fornecidos pela Câmara Municipal sobre a atribuição de publicidade aos jornais «prova precisamente o contrário». É que os dados desse requerimento pedido há um ano pelo vereador Samuel Cruz referem claramente isto:
Atribuição de Publicidade da Câmara Municipal em 2009
Comércio do Seixal: 795 euros
Noticias do Seixal: 2.670 euros
Jornal do Seixal: 4.750 euros
(curiosamente, ano de eleições autárquicas, em que este "jornalista" muito alardeou sobre uns apoios dados a todos os jornais locais por alguém da oposição... Mas "esqueceu-se" de mencionar o que recebeu da Câmara).

Atribuição de Publicidade da Câmara Municipal em 2010
Comércio do Seixal: 645 euros
Noticias do Seixal: 2.210 euros
Jornal do Seixal: 2.075 euros (sem contar com o ajuste directo que este senhor foi às instalações da Câmara Municipal assinar).

Aqui se vê como é contemplada a “independência” deste «modesto projecto editorial que vive unicamente da publicidade».

Post Scriptum: perante mais um email enviado em pseudo-alerta por este jornal para o meu email, enviei este link. Aqui fica a educada resposta de quem ainda não aprendeu como se retira um contacto da base de dados:

«Jornal do Seixal Clube de Jornalismo Nova Morada

paramariadocarmo.torres@gmail.com
data11 de fevereiro de 2011 21:11
assuntoRe:
Menina já o outro dia lhe disse que qualquer contacto só por ter ido por engano. Da sua parte, distância, muita distância e seja onde for envenene-se com quem quizer.
jhs »

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

DAAAAAHHHHHHHH!!!!!!


Há uma coisa de que gosto de me gabar.
É de perceber alguma coisa de mecânica de automóveis. Não sou como muita gente que nem sabe mudar um pneu e se lhes dizem que o carro tem um «macaco» pensam que é um animal que fugiu do Zoo.
Não. Orgulhosamente sei mudar pneus, velas, colocar óleo, e mais umas coisitas. E lá vou percebendo alguma coisa da mecânica mais profunda, ou não tivesse também sido coordenadora editorial na área automóvel e de peças de várias revistas.
Mas sou falível. E de que maneira.
Há uns dias andava a ouvir um barulhinho estranho no carro. Assim como que uma coisa solta a bater em metal.
Vi os pneus, abri o capot, procurei a origem do som, e vendo que não conseguia fazer nada, e já preocupada com a saúde do meu Boguinhas, ala até ao meu mecânico, o Sr. Pires.
Lá chegada, e porque ele simpaticamente me atende logo, expliquei-lhe o motivo da minha preocupação.
Arrancou com o carro, comigo ao lado, e lá fomos ouvindo o tal barulhinho de bater.
Uns metros adiante, o Sr. Pires parou e olhou para o espaço que o meu rádio ocuparia se não tivesse roubado num assalto há uns anos atrás, em que levaram essa relíquia.
Olhou e colocou lá dentro a mão, para retirar um pequeno canivete em aço que ali guardo (junto com os óculos e mais umas coisas, porque é preciso aproveitar todo o espaço dentro de um carro).
Arrancou e
Milagre!
Acabou o tal ruidozinho.
Fiquei de cara à banda, fiz um sorriso amarelo e o Sr. Pires lá me “dispensou” com um sorriso e um “acontece aos melhores”.
Como diria o grande jornalista Fernando Peça: E esta hein?