sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Feliz Natal, Merry Christmas, Feliz Navidad, e afins...

E pronto, chegou outra vez aquela altura do ano em que atendemos o telefone a cantar o Jingle Bells, em que achamos que deviamos ter feito mais, falado mais, comprado mais (ahahahahahahahhah, pois sim!).
E também a altura do ano onde nos lembramos dos amigos com quem não falámos durante os últimos onze meses (graças aos deuses agora temos o facebook!!!).
A determinada altura, por questões profissionais, adorava esta época. Era a altura em que a todo o momento do dia tocava a campainha na redação para entregarem "aquela" lembrança da agência A ou X. Em que nunca sabiamos para quem era, mas que se alguém gostasse por exemplo de um prato da Paula Rego, era para ele que ia, ou uma bússola, ou até uma garrafa de Moet Chandon para abrirmos e celebrarmos todos.
Bons tempos.
Hoje, se recebemos um postal natalício via email, já é uma festa
Mas será esse o verdadeiro espírito do Natal? Ontem, o meu ex perguntava-me se eu sabia o que era o Natal.
Disse-lhe que não. Mas depois refiz o meu comentário.
Contara-me ele, nesse telefonema, que no domingo deparara com uma cadelinha podenga no meio da estrada, enfiada num saco de plástico preto, só com a cabeça e as patas da frente de fora. Passaram carros que se desviavam e ninguém parava. Ele parou. E recolheu essa cadelinha.
"Olha, agora estou a tratá-la, porque tinha o focinho ferido, e segue-me como uma sombra. Não suportei aquele olhar que ela me deitou de «ajuda-me!»."
Pois, amigo. Isso é o Natal. O podermos, com um gesto, mudar a vida. A nossa e a de quem ajudamos. Seja de duas ou de quatro patas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Porque é mesmo assim

Palavras para quê?


sábado, 9 de novembro de 2013

Do Avesso e do Direito

Do Avesso e do Direito – O Relacionamento entre o cliente e as operadoras de telemóveis
Pedro Proença aborda as questões contratuais e casos concretos de dificuldade de relacionamento entre cliente e fornecedor de serviços de comunicações móveis.

Ora bem, para quem não teve oportunidade de ver a transmissão do programa «Do Avesso e do Direito» no canal Televisão Lisboa, onde esteve presente aqui a «amiga», aqui fica o link.
Pese embora a vaidade de ter estado num estúdio televisivo (sim, embora seja jornalista, nunca tinha feito nada semelhante), o importante deste programa é terem em atenção a relação e as fraudes que as empresas de telecomunicações fazem.
E escusam de pensar que a ANACOM faz alguma coisa, porque esse verbo de encher, além de levar meses para dar uma resposta, limita-se a dizer para irmos a tribunal ou a Julgado de Paz.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

De Margaridas e de Cravos...


Vim agora a este meu cantinho e até fiquei chocada comigo mesma... mais de um mês se colocar aqui as minhas ideias, opiniões e sugestões, que valem o que valem.
Pois é, um mezinho e picos, onde se não faltou temas para debastar, faltou o tempo. Um tempo repartido entre o jornal, o ginásio, o cão e os gatos... e até uma entrevista no programa «Do Avesso e do Direito» na Televisão Lisboa (quem não viu ontem, poderá em breve ver o video).
Como dizia, um mezito onde não faltaram temas.
Sobretudo vindos "de cima", dos tais senhores que se arrastam penosamente todos os dias nas cadeiras da Assembleia da República (excepto às sextas-feiras) e que se desunham para tornar este jardim à beira mar plantado, um bocadito melhor para todos os que por aqui pululam... basta ver a preocupação que tiveram uns técnicos, durante sete, repito, sete anos, para surgirem gloriosamente com um projecto-lei-ameaça-plano para os animais... infelizmente, e digam lá se estes indivíduos não são mesmo uns mártires dignos da nossa mais extensa pena, tanto trabalho para depois a senhora ministra Cristas dizer que «não gastou um minuto do seu tempo a olhar para aquilo».
Ora abóbora!!!! Então... então andaram os «homes» a trabalhar sete anos arduamente para nada?!?!!?
Depois, entrementes, veio o ministro da Educação, Nuno Crato a dizer que «os portugueses de teriam de trabalhar mais de um ano sem comer para pagar a dívida»...
Completamente de acordo!! Isto porque os portugueses já pouco comem, porque não têm dinheiro. E como o exemplo tem de vir de cima, então será a altura perfeita para fecharem os restaurantes da Assembleia da República e do presidente da República, primeiro-ministro e vice-primeiro ministro, bem como a restante CIA, começarem a deixar de comer.
Acho que iriam achar um exercício muito interessante...
E agora, mais recentemente, vem uma... "senhora escritora" (acho que ela se auto-apelida assim), a dizer que, enfim, está triste pelos protestos dos portugueses, acha que os mesmos (dos quais, como "senhora" que é, não faz parte), têm falta de inteligência, e por isso mesmo sente repulsa deles...
Sinceramente, com gentinha desta, não vale a pena gastar o meu latim. Já outros o fizeram e melhor do que eu.
Como o Bruno Nogueira. Com quem concordo em absoluto.
Mas o que esta "senhora" disse publicamente, é o pensamento de alguns Dons e Donas deste paízinho... os Dons e Donas que ainda se podem sentar e comer carne e peixe a todas as refeições. Que não se preocupam com o início, meio ou fim do mês. Que podem passear-se nos seus carrinhos de alta cilindrada enquanto não vão passar os fins-de-semana ao estrangeiro.
Os tais que não fazem parte dos "Portugueses". Os Dons e Donas a quem repugnam ainda os "Portugueses" que acreditaram num Abril de Cravos. Num Abril Novo.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Comentários


Uma pessoa amiga alertou-me para o facto de ter colocado um comentário num texto meu e eu não o ter publicado. Devo dizer que não vejo o dito comentário em lado nenhum nesta coisa do Blogger.
Se por acaso alguém colocou comentários e não os viu publicados, as minhas desculpas. Enviem para mariadocarmo.torres@gmail.com.
Estas coisas das novas tecnologias...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Eleições e abstenções



Passou-se mais uma eleição e outra vez, seja pela chuva, seja porque as pessoas estão completamente fartas da política e dos que supostamente a representam, o grande vencedor foi a abstenção.
Como aliás o tem sido nos últimos anos.
Temos alternativas? Sim, e isso foi também demonstrado pelos resultados obtidos pelos movimentos de cidadãos independentes. É costume dizer-se que o voto deve ser para a pessoa e não para o partido.
Mas isso é apenas conversa porque ninguém vota apenas na pessoa. Vota num ideal que essa pessoa, na maior parte dos casos, encabeça. Se calhar, a única votação onde realmente a escolha é feita pela pessoa, será nas Juntas de Freguesia, mercê da proximidade que o político aí tem com a população.
Ou seja, se eu for amiga de um candidato, mas a sua ideologia política for contra a minha, é óbvio que não voto nele (pese embora que se não me quiser chatear, ou procurar um tacho, se calhar até lhe digo que votei).
Se calhar, estou a precipitar-me com estas declarações, porque afinal, as pessoas votam nas pessoas. Até nas que não podem concorrer porque estão presas, mas que apresentam quem as represente legalmente. Creio que será caso único no mundo, mas nestas coisas do desenrasca, o português ainda bate aos pontos.
Mas há mais partidos do que os já muito batidos, e isso também se reflectiu nestas eleições, porque partidos como o PAN, que sem os meios que os outros têm e a máquina eleitoralista bem paga, conseguiu obter relativos bons resultados.
Prova que é possível votar numa ideologia diferente.
E depois há os que acham que, de quatro em quatro anos, bastam umas festinhas nas costas e uns apertos de mão e conquistaram o eleitorado.
Ou os que acham que com meia dúzia de truques de magia, ostentando duas caras tipo feijão-frade, conseguem sair bem de uma fotografia muito borrada.
E depois chegam os resultados. E as desculpas ou as canções de vitória, que curiosamente são feitas quer percam ou ganhem, porque para os políticos, o copo está sempre meio cheio, e décimas ganhas são conquistas alexandrinas.
Mas mesmo assim há os calimeros, os que culpam os partidos, as escolhas, a chuva e este ano até a comunicação social.
O problema é que muita gente lambe malaguetas pensando que são rebuçados e depois queima a língua.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Quem vê caras não vê corações

Hoje foi um dia um bocado estranho, em que vi o melhor e o pior das pessoas.

Ao fazer a entrega do jornal, fui abordada por um senhor cigano, fiquei logo desconfiada, mas ele muito atrapalhado lá me foi dizendo se eu lhe podia dar uma boleia até à bomba de gasolina mais próxima porque tinha ficado sem combustível.

Claro que o levei, e como isso me acontece com frequência, estou preparada com "equipamento pesado", voltámos e lá pôs a gasolina no carro.
Ao chegarmos à bomba, onde pagou três euros de gasolina, ainda me disse se eu queria meter um ou dois euros no meu carro, o que recusei.

"Que Deus a abençôe!!!!", foi repetindo e a esposa, já com o carro em andamento. Ainda me disse o nome, onde morava e se eu precisasse de alguma coisa "ou de uma roupinha para pagar quando pudesse", para ir ter com ele.

Cerca de uma hora depois, no Barreiro, um individuo de idade, bem apessoado, dirigiu-se a mim e pediu-me para lhe comprar uma dose de comida.

Como ali não havia nenhum restaurante, disse-lhe que só lhe podia dar algum dinheiro.
Insistia que uma dose custava 4 euros e eu lhe podia dar 5 euros.
Disse-lhe que não, que só lhe dava 2 euros, que era o que tinha. Agarrou no dinheiro e virando costas disse: "O que é que eu faço com 2 euros?".
Claro que foi acompanhado por umas frases menos simpáticas da minha parte...

Realmente, quem vê caras não vê corações...

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Acordar Abril


As férias passadas, a praia já quase como uma recordação, é altura para voltar ao tempo real.
É altura para olharmos para o que nos rodeia e à porcaria que nos estão a fazer. Sem fazer mais comentários sobre o desgoverno e a falta de democracia que enfrentamos, deixo aqui um texto que hoje transcrevia para a nossa rúbrica «Crónicas de Guerra», e que nos lembra a importância de voltar a fazer um 25 de Abril.
«2 horas da tarde. Estou no quarto a escrever estas linhas. De entre as cartas recebidas sobressai a carta da Lucília, escrita propositadamente para me descrever os últimos acontecimentos e cuja primeira página era isto: «Caro Amigo Marquês. Não podia nem queira deixar passar nem mais um dia sem te dizer os meus cordiais parabéns por nesta altura de vitória e liberdade que o país atravessa, envergares uma farda verde.
Farda essa que foi símbolo da morte e da discórdia, é hoje finalmente o símbolo da vitória, da liberdade e do fim do fascismo.
Os bravos soldados portugueses que viram a sua farda desacreditada e que aliás tinham vergonha de a envergar, hoje mostram-na vaidosos e vitoriosos.
Lamento, Marquês, não poderes viver connosco na metrópole estas horas de alegria e liberdade, ainda hoje me parece tudo isto um sonho e estou convencida que a grande maioria das pessoas está ainda com medo de despertar e encontrar uma realidade já passada.
Como me dá prazer sair à rua e, no Rossio, onde era hábito encontrar-se os polícias quando o povo pretendia fazer uma manifestação, encontrar agora dois ou três carros de assalto, dois «jeeps» da tropa e uma infinidade de tropas de farda verde ou azul, ornamentada com um cravo vermelho.
No cano das suas armas, (instrumento que muitos odiaram), encontra-se igualmente um cravo vermelho, como que a dizer-nos que aquele foi o instrumento que nos restitui a Primavera.
Custa realmente acreditar que tudo isto não seja um sonho.»
Infelizmente foi mesmo um sonho. Um sonho que por culpa de todos nós, nestes anos de "democracia", deixámos destruir. Agora procuramos novamente os «soldados de farda verde ou azul, com cravos vermelhos nos canos das armas», mas estes já não existem.
Esfumaram-se como tudo o que acontece nos sonhos.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Lacaios fardados!!!!



A revolta que tenho hoje contra isto, extravasa qualquer noção de politicamente correcto.
Ver uma decisão de uma Câmara Municipal eleita democraticamente e nunca rebatida pela população, ser pura e simplesmente desrespeitada por um grupelho da Protoiro, através de um tribunal de Braga muito bem pago, é de bradar aos céus, mas nada de espantar, num país onde a Justiça só serve quem lhe interessa.

Mas ver uma força policial, que supostamente serve para defender os cidadãos EM TODOS OS SEUS DIREITOS agir como meros lacaios fardados de um lobbie taurino, ultrapassa tudo e diz também tudo sobre o país e a corja à qual estamos entregues.
E aqui, os meus parabéns à SIC, que além de não transmitir touradas, não teve medo de publicar a ameaça do lacaio fardado.

http://videos.sapo.pt/WzISf3WeJRHv1rEPEntw

Não estive lá, não tenho meios para gastar em gasolina, mas estive em coração. E por isso deixo o relato de Rita Silva sobre A VERGONHA QUE SE PASSOU EM VIANA DO CASTELO.

«Relato de uma Testemunha - para o que e para quem possa servir

Quando comecei a trabalhar na ANIMAL, há 10 anos atrás, fi-lo não só porque havia decidido dedicar a minha vida à Causa mas também porque me identifiquei sempre com os princípios desta Organização. Um destes princípios era o da não-violência. Defendo que devemos ser activos e nunca passivos, mas pacíficos, quando estamos em defesa de... interesses e direitos fundamentais de quem não se pode defender a si próprio. Dos grandes movimentos sociais - sendo que o Movimento de Defesa dos Direitos dos Animais é o 3.º grande movimento social da História - este é aquele em que se defendem indivíduos não-humanos, e, por essa razão, é ainda mais passível de ser atacado, pois, em geral, enquanto humanos, sentimo-nos menos empáticos para com os de uma espécie diferente da nossa. Desde que me juntei a esta casa que já tive a minha integridade física posta em causa inúmeras vezes, bens materiais destruídos, já para não mencionar as ameaças diárias que recebo. Contudo, este foi um efeito secundário que aceitei quando aqui cheguei porque sabia que fazia parte do trabalho e da decisão que havia tomado. Escolhemos o comportamento, escolhemos as consequências, não é verdade? Não me queixo e nem me admiro de que gente que ganha a vida e/ou que retira prazer em explorar, torturar e matar animais sencientes use de todas as formas de violência possíveis para tentar combater quem se opõe a esse comportamento. Nos tempos idos (confesso que já não sou do tempo em que os manifestantes apanhavam pancada da polícia mas tenho muitos colegas a quem isso sucedeu) as forças da segurança não compreendiam bem nem estavam acostumadas a este tipo de contestação social, de modo que por vezes algumas manifestações terminavam em detenções e até mesmo em alguma forma de violência, quer de um lado, quer de outro, diga-se em boa verdade. Era tudo muito novo por cá e a revolta por vezes gerava comportamentos menos próprios e que, infelizmente, levavam a que o lado da razão a perdesse. Em todo o caso, estes episódios foram excepções à regra, e conforme referi, foram num passado longínquo.

Pela parte da ANIMAL, salvo algumas excepções em que se encontram agentes policiais menos preparados ou menos educados (como em qualquer área), só posso dizer que a nossa experiência é bastante positiva. Pedimos presença policial em todas as manifestações, não só porque é um direito que temos, mas também porque já “não estamos para” ser agredidos por aqueles que defendem as infames actividades contra as quais nos opomos. Tratamos toda a gente com dignidade e respeito, conhecemos os nossos deveres enquanto cidadãos e Organização, mas também conhecemos muito bem os nossos direitos constitucionais.

Posto isto, e porque esta introdução já vai longa e não pretendo maçar-vos, gostava de vos falar acerca da vergonha que ontem sucedeu em Viana do Castelo. O que eu vi ontem - ninguém me contou, eu vi - foi um conjunto de atentados aos direitos, liberdades e garantias de qualquer cidadão ou grupo de cidadãos. Depois de ter sido salva por um repórter de imagem da SIC de ficar sem uma perna - a quem aproveito para agradecer publicamente -, o que sucedeu devido ao facto de um aficionado me ter tentado atropelar a alta velocidade, pedi ao agente mais próximo de mim que o identificasse de imediato e a resposta (novidade para mim) que recebi foi que não lhe dissesse como fazer o trabalho dele e me calasse. Portanto, temos uma cidadã que quer apresentar uma queixa imediata contra um atentado à sua integridade física que é mandada calar por um agente que a deveria proteger. Mais tarde, e no meio de uma grande confusão em que nitidamente os agentes não faziam a mínima ideia de como organizar ou controlar uma manifestação (pensámos que a formação fosse igual para todos) percebemos que metade dos nossos colegas estavam retidos do lado contrário ao nosso, juntamente com os organizadores, impedidos de virem para o local da manifestação e rodeados de agentes do corpo de intervenção que empunhavam armas semi-automáticas! Isso mesmo! Enquanto um grupo de pessoas com um grave distúrbio se divertia a seviciar bovinos, humanos pacíficos tinham armas de fogo à sua volta, como se de terroristas se tratassem! Bem, depois de tudo isto só posso dizer-vos que foi o caos completo. Fomos empurrados de um lado para o outro, maltratados, fomos enfiados num canto ridículo a uma distância imensa de onde sucedia a tourada (e sim, eu sei o que é uma distância razoável para manter a segurança, e não foi o caso, pois estes agentes só criaram insegurança e não segurança). Foram eles que criaram TODA a insegurança!

Já atrás das grades, enquanto tentava denunciar o que se estava a passar, fotografando e filmando vários horrores que ia ouvindo da boca dos agentes do corpo de intervenção, que notoriamente pareciam estar a retirar algum sádico prazer no que estavam a dizer e a fazer, um rapaz que estava ao meu lado direito, EM SILÊNCIO, leva um murro na boca e fica sem um dente. Esse murro veio da mão de um desses agentes! O pobre rapaz tremia por todo o lado enquanto sangrava da boca e os jornalistas começaram a aproximar-se de nós para ver o que se passava e retirar imagens. Foi nesse momento, em que enquanto estava a ser entrevistada para a SIC, esse mesmo agente agarra num outro operador de camera - que também estava a gravar - pelos ombros e literalmente o atira para o outro lado da rua. O seu comentário seguinte foi “vê lá o que é que publicas”.

Senti a minha integridade posta em causa bem como a dos meus colegas, vi uma garota ser arrastada pelo pescoço – qual filme de acção de 5.ª categoria – por um agente do corpo de intervenção. Uma garota que simplesmente estava a exercer o seu direito à resistência. Um dos meus colegas estava junto a uma rapariga que pediu a identificação a um agente depois de ele ter insultado a sua mãe, também ali presente, e a resposta que recebeu foi “para quê? Para me ligares logo à noite?”

Foi isto, meus amigos, foi isto que sucedeu ontem em Viana. Foi um caso de repressão policial a este Movimento que é de paz! Garanto-vos que tudo farei para que se faça correr tinta fora de Portugal para que se saiba a que ponto chegámos neste país. Sim, porque o que ontem se passou é um sintoma grave de um Estado de Direito DOENTE.

Hoje mesmo seguiu uma carta para cada um dos líderes dos Grupos Parlamentares, bem como para o Senhor Primeiro Ministro e para o Senhor Ministro da Administração Interna.

Ontem à noite a equipa da ANIMAL esteve na PSP de Viana do Castelo apresentando queixas formais acerca de tudo isto. Temos provas documentais e testemunhais e repito que “não brincamos em serviço”. Para nós esta Causa é tão séria quanto a nossa própria vida e não vamos permitir que direitos fundamentais sejam postos em causa. Peço encarecidamente a todas as pessoas que estiveram ontem presentes para que se desloquem também à Esquadra e não deixem de apresentar queixa. É muito importante que façamos valer os nossos direitos. Não desistam! Por vós e pelos animais que defendem!

Para terminar gostava de deixar também uma nota quanto ao facto de Viana do Castelo ser ou não uma cidade anti-touradas, que é! Não daremos um minuto de descanso a esses senhores dessas associações tauromáquicas, que cheios de dinheiro alugam avionetas, publicidade de dezenas de milhares de euros, e contratam seguranças privados com cães treinados para atacar (além da PSP ainda contámos com mais esta pérola) e garantimo-vos que as touradas (como eles bem sabem) têm os diazinhos contados. A ética vence sempre! Não temos dúvidas de que muitos dos comportamentos violentos de ontem foram encomendados, e não temos medo de o dizer. O dinheiro não compra tudo. A nossa consciência não está à venda e não somos reles ao ponto de entrar em ataques pessoais para fazer valer a nossa posição.

Coloco a ANIMAL à disposição de quem precise de testemunhas. Estejam à vontade para nos contactar.

Rita Silva
Activista pelos Direitos dos animais
Presidente da Direcção da ANIMAL»

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

"nenhum homem pode domar a língua"



Tiago 3:8:  “... nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.”


Para quem me conhece, uma ateia convicta, pode parecer estranho uma citação bíblica neste meu blogue.
No entanto, por não acreditar na figura do Deus cristão (ou outros, já agora), não significa que não tenha lido informação sobre o assunto.

E há frases e ditos que nos tocam e que, a determinadas alturas ou situações das nossas vidas, nos vêm à cabeça. Foi o caso ontem.
E realmente, ao Homem/Mulher é mesmo difícil «domar a língua».
Estou habituada a ouvir as chamadas «bocas» devido ao meu peso, desde que me lembro.
Estou também habituada a ouvir as tais «bocas» devido às minhas tatuagens.
E também já ouvi ditaches juntando ambas...

Mas ouvir uma mulher, com idade para ser minha avó, muitissimo preocupada pelo meu bronze, é dose.
E é que a "senhora" não demonstrou preocupação pela minha saúde, antes redargiu em voz serpentina:

«Vejam só, tão queimada, não deve fazer mais nada senão estar ao Sol.»

Realmente, razão tinha Tiago, a língua de certa gentinha é mesmo um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Parabéns Zeca

Tanto disseste, tanto lutaste
tanto cantaste a liberdade, a justiça, a amizade
e agora
muitos dos se aquecem à tua chama
muitos dos botam discurso com as tuas palavras
muitos dos se dizem teus amigos

... Foram os mesmos que te barraram a entrada
que te esqueceram, que te quiseram calar.
Porque tu, Zeca, sempre fostes verdadeiro.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Gatunos, criminosos, gente sem préstimo, bem vindos!!!

Sim, esses são os que Portugal (ou melhor, o sistema social português) acarinha e apoia.
Aqueles que traficam droga e armas, mas recebem o subsidio social de inserção.
Aquelas que nem alimentação dão aos filhos, mas têm todos os dias um carro a levar-lhes alimentos a casa.
Aqueles que dizem em altos gritos que ou lhes dão o subsidio ou matam todos, e depois guiam Mercedes.
Aquelas que mal chegam a Portugal engravidam ainda antes de pousar as malas.
 
Porque o que não se quer são idosos de escassas reformas que deixam de comer para comprar o medicamento que lhes permite viver mais uns dias.
O que não se quer são desempregados que por causa de má gestão dos patrões ficaram sem pão para os filhos.
O que não se quer são mães e pais que lutam todos os dias pela vida dos filhos, por um minimo de qualidade que sucessivos governos lhes tentam retirar.

Por isso deixo esta historia.
Sim, circula no Facebook, se calhar, ou melhor, a única arma que temos hoje.
É a história e o apelo de uma Mãe Coragem e por isso perseguida, porque a única coisa que quer é permitir que o filho viva.
Com dignidade.

«Exmo. Sr. José Carlos Queiroz

Venho por este meio, visto não ter outra forma de contacta-lo, responder, à notificação de comparência. Que, na minha ausência me foi deixada a informação, que implicará a cessação da prestação, junto dos serviços do Centro Distrital competente.
Agora e desculpando-me a inconveniência, pergunto-lhe, não tem por acaso conhecimento do estado de saúde do meu filho? Porque será que ele não frequenta o ensino especial obrigatório? Porque será também, que tem de ter a assistência para além da hospitalar dum fisioterapeuta ao domicílio para lhe dar assistência respiratória?
Por uma única razão, o Rafael tem 99% de incapacidade. Incapacidade essa, que não me permite dar-me ao luxo de sequer pensar em ter um emprego. Mas o Rafael está vivo e para além de ter de ser vigiado 24horas por dia tem o direito assim como qualquer cidadão de sair à rua com a sua mãe. Não sabia era que cada vez que tivesse que o fazer tivesse que notificar primeiro os serviços sociais das minhas ausências domiciliárias.
No processo deveriam estar todas estas informações. O sistema até era funcional aquando tratado directamente no Centro de Segurança Social mas agora e sem perceber porquê, os casos como o meu, foram enviados para o CRATO centro de toxicodependentes e carenciados, desculpe-me mais uma vez a ironia, mas ainda não atingi esse estatuto. Pois o CRATO nem tem respostas efectivas para nos dar nos casos de insustentabilidade por assistência a terceiros.
Estou extremamente revoltada, falaram comigo ao telefone, e ficaram de me deixar uma notificação com um aviso, com alguma antecedência para me dirigir ao núcleo.
Era isso que eu esperava, não o que fizeram de forma desleal, não podem tratar todas as pessoas da mesma forma. Se alguém engana e vive à custa do contribuinte, esse alguém não sou eu certamente. Sabe, eu gostava, muito mesmo de ter vida própria, de poder trabalhar e socializar com as outras pessoas, mas não posso, é a vida do meu filho que está em risco.
E ainda me querem tirar o pouco que recebo que é o que nos alimenta? Nem ao meu filho mais velho consigo dar-lhe o curso superior que tantas vezes lhe prometi, porque tudo para nós é insuficiente. Não acha já, que é preciso fazer uma grande gestão numa família monoparental com dois filhos a cargo, sendo um deles uma criança com paralisia cerebral grave, com 320euros de subsídio?
Continuamos a utilizar o R/C da vivenda até que nos arranjem uma casa que tenha condições logísticas ao meu filho, por parte da Câmara.
Pode vir a qualquer hora seja de dia, ou de noite, agradeço que me enviem uma forma de vos comunicar quando me ausento, visto que segunda, quarta e sexta entre as 11.30 a as 13h estou no hospital com o Rafael (o que também poderão ir verificar), e além disso a grande maioria das consultas visto ser um doente crónico grave, são em Lisboa aonde é constantemente acompanhado.
Não sendo eu nenhuma conhecedora do assunto, o Estado não pouparia mais se propusessem aos pais trabalharem nas escolas e fizessem assim parte duma sociedade activa aonde poderiam dar assistência directa aos seus filhos e cruzar conhecimentos com outras auxiliares?
Assim sim, acredito que se evitariam algumas fiscalizações desnecessárias.
Este documento será enviado também ao Ministro da Solidariedade, emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares.
O meu filho é infelizmente, um doente permanente e eu não ando a roubar o estado, pelo contrário, foi um médico que trabalha para o estado que me tirou a minha vida e a do meu filho.

Agradeço resposta.
Cumprimentos.
Cristina Capela»

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Nas Asas...


Há coisas verdadeiramente espantosas...
Diria mesmo... extraordinárias...
Tanta gente a fazer-se passar desportivamente por mais altaneira que os restantes, a voar nas Asas da honestidade, a Praticar o melhor do Milénio, a tentar mensalmente denegrir os que trabalham no mesmo ramo, e eis senão quando, numa Corrida, ficamos a saber que são ainda mais caloteiros do que os que andam a roubar carteiras no Metro...
Realmente, há gentinha que está mesmo bem uns para os outros.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Politica, politiquices e politiqueiros

Ou porque há dias que temos menos paciência, ou porque a repetição da mesma coisa nos vai cansando, o que é certo é que estou cada vez mais farta de assistir às reuniões camarárias cá do burgo.
Felizmente que só vou assistir às intervenções do público, aquilo que realmente interessa aos meus leitores, porque de outra forma acho que a determinadas alturas, ainda me dava (mais) um ataque de loucura e alguém ouviria o que não gosta.
Convido quem gasta um minuto do seu tempo a vir aqui ler os meus desabafos, a assistir a uma reunião camarária. Prometo que pelo menos se irá rir, como aconteceu às várias pessoas que ontem ali estiveram.
Por acaso, agora até têm começado relativamente perto da hora marcada, coisa que durante anos não acontecia, fazendo com que as pessoas, já de si nervosas por irem intervir num órgão daqueles, estivessem horas à espera até se reunir o quórum suficiente para a abertura da sessão.
Mas depois é o «serrar presunto» que me enerva.
E agora que se aproximam mais umas eleições autárquicas, o serrote então não pára, nas tais «discussões eleitoralistas», onde cada tema que é abordado, cada questão levantada, é tida como um ataque ao actual executivo e como um ataque é lançada.
Voam acusações de «não fazer», respondidas com «a culpa é do Governo». Se o discurso se volta para o concelho, logo vem a resposta da situação nacional, mas quando se fala de questões nacionais ou internacionais ligadas a esta ou àquela força política, voltam as atenções a focar-se nas maravilhas do concelho.
E depois é aflitiva a falta de conhecimentos concretos sobre certos assuntos.
Se uns se preparam até à exaustão, outros tocam as coisas pela rama, errando até nos dados que apresentam como verdades. Ou lançam-se acusações para o ar, que depois de respondidas ou explicadas por quem de direito, mais ou menos fundamentadas, mais convencem quem assiste que se limitam apenas a ser ditaites para constar em acta, com comparações quase estapafúrdias.  
Risos, falas por cima de quem está na posse da palavra, troca até de alguns «piropos», tudo isto faz também parte do menu.
Como seixalense irrita-me assistir a isto.
Assistir a politiquinhas mesquinhas, onde pouco ou nada é falado em concreto, onde discursos duram horas a remoer o mesmo, onde tudo o que é bom é feito por cá, e tudo o que é mau é culpa de terceiros.
E claro que bule também com os meus nervos que me tentem fazer passar por parva.
Já referi neste meu blogue que esperei nove meses para obter uma resposta da autarquia sobre de quem era a responsabilidade de pintar as passadeiras, para vir a saber que estas são da responsabilidade da Estradas de Portugal. (http://janaoseinao.blogspot.pt/2010/06/descubra-as-diferencas.html)
E depois, qual não é o meu espanto, e com que cara ficariam, quando o assunto das passadeiras é levantado por um partido da oposição e ouço que afinal sim, que existem cerca de 2000 passadeiras no concelho e que a Câmara Municipal está a intervencioná-las…
Ora se são da responsabilidade da Estradas de Portugal, não está o executivo a «fazer filhos em casa alheia», quando não há dinheiro sequer para pagar serviços prestados? Quando é que a Câmara Municipal irá reaver os valores agora dispendidos?
Ou afinal a responsabilidade das passadeiras é, e sempre foi, da autarquia?

Infelizmente quem perde com estas politiquices não é a política, mas sim os munícipes, que em vez de terem ali discutidos os assuntos que realmente interessam ao concelho, ouvindo quem pode, auxiliando quem deve, acabam por ser horas e horas de «diz que fez e não fez» ou «prometeu e não cumpriu».
Pelo meio, lá se vão votando e aprovando os pontos da acta.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Pequenas coisas


Tenho dias em que só me apetece agarrar no cão e fugir para longe.
Tenho dias em que nem me apetece ouvir falar ao meu lado, quanto mais responder, porque se responder, vai sair alguma coisa bem «cabeluda».
Tenho dias em que não consigo acreditar na raça humana, nas promessas que nos fazem, no que nos garantem ser verdade.
Tenho dias em que olho para a caçadeira na parede e só me apetece desatar aos tiros com os que julgam gozar com a vida dos outros.
E todos os dias chego a casa e deparo com este sorriso.
E volto a acreditar que pelo menos o mundo tem alguma coisa correcta. Estes seres que nos amam sem pedir nada em troca, sem exigir, sem recriminar, sobretudo, sem nos enganarem.
Obrigada Belchior, Bruno, Sofia, Pepita, Safira, Chiquinho e Rosita.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Injustiças!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

À algum tempo que não vinha aqui.
Hoje venho com raiva no coração e lágrimas nos olhos.
Porque é que a vida, o destino, o karma, deus ou deuses, são tão injustos?
Dizem os agnósticos que somos nós quem escolhe o seu destino, sem intervenções divinas.
Então uma criança escolhe morrer? Escolhe sofrer durante meses?
Hoje partiu um guerreiro, uma criança que milhares de portugueses acompanharam dia a dia na sua luta contra a leucemia.
Chamava-se, não, chama-se Rodrigo, porque ficará para sempre nos nossos corações.

No sábado partiu uma outra guerreira, esta de quatro patas, uma gatinha chamada Fénix que lutou contra o fogo para salvar os seus gatinhos. Um «animal», como muitos gostam de chamar, mas que se sacrificou pelas suas crias.

São dois casos, duas histórias, que hoje me fazem duvidar de tudo. Não sendo católica, supostamente não posso culpar um deus por tudo isto. Mas que se lixem os dogmas, hoje mando esse deus à fava. Preciso disso. Preciso de um alvo, de alguém a quem culpar pelas injustiças de uma vida, que leva assim inocentes.

Hoje também podia aqui despejar a minha raiva.
Não o faço por respeito a estes dois seres, tão diferentes mas tão iguais na sua pura inocência.
Prefiro chorar.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

«Comércio» na revista Visão

Nem de propósito, depois de falar de Herman José ter partilhado uma notícia nossa no seu perfil do Facebook, eis que deparamos com esta página da revista Visão, com a referência à nossa capa especial sobre o 25 de Abril.
É isto que marca a diferença de um verdadeiro jornal.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Os grandes e os poucachinhos…

Já o disse várias vezes, mas repito até à exaustão, até porque ainda considero ter a inocência suficiente para me pasmar com a vida, que há dias que nos espantam.
Hoje publiquei uma breve notícia no site do jornal sobre o espectáculo de Herman José no Seixal. Alguns minutos depois, tínhamos pessoas a telefonar e a enviar emails porque este grande, senão o maior nome da comédia portuguesa, tinha partilhado esta singela notícia, de um singelo jornal regional, no seu perfil do facebook.
É um motivo de orgulho? Claro! Ter esta figura tão pública a dar uns segundos do seu tempo para partilhar uma simples notícia, só nos podia deixar orgulhosas.


E também porque este simples gesto me fez lembrar depois os tais poucachinhos, como se diz no Alentejo do meu coração.
Aqueles que até já apareceram e bastante no jornal, mas que agora nem se lembram.
Os poucachinhos que agora se acham demasiado importantes até para cumprimentarem quem com eles se cruzam.
Os poucachinhos que cospem no prato que já lamberam.

Felizmente, não é desses que reza a história, a história do meu jornal nem a minha.
É de Grandes como este Senhor, Herman José com a devida vénia.
É tambem de outros que encontram um segundo da sua ocupada vida para nos enviarem um simples: obrigada ou partilharem a sua notícia que nos limitámos a divulgar ou a história de vida que nos quiseram contar.

E já agora, partilho o momento que acho mais hilariante de sempre. E desafio qualquer pessoa a dizer o verbo «Não pirilamparás» sem se rirem!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Morrer por morrer, que seja a rir!

 
E porque ando um bocado «pró» preguiçosa e porque precisamos de nos rir um bocado.
O que acontece quando uma orquestra se passa.......uma delicia!
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cravo vermelho ao peito...



Hoje acordei com esperança.
Com esperança de sentir, neste dia de Primavera, ventos de mudança.
Com esperança que Abril recomeçasse, com esperança que Abril nascesse de novo.
São 19h00. Assim não foi.
Continua o povo a aceitar não entrar na «Casa da Democracia», onde os Senhores se acoitam e só se entra por convite.
Continuam de costas viradas à porta da «Casa do Povo», não se atrevendo a protestar ali.
Continuam a ouvir em silêncio os discursos com que os anestesiam.
Continuam com os desfiles na Avenida.
Continuam e continuarão amanhã a baixar a cabeça e a esperar que ALGUÈM os salve, que ALGUÉM faça a mudança.
Continuam a agitar cravos murchos e secos.
Continuam a deixar que outros os exibam desavergonhamente.
Os mesmos que traem e trairam o povo, que traem e trairam os valores de Abril, que sobem a pulpitos e palcos com sorrisos nos lábios, dizendo que não é culpa sua que se morra de fome.

Razão tinha José Barata Moura:

Cravo Vermelho ao peito
A muitos fica bem
Cravo Vermelho ao peito
A muitos fica bem
Sobretudo faz jeito
A certos filhos da Mãe
Sobretudo faz jeito
A certos filhos da Mãe
.
Não importa quem eles eram
Não importa quem eles são
Nem todo o mal que fizeram
Mas sempre a bem da Nação
Nem todo o mal que fizeram
Mas sempre a bem da Nação
.
Refrão
.
E chegado o dia novo
Chegada a bendita hora
Vestiram uma pele de povo
Ficou-lhes o rabo de fora
Vestiram uma pele de povo
Ficou-lhes o rabo de fora
.
Refrão
.
E aquele adminstrador
Promovido a democrata
Sempre exaltou o suor
Arrecandando ele a prata
Sempre exaltou o suor
Arrecandando ele a prata
Sempre exaltou o suor
Arrecandando ele a prata
.
Refrão
.

Também veio o fura greves
Lacaio dos senhores de então
Pois pode bem ser que às vezes
Se arranje um novo patrão
Pois pode bem ser que às vezes
Se arranje um novo patrão
.
Refrão
.
E os cultores da sapiência
Intelectuais de alto nível
Tranquilizando a consciência
O mais à esquerda possível
Tranquilizando a consciência
O mais à esquerda possível

terça-feira, 23 de abril de 2013

Os cravos...

1.ª questão: quem colocou ali o cravo?
2.ª questão: quando é que vão considerar estado de emergência?
3.ª questão: não se esqueçam de desligar o alarme antes de quebrar o vidro.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ainda acreditamos na liberdade?

Estamos a dias de celebrar mais um aniversário da Revolução dos Cravos. A tal revolução que trouxe a liberdade a Portugal.
A liberdade de expressão, a liberdade de manifestação, a liberdade de reunião.
A mesma liberdade que já não temos. Mas que muitos, mesmo muitos, continuam a não querer ver.

Isto foi hoje, à porta do Hotel Ritz, em Lisboa.

Artigo 45.º
Direito de reunião e de manifestação

1. Os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.

2. A todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

terça-feira, 19 de março de 2013

Começar de novo?


Não sou muito fã de novelas, mas lembro-me que uma das centenas que passaram na nossa televisão tinha uma música de abertura chamada «Começar de Novo», e que a letra era qualquer coisa como «começar de novo, vai valer a pena». Este pode ser um bom princípio em certas ocasiões. No entanto, parece que há quem pense que basta deixar correr as águas do tempo para que o passado fique apagado como se por ele se passasse uma esponja. Infelizmente, ou felizmente, não é assim. E isso é ainda mais evidente no campo da internet, onde qualquer coisinha que um dia tenhamos postado, fica por ali para todo o sempre. No entanto também há coisas, situações e acontecimentos que não precisam das memórias hertezianas para serem recordados. Estão gravados em nós. De tal ordem que quando as memórias ressurgem, nem é preciso procurar muito fundo para termos à mão as recordações dos factos.
À mão ou via internet, que para estas coisas dá um jeitão enorme.
Mesmo quando há quem tente apagar essas memórias, convencido que assim irá ressurgir qual virgem pura aos olhos dos incautos. Mas, como costumo dizer, eu não esqueço nem perdoo.
P.S. Um feliz dia do Pai a quem parar por aqui alguns segundos a ler o que escrevo. O meu pai já partiu há vinte anos, mas ainda guardo todos os seus ensinamentos.
Um dos quais foi o de que «o medo é do tamanho que o fazemos».
E este pequeno dito fez-me ter, desde que me lembro, coragem para enfrentar o mundo.

domingo, 17 de março de 2013

Graffitados


Por vezes, venho a este meu cantinho com um tema concreto ou uma história para escrever.
Outras, olho para a tela em branco, e apetece-me deixá-la assim.
Podia usar a falta de tempo para esta preguiça, mas não é verdade porque o tempo passado no sofá até tem sido bastante.
E depois ouve-se algo como o que Herman José dizia na RTP1 sobre os graffitis e a peça que passou no telejornal comparando isto com 'o gás que se for canalizado é uma coisa excelente, mas se escapar ou não for utilizado pode ser uma catástrofe'.
Isto para dizer que se as autarquias apostarem em canalizar um certo tipo de pessoas a fazerem graffitis em locais específicos, podem acabar com os horríveis tags que vemos por aí.
De certo modo concordo, prefiro ver um muro pintado com uma certa arte, do que escrevinhado. Mas ver sempre o mesmo muro a ser repintado ano após ano num género de concurso de graffitis também não é solução, até porque embora seja uma ideia interessante, para este concurso não vêm os tais miúdos de rua mas antes artistas convidados.

No entanto, esse tipo de atitude das autarquias iria terminar com os meninos que se divertem a destruir propriedade pública e privada? Não.
Isso acabaria se as forças de segurança ou os cidadãos que vissem algo assim tivessem poder para pôr nas mãos dos meninos uma escova de dentes e líxivia e os obrigassem a apagar assim os seus «desenhos».
Até lá vamos vendo coisas bem horrorosas por aí.

P.S. - A foto é retirada da internet, pelo que não sei se ainda está assim mas se calhar aqui fica a proposta para aquela «estátua» poder receber a obra de algum verdadeiro artista de graffiti.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulheres

Confesso que sou céptica em relação ao Dia Internacional da Mulher, porque o ideal seria que não fosse necessário.
Infelizmente, em pleno século XXI, destacar e alertar para a situação da mulher é cada vez mais necessário.
A perda de direitos adquiridos, o aumento da violência contra as mulheres, o desemprego e a falta de possibilidade de até ser mãe, tudo isso são violações.
A um nível mais restrito, continuo a ver homens com atitudes machistas perante mulheres que têm algum poder.
Ainda custa a muitos homenzinhos que não possam levantar a mão ou dar um berro ou não ver a mulher que de uma qualquer forma se lhe opõe encolher-se de medo perante qualquer ameaça, como viam acontecer no seu lar de infância.
Na minha profissão, já me disseram um pouco de tudo. Na minha actual posição no jornal, pior ainda.
Mas como eu costumo dizer, para enfrentar esses homenzinhos basta mostrar-lhes, quando eles pensam estar a lidar com «meninas», que afinal estão a lidar com «gajas».
Como me dizia Teresa Nunes, presidente da Junta de Freguesia de Arrentela na entrevista para a edição do Dia Internacional da Mulher, "só participando na vida social é que as mulheres se podem libertar, lutar pelos seus direitos e sobretudo, despertar consciências."

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Mesmo...

"Mr. Spock, the women on your planet are logical. That's the only planet in the galaxy that can make that claim."
Captain Kirk
Se os homens entendessem isso, Kirk, se realmente os homens entendessem isso...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Uma grande verdade


Com 41 anos, já tivemos tempo de aprender muita coisa, de ver e ouvir muita coisa e de amar e odiar muita coisa.
Da minha parte tenho tentado ligar ao que realmente importa e deixar para trás de mim os «pesos» que me arrastam ao fundo.
Mas realmente tenho aprendido que, à semelhança do que dizia o meu pai sobre o medo, 'que é do tamanho que a gente o faz', assim também são os problemas que se nos colocam.
Podem ser grandes, mas podem ficar quase intransponíveis quando achamos que não temos força para lidar com eles. Logo que descobrimos que essa força está dentro de nós, nada é impossível. Mesmo nada.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um murro no estômago

Há dias que nos deixam assim.

Como se tivessemos levado um murro no estômago. São dias diferentes, são dias que nos fazem pensar. E é por estes dias que eu repito: jornalismo é a melhor e a pior das profissões.
Hoje conheci uma menina linda, Joana, que foi operada a um tumor no cérebro e para quem dois agentes policiais e a escola onde anda estão a organizar uma festa para ajudar.
Uma miuda fantástica, que só com a sua presença, me deu uma lição de vida brutal.
Quando me levantar a queixar de preguiça, dores de barriga, andar mal humorada, vou pensar na Joana. Palavra que coloca toda a nossa vida em perspectiva.

https://www.facebook.com/analopes1971?sk=wall&ref=notif&notif_t=wall#!/events/563601957001986/permalink/564683956893786/?notif_t=like

No Coments II

domingo, 27 de janeiro de 2013

No coments.

Ou melhor, um único comentário: até quando vamos aguentar as mentiras deste e dos outros ditos governantes?
Até onde vai chegar a falta de vergonha?
Ouçam as mentiras. De ambos!


sábado, 19 de janeiro de 2013

E esta hein?

Enviaram-me esta «notícia» por email, e achei por bem partilhá-la. Se dúvidas houvesse que atravessamos um período de conspirações talvez ao nível dos Bórgias, aqui fica a prova.



DESCOBERTA A SINISTRA INTENÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA :À SOCAPA E COM UM PROGRAMA OCULTO, QUEREM PRIVATIZAR A SEGURANÇA SOCIAL, ALÉM DE SERVIÇOS PÚBLICOS.



«Quem disse que é bom ter um português como presidente da Comissão Europeia, que neste caso importante se manteve em silêncio como cúmplice desta sinistra intenção? Se hoje em França não fosse Hollande o presidente, continuaríamos na total ignorância por falta de divulgação na imprensa desta tramoia, que continuaria escondida numa gaveta dos governos ultraliberais da Europa ao serviço do Bilderberg's Group. Esta directiva existe desde dezembro de 2011, já depois de o governo de Passos Coelho estar em funções. Alguém ouviu ou leu algo a seu respeito na imprensa portuguesa? Pois...
A proposta de Diretiva da União Europeia relativa aos contratos públicos, em apreciação no Parlamento Europeu, é um novo exemplo do processo em curso de destruição do chamado “modelo social europeu” e de regressão social e democrática do espaço europeu. Convertendo a União Europeia num espaço económico e político inteiramente comandado pelos mercados financeiros e por um ultraliberalismo suicidário. É também uma boa ilustração de como o diabo está nos detalhes.
A intenção de liberalizar e privatizar a segurança social pública é remetida para um anexo (o Anexo XVI) dessa proposta de diretiva, mencionado singelamente como dizendo respeito aos serviços “referidos no artigo 74º”, sendo aí listados os serviços públicos que passariam a ser sujeitos às regras da concorrência e dos mercados:

- Serviços de saúde e serviços sociais
- Serviços administrativos nas áreas da educação, da saúde e da cultura
- Serviços relacionados com a segurança social obrigatória
- Serviços relacionados com as prestações sociais

Entre estes, avulta a intenção expressa de privatizar a segurança social pública, a par dos serviços de saúde e outros serviços sociais assegurados pelo Estado. Um alvo apetecido do capital financeiro em Portugal e no espaço europeu, que há muito sonha com a possibilidade de deitar a mão aos fundos da segurança social e às contribuições dos trabalhadores, sujeitando-os inteiramente às regras da economia de casino.
E como o fazem? À socapa, para ver se escapa à atenção e vigilância públicas. Um mero anexo, que remete para um mero artigo, nesta proposta de diretiva em discussão.
Só que o artigo em causa (o 74º) diz que “os contratos para serviços sociais e outros serviços específicos enumerados no anexo XVI são adjudicados em conformidade com o presente capítulo”. Neste, relativo aos regimes específicos de contratação pública para serviços sociais, estabelece (artigo 75º) a regra do concurso para a celebração de um contrato público relativo à prestação destes serviços. E logo de seguida, enumerando os princípios de adjudicação destes contratos (artigo 76º), é estabelecida a regra de que os Estados-membros “devem instituir procedimentos adequados para a adjudicação dos contratos abrangidos pelo presente capítulo, assegurando o pleno respeito dos princípios da transparência e da igualdade de tratamento dos operadores económicos…”
Uma perfeição. De um golpe, escondido num anexo e numa diretiva que daqui a uns tempos chegaria a Portugal, ficaria escancarada a porta para a privatização da segurança social pública e para a tornar inteiramente refém dos mercados financeiros. Que são gente de toda a confiança e acima de qualquer suspeita. Como esta crise tem comprovado. Ou não andamos nós há muito a apertar o cinto (e a caminho de ficar sem cintura) para merecermos o respeito e a confiança dos mercados financeiros, nas doutas palavras de Coelho & Gaspar, acolitados pelos representantes no Governo português dos interesses da Goldman Sachs, António Borges e Carlos Moedas? E, como também nos têm explicado, o que é bom para a Goldman Sachs e os mercados financeiros, é bom para Portugal e os portugueses.

Este golpe surge, como não podia deixar de ser, sob o alto patrocínio desse supremo exemplo de carreirismo e cobardia política chamado Durão Barroso que, além de se ter pisgado do governo português com a casa a arder, tem no seu glorioso currículo o papel de mordomo das Lajes na guerra do Iraque e, agora em Bruxelas a fazer de notário dos poderosos, faz jus ao seu nome sendo durão ultraliberal com os fracos e sempre servente dos mais fortes. Como é bom ter um português em Bruxelas!

Claro que isto anda tudo ligado. Esta proposta de diretiva tem relação com os golpes sucessivos infligidos à segurança social pública em Portugal, com a operação para já frustrada em torno da TSU, com os insistentes cortes de direitos sociais, com os recorrentes argumentos do plafonamento e da entrega de uma parte das pensões ao sistema financeiro. Afinal, a lógica ultraliberal de que o melhor dos mundos será quando, da água à saúde, da educação à segurança social, tudo e toda a nossa vida estiver controlada pela lógica dos mercados e do lucro. Ou seja, pela lei do mais forte. Que é também coveira da democracia. E o Estado contemporâneo abdicar, como tarefa central, da sua função redistributiva e de redução da desigualdade social e regressar à vocação residualmente assistencialista do Estado liberal do século XIX.

Como refere o deputado socialista belga no PE, Marc Tarabella, “privatizar a segurança social é destruir os mecanismos de solidariedade coletiva nos nossos países. É também deixar campo livre às lógicas de capitalização em vez da solidariedade entre gerações, entre cidadãos sãos e cidadãos doentes…”, lembrando os antecedentes da sinistra proposta designada com o nome do seu autor por diretiva Bolkestein (Bilderberg's member), e exigindo a eliminação da segurança social desta proposta de diretiva.
É preciso defender a Segurança Social (e a Saúde e a Educação públicas) como uma prerrogativa do Estado e um setor não sujeito às regras dos Tratados relativas ao mercado interno e da concorrência. Para não termos um dia destes os nossos governantes e os seus comentadores de serviço, com a falsa candura de quem nos toma por parvos, a explicarem que vão entregar a segurança social pública aos bancos e companhias de seguros porque se limitam a cumprir uma decisão incontornável da União Europeia, como já estão a fazer na saúde e na educação. Decisão pela qual, evidentemente, diriam não ser responsáveis. Como é próprio dos caniches dos credores. E acrescentando sempre, dogma da sua fé neoliberal, que nada melhor do que a concorrência e a privatização para baixar os custos e proteger os “consumidores”, aquilo em que querem converter os cidadãos. Como se vê nos combustíveis, nas comunicações ou na eletricidade. Tudo boa gente.
É preciso levantar a voz e a resistência social e política à escala europeia contra este projeto, antes que seja tarde demais. Em defesa da Segurança Social pública e do Estado Social. Garante de democracia e de menos desigualdade social.
TVP»