É bem velho o dito que afirma «só não erra quem não faz».
Todos na vida já errámos, e se uns nem se preocuparam com isso, outros houve
que pagaram pelos erros que cometeram, e falo aqui ao nível profissional.
No jornalismo, também ninguém está isento de erros.
Seja na precipitação de querer ser o primeiro a
transmitir determinada notícia, seja porque a informação nos chegou deturpada,
seja porque as fontes não souberam dar toda a informação ou seja ainda por preguiça
mental de quem transcreve os factos, o que é certo é que se dão erros.
Como jornalista não estou isenta de os cometer, apesar
dos meus anos nesta área.
No entanto, nem sempre o nosso sexto sentido nos alerta quando alguma coisa está mal, e daí por vezes cairmos no erro.
No entanto, nem sempre o nosso sexto sentido nos alerta quando alguma coisa está mal, e daí por vezes cairmos no erro.
Há algum tempo, numa notícia que me chegou de forma
oficial, sobre o número de médicos para a região do distrito de Setúbal, e
transcrita por mim como sendo correcta e à prova de erro, fui simpaticamente
corrigida por alguém que, conhecedor da realidade, contrapôs essa notícia
oficial com os dados reais, atitude que só tive de agradecer.
Noutra ocasião mais recente, uma nota da PSP dava conta
de um sequestro num stand na Quinta do Conde. Ora aí entrou o meu conhecimento
pessoal, porque reconhecendo o nome do referido estabelecimento, soube de
imediato que a informação não era a correcta. E nem, viemos depois a saber, o
local concreto do sequestro.
Ainda mais um exemplo aconteceu com uma informação que me
chegou, de uma fonte fidedigna, de que haveria feridos aquando da explosão que
ocorreu na pedreira de Sesimbra.
Algo precipitadamente, tendo em conta a confiança na
fonte, coloquei essa informação. Felizmente, tive depois de a desmentir, porque
não houve feridos.
E foi uma notícia pela qual várias pessoas, como se diz
na gíria, «me deram nas orelhas».
Como profissional só tenho a agradecer a atenção com que
os meus leitores seguem tudo o que o «Comércio» publica e de certa forma se
sentiram incomodados por uma notícia que não estava correcta, habituados que
estão ao nível jornalístico deste jornal, ao contrário de outros, de renome e
de tiragem nacional, onde lemos os maiores disparates, não por falta de
informação, mas por puro laxismo de quem escreve.
Não devia custar muito verificar se uma acção policial decorreu na noite de quinta-feira ou na manhã de sexta-feira. Nem custaria muito averiguar se o Centro Comercial do Miratejo fica no concelho do Seixal ou no de Almada.
Não devia custar muito verificar se uma acção policial decorreu na noite de quinta-feira ou na manhã de sexta-feira. Nem custaria muito averiguar se o Centro Comercial do Miratejo fica no concelho do Seixal ou no de Almada.
Mas adiante. Vamos então à terceira parte do título desta
crónica, a «idiotice».
Esta entra quando alguém, aproveitando-se de um simples
erro de um jornal que em oito anos nunca teve de repor a verdade de qualquer
notícia, e raramente teve de fazer uma nota pedindo desculpa por alguma gralha,
surge como paladino da verdade, tentando tirar dividendos dessa situação e
fazer desse facto um grande acontecimento.
Felizmente, contam-se por metade dos dedos de uma mão o
tipo de pessoas que têm essa mentalidade infantil.
Quanto a mim, tenciono ir aprendendo com todos os erros, evitando-os e tentando nunca os repetir, porque é isso que nos faz crescer como pessoas e enquanto profissionais.
Quanto a mim, tenciono ir aprendendo com todos os erros, evitando-os e tentando nunca os repetir, porque é isso que nos faz crescer como pessoas e enquanto profissionais.
«Não me
envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me
envergonho de raciocinar e aprender.»
Alexandre Herculano
Alexandre Herculano