sábado, 20 de dezembro de 2014

Afinal é Natal

Aproxima-se a época alta do ano, com as festas de Natal e de Ano Novo, no qual depositamos sempre grandes esperanças.
A par com a época de Verão, esta é quase uma silly season onde quase toda a gente atende os telefones a cantar «Noite Feliz» e os assuntos importantes são convenientemente deixados para «depois do Ano Novo».
Renovam-se os votos de felicidade, lembramo-nos dos amigos e conhecidos e agora até, com isto das redes sociais, é tão fácil espalhar em redor o espírito da época.
E este também se reflecte nas notícias. Seja no fecho do jornal da noite, com a imagem «congelada» em algum pormenor na árvore de Natal, sejam os temas mais solidários das reportagens, seja até a forma como se fazem as filhós tendidas no joelho da Beira Baixa (as minhas favoritas) ou a pinhoada alentejana (também a minha favorita).
Mas há um outro especto desta época. Se quase todas as semanas nos chegam via media relatos de catástrofes, de guerras, de mortes, quando as recebemos (ou transmitimos) nesta altura, parece que tomam um peso diferente.
Já por várias vezes ouvi pessoas a dizer «ah, já se esperava algo assim, afinal é Natal». Um dos exemplos disto foi o tsunami que atingiu a Tailândia em 2004.
Quando falamos em tsunami, decerto que é quase sempre este que nos vem à memória. Motivo? A data em que ocorreu, 26 de Dezembro, época das festas.
Claro que ocorreu outro terrível no Japão, e bem mais recente, em 2011. Mas recorda-se da data certa? Se calhar terá de ir ver à internet…
Mais distante no tempo foi o sismo da Terceira, em 1980. Data? 1 de Janeiro…
Não se trata, como é óbvio, de qualquer teoria de conspiração. É apenas a nossa racionalidade humana. Tal como nos toca mais uma tragédia que tenha ocorrido perto de onde vivemos, de onde nascemos ou de onde trabalhamos, também as notícias na época que se quer de alegria e paz, nos marcam mais profundamente.
E com votos que este ano não tenhamos notícias deste carácter para marcar o final de 2014, despeço-me desejando a todos os leitores do Diário do Distrito, e já agora, do Comércio do Seixal e Sesimbra, um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de esperança num futuro melhor.
Lembremo-nos que já passámos por muito pior e saímos vencedores.
Procuremos essa força dentro de cada um de nós para realmente fazer a diferença.
Feliz 2015!!!
 
P.S: Mais uma das minhas crónicas no Diário do Distrito, a última deste ano. E aproveito ainda para desejar, à minha maneira e do Belchior, umas Festas Felizes a quem visita este meu cantinho.
 
 

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