terça-feira, 19 de março de 2013

Começar de novo?


Não sou muito fã de novelas, mas lembro-me que uma das centenas que passaram na nossa televisão tinha uma música de abertura chamada «Começar de Novo», e que a letra era qualquer coisa como «começar de novo, vai valer a pena». Este pode ser um bom princípio em certas ocasiões. No entanto, parece que há quem pense que basta deixar correr as águas do tempo para que o passado fique apagado como se por ele se passasse uma esponja. Infelizmente, ou felizmente, não é assim. E isso é ainda mais evidente no campo da internet, onde qualquer coisinha que um dia tenhamos postado, fica por ali para todo o sempre. No entanto também há coisas, situações e acontecimentos que não precisam das memórias hertezianas para serem recordados. Estão gravados em nós. De tal ordem que quando as memórias ressurgem, nem é preciso procurar muito fundo para termos à mão as recordações dos factos.
À mão ou via internet, que para estas coisas dá um jeitão enorme.
Mesmo quando há quem tente apagar essas memórias, convencido que assim irá ressurgir qual virgem pura aos olhos dos incautos. Mas, como costumo dizer, eu não esqueço nem perdoo.
P.S. Um feliz dia do Pai a quem parar por aqui alguns segundos a ler o que escrevo. O meu pai já partiu há vinte anos, mas ainda guardo todos os seus ensinamentos.
Um dos quais foi o de que «o medo é do tamanho que o fazemos».
E este pequeno dito fez-me ter, desde que me lembro, coragem para enfrentar o mundo.

domingo, 17 de março de 2013

Graffitados


Por vezes, venho a este meu cantinho com um tema concreto ou uma história para escrever.
Outras, olho para a tela em branco, e apetece-me deixá-la assim.
Podia usar a falta de tempo para esta preguiça, mas não é verdade porque o tempo passado no sofá até tem sido bastante.
E depois ouve-se algo como o que Herman José dizia na RTP1 sobre os graffitis e a peça que passou no telejornal comparando isto com 'o gás que se for canalizado é uma coisa excelente, mas se escapar ou não for utilizado pode ser uma catástrofe'.
Isto para dizer que se as autarquias apostarem em canalizar um certo tipo de pessoas a fazerem graffitis em locais específicos, podem acabar com os horríveis tags que vemos por aí.
De certo modo concordo, prefiro ver um muro pintado com uma certa arte, do que escrevinhado. Mas ver sempre o mesmo muro a ser repintado ano após ano num género de concurso de graffitis também não é solução, até porque embora seja uma ideia interessante, para este concurso não vêm os tais miúdos de rua mas antes artistas convidados.

No entanto, esse tipo de atitude das autarquias iria terminar com os meninos que se divertem a destruir propriedade pública e privada? Não.
Isso acabaria se as forças de segurança ou os cidadãos que vissem algo assim tivessem poder para pôr nas mãos dos meninos uma escova de dentes e líxivia e os obrigassem a apagar assim os seus «desenhos».
Até lá vamos vendo coisas bem horrorosas por aí.

P.S. - A foto é retirada da internet, pelo que não sei se ainda está assim mas se calhar aqui fica a proposta para aquela «estátua» poder receber a obra de algum verdadeiro artista de graffiti.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulheres

Confesso que sou céptica em relação ao Dia Internacional da Mulher, porque o ideal seria que não fosse necessário.
Infelizmente, em pleno século XXI, destacar e alertar para a situação da mulher é cada vez mais necessário.
A perda de direitos adquiridos, o aumento da violência contra as mulheres, o desemprego e a falta de possibilidade de até ser mãe, tudo isso são violações.
A um nível mais restrito, continuo a ver homens com atitudes machistas perante mulheres que têm algum poder.
Ainda custa a muitos homenzinhos que não possam levantar a mão ou dar um berro ou não ver a mulher que de uma qualquer forma se lhe opõe encolher-se de medo perante qualquer ameaça, como viam acontecer no seu lar de infância.
Na minha profissão, já me disseram um pouco de tudo. Na minha actual posição no jornal, pior ainda.
Mas como eu costumo dizer, para enfrentar esses homenzinhos basta mostrar-lhes, quando eles pensam estar a lidar com «meninas», que afinal estão a lidar com «gajas».
Como me dizia Teresa Nunes, presidente da Junta de Freguesia de Arrentela na entrevista para a edição do Dia Internacional da Mulher, "só participando na vida social é que as mulheres se podem libertar, lutar pelos seus direitos e sobretudo, despertar consciências."