Ao voltar a este meu blogue, vejo que já passou quase um ano desde que publiquei pela última vez.
Muita coisa aconteceu nestes meses.
No entanto, e porque sei que há várias pessoas que estão curiosas sobre o que se passou, porque deixei de ser directora (e de pertencer à equipa e SUPOSTA SOCIEDADE) no jornal Comércio do Seixal e Sesimbra, achei por bem colocar aqui esta publicação.
E também porque o esclarecimento que deixei no perfil do facebook e na página do blogue do jornal foram APAGADOS (e fui bloqueada de ambos e apagados os comentários de pessoas que me defendiam) porque não interessa à 'senhora proprietária do título' que se conheçam as razões que levaram a esta ruptura.
Uma ruptura que se previa há muito, e que muitas das pessoas que comigo falaram nestes dias diziam já estar à espera, admirando-se até pelo tempo que aguentei (NOVE ANOS), mas por muitos anos que vivamos, nunca conheceremos completamente certas 'pessoas'.
Nove anos de sacrifícios, de trabalho de JORNALISTA e de PAGINADORA, para poupar alguns tostões à suposta SOCIEDADE, de gastar o que tinha e não tinha, de pedidos de empréstimos a familiares (até hoje nunca pagos) para aguentar o que nunca foi, sei-o agora, o meu projecto, isto apesar de o jornal ter chegado ao que é hoje fruto do MEU TRABALHO.
Que não existam dúvidas: NÃO ERA EMPREGADA do jornal.
Fui a Unipessoal que manteve o jornal durante dois anos depois do anterior proprietário ter descoberto "certas coisas" feitas pela 'senhora proprietária do título'/directora comercial e ter largado o projecto.
Fui depois, durante cerca de cinco anos, a sócia-gerente da empresa Palavrabsoluta que editou o jornal. Mas devido ao acumular de dívidas às Finanças e afins (pois o dinheiro da publicidade nunca chegava para pagar as contribuições), chegou a uma altura em que não era possível continuar a facturar aos clientes (passando eu a arcar com as dívidas a estas instituições).
Optou-se então por uma Unipessoal em nome da 'senhora proprietária do título' para não deixar morrer o projecto do jornal.
A partir daí, Novembro de 2014, nunca mais tive acesso a qualquer conta bancária da "empresa", NUNCA MAIS SOUBE QUE VALORES ENTRAVAM E PARA ONDE SAIAM.
As despesas, essas passaram então a ser inteiramente por minha conta, desde a gasolina para me deslocar nas reportagens, para fazer a distribuição do jornal, até para pagar a renovação da minha carteira profissional.
Para pagar um simples café, tinha de pedir dinheiro à minha mãe, que durante estes anos aguentou todas as despesas, emprestou dinheiro à suposta sociedade, fez distribuição do jornal, sem nunca receber sequer dez euros.
Mas sempre que eu exigia ver as contas do jornal ou ter os dados de acesso à conta bancária. era acusada de não confiar na tal 'gestão', de ser uma pessoa a quem só interessava o dinheiro e não o projecto em si.
Estupidamente, fui deixando as coisas passarem.
Há um ano, fui convidada para colaborar com o Diário do Distrito, por pessoas amigas de longa data. Aceitei porque gosto dessas colaborações e por algum apoio que recebia. Claro que falei com a suposta «sócia» sobre isso, porque nunca fiz nada pelas costas de ninguém, ao contrário do que me foi feito durante estes anos. E assumi sempre que nunca poria essas colaborações à frente do jornal, chegando a recusar trabalhos (com prejuízo para mim!!).
Já o jornal beneficiou dos conhecimentos e da parceria que EU CRIEI, quer em termos de notícias, quer sobretudo em termos de inserção de publicidade.
Apenas em duas ocasiões pedi à 'senhora proprietária do título' que fosse tirar fotos para o jornal (para uma publireportagem e para uma entrevista), numa delas porque eu tinha sido convidada a estar num encontro na Feira do Livro como jornalista, o que deixou a 'senhora proprietária do título' absolutamente furiosa.
Mas embora a 'senhora proprietária do título' tivesse concordado com essa minha colaboração, sendo a própria que antes me dizia porque não tentava arranjar uns trabalhos como colaboradora para fazer algum dinheiro, a inveja de ver alguém sair do seu raio de acção, de me ver lidar com pessoas que não giravam em seu redor, de me ver feliz com algo que não estava na sua esfera de alcance, foi demasiado para esta pessoa, que chegou a dizer a várias pessoas que 'não sabia no que iam dar estas colaborações da Carmo!'.
Aumentaram as discussões por tudo e por nada, as 'bocas', as caras fechadas, as tentativas de humilhação em qualquer local, os actos descabidos.
Só um exemplo: em Abril foram feitos novos cartões de apresentação, por insistência minha, porque sempre que ia a qualquer evento, me apresentava como DIRECTORA do jornal (e só depois como colaboradora do DD) e achava que a entrega de cartões do jornal seria uma mais-valia.
E eis senão quando os cartões chegam e NESTES SÓ CONSTAVA O NOME DA SENHORA PROPRIETÁRIA DO TÍTULO e o seu número de telemóvel, a par com o número geral do jornal...
Confrontada com isto, a resposta foi: 'Porquê? Querias lá o teu número? E se querias cartões com o teu nome, pedisses...'
Como se em NOVE ANOS nunca tivessem sido feitos cartões, sempre com os nomes das DUAS (supostas) SÓCIAS. Mas o jornal onde saiu o anúncio da gráfica que pagou esses cartões, foi inteiramente feito, paginado e pago por mim.
Reuniões com presidentes de autarquia, com a nova senhoria, com um cliente para (eu) fazer um suplemento sem receber nada, só podiam ter a presença da senhora proprietária do título, sabendo eu dessas reuniões apenas depois de terem tido lugar.
Já para as 'representações do jornal' que aconteciam à noite, aos fins-de-semana ou feriados era eu que tinha de estar sempre disponível, ou vinha logo um 'não te ralas com o jornal, só queres fazer a tua vida e estar de perna esticada no sofá!'.
Mas claro, as despesas de deslocações tinham de sair do meu bolso porque o dinheiro que ia entrando no jornal SÓ NÃO CHEGAVA PARA ISSO... as despesas tinham de ser assumidas por mim, como 'SÓCIA' do projecto e DIRECTORA do jornal, e essa 'desculpa' servia também para não receber qualquer valor monetário.
Aliás, uma das últimas discussões aconteceu precisamente porque eu comentei que, ao chegarem as férias pelo Verão, não iria acontecer o mesmo que no Natal, em que nem dez euros tirei para mim. Claro que veio logo a conversa do 'não sabes que não há dinheiro!!?'...
Embora não tivesse acesso à conta bancária do jornal, não sou idiota de todo para não fazer um cálculo do que era recebido em publicidade e aquilo que via ser pago, sobretudo em restaurantes, com o cartão 'do jornal'...
Assim como me apercebia das trocas de serviços por publicação de anúncios, das quais usufruía a 'senhora proprietária do título do jornal' e respectiva família (tratamentos de rosto, unhas de gel, cabeleireiro, limpeza dos automóveis, noites em hotéis, refeições, óculos para toda a família, tratamentos dentários, etc. etc)...
Confrontada com isto, a resposta era sempre a mesma: «e depois? EU estou a meter aqui muito dinheiro!» (empréstimos contraídos em seu nome, mas pagos com a publicidade do jornal).
Claro que o que dinheiro que eu meti, as dívidas às minhas costas e o meu trabalho de duas pessoas não contava para nada...
Mas abordar estes assuntos era motivo para gritaria, que sinceramente, não tinha já paciência para aturar.
Tudo isto culminou no dia 7 de Julho de 2016, quando saí para fazer um trabalho para o Diário do Distrito, e me esqueci de informar a 'senhora proprietária do título do jornal' de que tinha chegado uma carta com bilhetes para o espectáculo do Filipe La Feria e da qual eu retirara os MEUS bilhetes, conforme já tínhamos combinado entre as duas até numa ida à praia.
E porque a carta vinha dirigida a Comércio do Seixal/ Att 'senhora proprietária do titulo do jornal', recebi um telefonema histérico (há pessoas que estavam comigo e ouviram os gritos) acusando-me de que tinha aberto uma carta que NÃO ERA PARA MIM, que tinha VIOLADO CORREIO, que era UMA LADRA porque lhe tinha ROUBADO os bilhetes, e que estava PROIBIDA de o tornar a fazer.
Em nove anos de 'sociedade' nunca abri uma carta que não me fosse dirigida, e cheguei mesmo a ouvir pela tal pessoa frases como 'porque não abriste? É PARA NÓS!'...
Ainda mais curioso: quando, há umas semanas, chegaram os primeiros bilhetes deste espectáculo, fui eu quem assinou o registo e abri a carta, e até avisei a 'senhora proprietária do título do jornal' de que os bilhetes não eram duplos... sem que a dita tivesse ficado 'ofendida'... Aliás, cheguei a ir levantar várias cartas REGISTADAS com bilhetes das produções La Féria em nome dela aos CTT, quando não lhe apetecia fazer essa caminhada.
Ao fim desse dia ainda fui à redacção do jornal e encontrando-se a 'senhora proprietária do título do jornal' na esplanada, aproximei-me dela e perguntei-lhe se podíamos falar.
Nova explosão de histeria, com acusações de 'ladra', 'nem o meu marido abre as minhas cartas', 'podes desaparecer da minha vista', E O HILARIANTE 'Também abres as cartas do Diário do Distrito!?'.
Perante isto nada havia a dizer senão gritar-lhe na cara que não era a empregada que ela julgava ter ao seu serviço, e virar-lhe costas.
NO DIA SEGUINTE AO CHEGAR À REDACÇÃO, ENCONTRO A FECHADURA MUDADA, e verifico que as passwords dos emails foram alteradas e ainda o bloqueamento do perfil do facebook.
Perante a minha ameaça de entrar com a PSP para recolher o que era meu e os dois gatos que ali estavam (a quem nem se dignava a dar comida, mas um deles foi para lá por insistência dela), a empregada do jornal abriu a porta, MAS A SENHORA DONA DO TÍTULO ESCONDEU-SE NUMA SALA, e nem coragem teve para sair e dizer-me o que quer que fosse nos olhos.
Esta era a pessoa que dizia ser 'não minha amiga, mas minha irmã'; que me convidou para madrinha do filho; que me ligava a qualquer hora do dia ou da noite para 'desabafar', confidenciar e dizer mal de tudo e de todos durante horas; que me pediu algumas centenas de euros emprestados numa das suas mudanças para pagar rendas em 2010, esquecendo-se comodamente de pagar; de quem fui fiadora de um carro comprado para a 'empresa' e só usado por ela, com a condição de pagar as prestações, o que deixou de fazer ao fim de uns meses sem me dizer nada (só fiquei a saber da situação quando a locadora ME exigiu a devolução do Renault); que acompanhei em momentos difíceis da sua vida, sem nunca receber a mesma atitude da parte dela, que me mentia ao dizer que estava a pagar tudo às Finanças e à Segurança Social, situação de que só fiquei a saber quando comecei a receber os avisos na minha casa.
Era esta pessoa com quem eu julgava tinha uma amizade verdadeira e uma sociedade para um projecto que só é aquilo que é hoje devido AO MEU TRABALHO, às horas que gastava para conseguir as melhores reportagens e as que passava frente ao computador para paginar todas as edições do jornal (embora na ficha técnica viesse o nome da filha da 'senhora proprietária do título') e para manter o blogue actualizado.
Felizmente tenho recebido uma imensidão de mensagens, de telefonemas, de apoio de pessoas que nem pensava que soubessem da minha saída, alguns dos quais fizeram questão de me congratularem, DE FORMA PÚBLICA, por essa saída de 'um labirinto de inveja', como me disse um amigo.
Os 'conhecidos' que acharam por bem tomar um partido, sem sequer me procurarem para saber a minha verdade, com receio de deixarem de ver a sua cara ou nome no jornal, contam-se pelos dedos de uma mão (e sobram dedos).
Quanto a mim, o meu futuro começa agora.
Aprendi muito nestes anos, e muito mais tenho a aprender.
Infelizmente nunca quis acreditar num ditado popular que sempre me diziam: «Meias, nem nas pernas!».
Quem quiser continuar a seguir-me, encontra-me no Diário do Distrito, na Alvo Magazine e na Nova Gazeta. E em breve, em mais uma publicação.
Porque o valor de uma pessoa não é medido pelo que ela acha que é, mas pelo que os outros sabem que é na realidade.
"Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão..."
(Fernando Pessoa)