domingo, 21 de novembro de 2010

Sobre rodas

Se há algo de que todos gostamos de nos queixar, é dos transportes públicos. Por isso, usamos o carrinho até para ir beber a bica e estacionamos quase dentro dos supermercados ou bancos.
Não digo que os transportes públicos que temos são excepcionais, mas... E antes que me venham dizer que estou a fazer demagogia (uma palavra agora muito na berra), devo dizer que desde sempre que uso os transportes públicos (em Setúbal, Almada, Lisboa, Oeiras e no Seixal), por isso sei do que falo.
Mas este sábado tive a prova de que nem tudo é tão mau como parece.
Infelizmente, um tio meu foi internado no hospital de Coimbra e como não sabia que isso iria acontecer, levou com ele o carro. Estando já internado há alguns dias, e não sabendo ainda quando terá alta, uma vez que está com uma infecção provavelmente provocada por urina de rato, que apanhou ao ajudar a limpar uma oficina na Sertã, estava logicamente preocupado com o carro.
Assim, decidi ir com a minha tia até lá de transportes e trazer depois o carro.
Perguntei a quem viaja bastante, que me indicou que o melhor para ir até Coimbra era apanhar o Expresso em Lisboa, mais cómodo, rápido e barato que o comboio.
E assim lá fui. Uma caminhada a pé até à estação do Fogueteiro (uns bons vinte minutos a andar mas sempre se pouparam uns trocos), o desconto de vários cêntimos para as duas “velhotas” a viajar como terceira idade e a viagem no comboio da ponte.
Chegadas a Sete Rios, nem é necessário sair da estação e basta subir umas escadas rolantes para estarmos na estação dos Expressos. Mais um bilhete para “jovem” (13 euros) e dois para a terceira idade (11,30 euros). Um autocarro muito confortável, uma viagem de cerca de duas horas e eis que chegávamos a Coimbra.
Dali ao hospital era longe, e logo na estação nos informaram que bastava sair, e ali mesmo na paragem de autocarro apanhar a carreira urbana 29. O engraçado é que o autocarro vai por dentro de Coimbra, permitindo ver alguns dos monumentos lindíssimos da cidade, com paragem nas estações de autocarros e de comboio (a maior parte dos passageiros da que apanhámos eram de Lisboa), e pára, pasme-se, mesmo em frente à recepção do Hospital.
Não fora, não ao lado, mas dentro do Hospital frente à entrada principal. Fiquei de boca à banda, quando penso por exemplo no que se passa no Hospital de Almada, onde não chega nem autocarro nem metro...
Realmente, o uso dos transportes públicos é algo que deve ser incentivado. Pelo menos, em certos lugares do país.
Escrevo isto também quando tomei conhecimento de que os TST vão acabar com a carreira rápida entre Cacilhas e Setúbal, que usei durante anos. A viagem pela estrada nacional não é uma opção, porque demora hora e meia, contra os quarenta minutos da "rápida".
Como se pode dizer às pessoas para usar mais os transportes públicos e depois se retiram carreiras como esta?

1 comentário:

Nelson Filipe Patriarca disse...

Carmo. Todos os transportes públicos da área da Margem Sul estão absolutamente desregulados, basta ver o exemplo dos autocarros "da carreira" que saem das estações de barcos (Montijo e Seixal) no minuto em que o barco chega, restando em geral os da SUl Fertagus, onde o passe não é válido e e obriga o comum cidadão a comprar bilhete.!