Já aqui o disse, que o povo português retrocedeu ao tempo da Idade Média onde, quais servos da gleba, existemos apenas para suportar a vida faustosa dos senhores do clero e da nobreza.
Estamos completamente reféns de um Estado que tudo tira e pouco dá. Ou melhor, de um Estado que só dá a alguns, sobretudo para manter lobbies cujos dividendos se vêm depois em campanhas eleitorais. Ou depois destas.
Hoje, na pausa para o café, passei os olhos pelo Correio da Manhã, onde li esta crónica de Eduardo Dâmaso, que vai totalmente de acordo com o que penso.
Já agora, nesta mesma edição, numa curta entrevista, Isabel Jonet quando questionada sobre o problema das crianças que vão com fome para a escola, tem uma resposta do género: isso é incuria e falta do tempo dos pais que não se preocupam com o facto do pequeno-almoço ser a refeição mais importante do dia. Tirem as vossas ilações.
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Agora as propinas
O alargamento dos poderes do Fisco em matéria de execução
é uma vergonha.
Por:Eduardo Dâmaso, director-adjunto
Como se não bastassem os exorbitantes poderes de que
historicamente dispõe face ao cidadão, o Governo tem vindo a alargá-los a
dívidas de portagens, de taxas moderadoras e, agora, à cobrança de propinas.
Este regresso ao tempo de um Estado ablativo, que só
confisca e cobra, é um retrocesso civilizacional.
Estamos a deixar morrer um Estado prestador por puro
preconceito ideológico.
Ou melhor, uma parte das nossas elites está a mantê-lo,
mas só nos negócios que lhe convém e com lucros garantidos por via legal.
Roubam o Estado, a partir do Estado e da lei.
Resta saber se o povo algum dia acordará...»