sábado, 22 de setembro de 2012

"O mal da morte"

Estes dois dias rumei de novo até Pedrogão de S. Pedro, para mais dois dias de bricolagem e ares puros.
Como sempre, paragem obrigatória em Castelo Branco, ou melhor, no seu mercado, para comprar bicas de azeite, borrachões e os queijos babados que só ali se encontram ao melhor preço.
E como desta vez, até lá encontrei um vizinho do meu prédio aqui do Cavadas em compras para levar para o Ladoeiro.
As bancas para todos estes produtos são sempre as mesmas, e com isso acabamos por criar alguns laços com as pessoas, como a padeira que pergunta sempre como está Lisboa e recorda a vez que veio a um casamento à Igreja de Arrentela, ou a senhora dos queijos, de quem acompanhamos o casamento da filha e alguns momentos menos bons de saúde.
Sem sabermos sequer nomes próprios, os laços vão-se firmando.
E lá fomos em nova romaria.
Só que desta vez um choque nos esperava.
Ao perguntar à senhora da banca dos queijos como ia, a resposta veio rápida: "tenho o mal da morte".
Não queria acreditar nos meus ouvidos e perguntei de novo.
"Tenho o mal da morte…"
E passou a explicar que os médicos só agora, aos 69 anos é que viram que tinha um tumor maligno no peito, que iria ser removido, mas que já se alastrara para o braço… que iria começar a quimioterapia, mas que não estava sem grandes esperanças e por isso estava a passar o negócio para outra pessoa que a acompanhava nestes dias.
O choque deixou-me sem fala, embargada pelas lágrimas.
Pensar que nos preocupamos com tanta coisa, gritamos, ofendemos, sofremos e de repente podemos ser apanhados pelo «mal da morte».
Confesso que o queijo que comprei desta vez trás um travo amargo… muito amargo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

E o burro sou eu?????



Depois do post de ontem, hoje recebi estes dados por email.
E com isto ainda nos falam em necessidade de austeridade? E com estes tachos, acham mesmo que é com manifestações, por muitos milhares de pessoas que levem, que vão resolver as coisas? Pois, vão esperando sentados.

1º Exemplo

O Presidente dos EUA recebe por ano $400.000,00 (291.290,00Euros);
O Presidente da TAP recebeu, em 2009, 624.422,21 Euros;

2º Exemplo
O Vice-Presidente dos EUA recebe, por ano, $ 208.000,00 (151.471,00 Euros);
Um Vogal do Conselho de Administração da TAP recebeu 483.568,00 Euros;
O Presidente da TAP: - ganha por mês 55,7 anos de salário médio de cada português.

3º Exemplo
A Chanceler da Alemanha recebe cerca de 220.000,00 Euros por ano;
O Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu 560.012,80 Euros;
O Vice-Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu 558.891,00 Euros;
O Presidente da Caixa Geral de Depósitos ganha por mês 50 anos de salário médiode cada português.

4º Exemplo
O Primeiro-Ministro de Portugal recebe cerca de 100.000,00 Euros por ano;
O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS recebeu 249.896,78 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS: ganha por mês 22,3 anos de salário médio de cada português.

5º Exemplo
O Presidente da República Potuguesa recebe cerca de 140.000,00 Euros por ano;
O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal recebeu 205.814,00 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal ganha por mês 8,4 anos de salário médio de cada português;

6º Exemplo
O Presidente da República Francesa recebe cerca de 250.000,00 Euros por ano;
O Presidente de Administração dos CTT - Correios de Portugal, S.A. recebeu 336.662,59 Euros;
O Presidente de Administração dos CTT Correios de Portugal, S.A. ganha por mês 30 anos de salário médio de cada português.

7º Exemplo
O Primeiro-Ministro da Inglaterra recebe cerca de 250.000,00 Euros por ano;
O Presidente do Conselho de Administração da RTP recebeu 254.314,00 Euros;


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Por tudo e mais alguma coisa

Esta tinha mesmo de partilhar... por tudo o que se passa neste país e pelo que ainda virá.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sol e água morna...


Depois das férias, do sol e praia, eis que recebemos quase à mesma hora do início da Festa do Avante e do jogo da selecção, mais um dos baldes de água morna a que já nos habituaram.
E digo morna porque não me venham agora dizer que não era expectável, depois de tudo o que já suava cá para fora, que o governo não iria fazer alguma destas.
Mas claro, lá se seguiu a gritar viva a Portugal e a dançar a Carvalhesa e segunda-feira chega e de volta ao facebook toda a gente é revolucionária, toda a gente vai à manifestação, toda a gente está contra o governo.
Mas fizessem no próximo domingo eleições legislativas, e veriam o resultado...
Toda a gente está contra, mas falem-lhes em boicote fiscal, em não pagar portagens, em não pedir factura ou entregar a declaração de IRS, e «epá, isso não, vê lá, depois o que ia acontecer e tal...».
Da minha parte, à partida o assunto fica por aqui. Falem comigo quando decidirem reais formas de luta que não passem por desfiles na avenida mas que também não envolvam partir montras ou danificar carros de inocentes.
Falem comigo quando tiverem real coragem para uma resistência que passará por sacrificios, sim, mas que será a única resposta. Enquanto continuarem na ilusão que clicar em «Gosto» em fotos com cães a mijar para a foto do PPC ou a dizerem que vão a manifes mas já têm a toalha de praia no carro, não contem comigo.
Por mim vou continuar a partilhar as fotos dos animais, esses sim, as verdadeiras vítimas desta situação e a lutar contra as touradas, posição que curiosamente parece ofender algumas pessoas que, publicamente de cravo vermelho ao peito defendem a liberdade e o direito à indignação e à expressão, mas só até ao ponto em que esta não colida com os seus prazeres mesquinhos...

sábado, 1 de setembro de 2012

RTP, o fim?

Seria por princípio ou porque perderam os carrinhos de luxo?
Pelo que têm feito na RTP, RTP 2 e RTP Memória, já foram tarde.

«O Conselho de Administração da RTP apresentou o pedido de demissão ao Governo, numa reunião com o ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, pedido esse que foi aceite, informou hoje o gabinete de Miguel Relvas.
A demissão do Conselho de Administração da RTP, liderado por Guilherme Costa, sucede depois das veementes críticas da equipa de gestão da própria RTP ao cenário de concessão da RTP 1 apresentado por António Borges, consultor do Governo para as privatizações, na semana passada.
Além da reação da administração da RTP, também toda a oposição, PS, BE e PCP manifestou o seu total desacordo face ao modelo apresentado por Borges em entrevista, na quinta-feira, na TVI. O anúncio do modelo de concessão da RTP1 criou inclusivamente mau estar no CDS, parceiro de coligação no governo, tendo vários dos seus dirigentes, reprovado esta ideia.
"O conselho de administração da RTP considera descabido do ponto de vista institucional a divulgação pública de opiniões favoráveis a um dos cenários ainda em análise, sentindo-se por isso obrigado a divulgar publicamente que manifestou, em tempo oportuno, a sua discordância relativamente a este cenário", apontou o órgão presidido por Guilherme Costa em nota divulgada na passada segunda-feira.
No documento, a administração da empresa disse ainda que "não reconhece os argumentos económicos de poupança para o Estado, apresentados publicamente, em favor deste cenário", quando comparados com os do Plano de Sustentabilidade Económica e Financeira (PSEF), aprovado pela tutela no final de 2011.
No entanto, é esta mesma administração que o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, decidiu reconduzir para mais um mandato, num convite tornado público pelo governante em plena Assembleia da República, em novembro último. "Convidei o atual presidente do conselho de administração para se manter em funções, renovando o contrato", disse o ministro em audição na reunião conjunta da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais e do Orçamento, a 16 de novembro.
O governante acrescentou acreditar que "o trabalho feito [pela administração da RTP] é significativo". Guilherme Costa era o rosto do plano de sustentabilidade económica e financeira da RTP apresentado no final de outubro de 2011 e aprovado pelo Executivo, e que teria uma implementação mais aprofundada em 2012.
Na altura, o ministro manifestou-se "profundamente convencido" de que o plano de sustentabilidade financeira da RTP iria "ter sucesso" e o apoio dos trabalhadores.
Durante a apresentação do plano de sustentabilidade económica e financeira da RTP, a 24 de outubro de 2011, Guilherme Costa tinha afirmado que o canal remanescente da privatização iria ter receitas publicitárias, o que estava incluído na estratégia do gestor.
Mas quase um mês depois, e após Guilherme Costa ter aceite o convite do ministro para continuar na RTP por mais um mandato, Miguel Relvas afirmava que "o canal subsistente da RTP não conterá publicidade comercial". Uma contradição que foi desvalorizada por ambos os intervenientes, mas nessa altura falava-se da privatização de um dos canais generalistas da RTP.»


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/administracao-da-rtp-demitiu-se-e-relvas-aceitou=f750272#ixzz25GHqIDpS