Hoje fui até à Chamusca. Desta feita, a convite do meu amigo Joaquim Figueiredo que quis a minha presença num momento alto da sua vida, a apresentação do seu livro «Eu português impuro no Caminho de Santiago» na terra que o viu nascer. Uma apresentação que foi digna dele, e que durou perto de três horas com um vivo debate entre as pessoas presentes sobre fé, religião e o «eu».
Por isso lá rumámos, o trio maravilha até à brancura do Ribatejo, a uma terra que descobri ser lindíssima, porque até agora, confesso, só a conhecia de atravessar de carro.
Casas antiquíssimas, um lindíssimo jardim, um miradouro a que não me atrevi a subir porque tinha mais escadas que o Bom Jesus de Braga, e um cantinho muito agradável para comer, «O Poizo do Besouro» (e é assim que vem escrito no cartão que nos ofereceram à saída), localizado junto ao edifício da Câmara Municipal da Chamusca, recôndito mas bem sinalizado.
Mesmo ao lado, um paraíso para quem como eu adora antiguidades e velharias, embora não tenha visitado o espaço, mas ficaram-se-me os olhos na lojinha.
O espaço do restaurante é um antigo armazém de tectos altos em madeira e um verdadeiro paraíso para os «aficionados». Confesso que não o sou, e se tenho a música da tourada ou pasodoble no telemóvel é mesmo só por diversão.
Mas ali tive de dar o braço a torcer, porque desde das bandarilhas como centros de mesa aos inúmeros retratos de toureiros e cartazes antigos, juntando-se alguns equipamentos para montar a cavalo, tudo é um regalo para os olhos.
E depois, como orgulhosamente afirma a sua publicidade, há a deliciosa cozinha tradicional ribatejana.
O Figueiredo optou logo pela sopa de couve com feijão, tradicional da terra, seguida de um bife simples com arroz e batata frita como se fazia cá em casa (antes da pedra na vesícula e o colesterol acabar com essas loucuras).
Para mim e para a mãe, a partilha de umas migas de couve com bacalhau assado.
Já sabem que adoro isto, e mais uma vez não fiquei desconsolada. O bacalhau, salgadinho, assado no ponto, sem espinhas e com as tais migas de pão com couve e batata (sempre uma surpresa o que servem sob o nome de migas).
A acompanhar um vinho branco frisante e adocicado, perfeito.
A conta, nenhuma surpresa, uma vez que cada dose, suficiente para duas pessoas, rondava os 8 a 9 euros.
Aproveitamos para dar também um saltinho à feira da Golegã, nada daquilo de que tinha memória, porque tirando os cavalos, é igual a todas as outras feiras de agora. Mas enfim, ainda deu para comprar o tradicional bolo arrufado com coco (3 euros e mais de dois quilos).
Já agora, aproveito para dizer que o livro «Eu português impuro no caminho de Santiago» será apresentado no Seixal no próximo sábado, dia 13 de Novembro, no Fórum Cultural do Seixal, a partir das 15h00 (julgo) e contará com a presença do duo «Anjos».
PS – Interessante o nome deste meu post, embora eu nada tenha a ver com ele... mas parece que foram avistados por aí alguns besouros a poisar em novos poisos e esses “avistamentos” também explicam alguns mistérios concelhios e “jornalísticos”.
«Cada panela com seu testo, Cada terra com seu uso, Cada roca com seu fuso».
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