No outro dia encontrei uma pessoa que não via vai fazer dez anos. Foi a primeira jornalista com quem trabalhei, logo que iniciei esta vida de cigana (em termos laborais) do jornalismo.
Isto fez-me reflectir sobre os dez anos em que já ando nisto e de tudo o que tenho encontrado.
Infelizmente, o mundo do jornalismo está dominado por pessoas que não percebem o mínimo do que quer dizer isenção e ética jornalistica. Durante esta década de trabalho, deparei-me com um pouco de tudo, mas um género prevaleceu: o do endinheirado (ou nem por isso) que quer fundar um jornal ou revista.
Em Portugal, nada mais fácil.
Arranja-se um ou dois jornalistas, se possível estagiários, a recibos verdes, contrata-se um ou dois comerciais com o isco de ganhar boas comissões, escolhe-se um tema para a revista ou uma zona para abrir um jornal e, zás, eis uma empresa jornalística.
O problema é que esta vive da publicidade, e nem sempre esta existe. Aí, despedem-se os jornalistas, independentemente dos anos que ali estejam, e contratam-se mais comerciais. A veracidade do que é publicado não vem ao caso, interessa é que o suposto administrador possa dizer aos amigos que tem uma empresa jornalística.
Mas este é apenas um lado da questão.
Depois há os pseudo-jornalistas, muitos deles até com carteira profissional.
Isto acontece muito ao nível regional. Mas de certo modo até o considero meritório em certos locais onde a população tem apenas nestes órgãos locais o meio de conhecer o que acontece nas suas terras. Muitos desses jornalistas são pessoas sem formação na área, mas que o gosto pela escrita leva a fundarem os seus pequenos jornais.
O problema é quando de jornalistas passam também a políticos e regem estes órgãos como um meio para ganhar visibilidade política, em vez de como meios de comunicação isentos.
No entanto, este tipo de atitude, embora prejudique a população que serve, fica com quem a pratica.
Também destes tive diversos exemplos, por trabalhar em jornais no concelho do Seixal e de Almada.
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