Não, não vou hoje aqui falar da roubalheira a que o povo português tem sido submetido. Também não vou falar do preço da gasolina ou das novas "taxas" para higiene alimentar (deixa-me rir!!).
Vou falar do «Fartazana», um restaurante que descobri hoje, e aproveito para escrever sobre um tema sobre o qual não tenho escrito ultimamente, mas é que a crise também chegou cá a casa, e restaurantes só quando «o rei faz anos».
E tal como em tudo na vida, descobri este restaurante por acaso. Ia preparada para almoçar um choquinho frito no Sô Zé, nas Manteigadas, em Setúbal, mas como me distraí um bocado com as horas, quando cheguei, já havia fila de espera.
E nisto de esperar por mesa em restaurantes comigo não. Não sou melhor do que os outros, e por isso chego sempre cedo, aos domingos, mas não tenho paciência para ficar de pé à espera que os outros acabem o repasto. Além de que sendo domingo, acho muito bem que cada um leve o tempo que entender.
Por isso, embora com pena, arranquei e rumei até à sempre bonita Praias do Sado. Chegada a uma pequena terra de seu nome Mourisca, eis que começo a ver carros parados na estrada, e do lado direito um restaurante.
É sempre bom sinal quando as pessoas não se importam de deixar o carro mal estacionado na berma da estrada (a par com a célebre máxima de que camiões à porta de um restaurante garantem a sua qualidade), para ir a um restaurante.
E lá fui espreitar. Um espaço muito amplo, que se torna um bocadinho frio, duas jovens simpáticas a atender, aceitando os pedidos com muitos pormenores (querem manteigas? pão caseiro ou de carcaça? vinho fresco ou à temperatura ambiente?).
Uma dose de cozido para duas pessoas, se faz favor, e um jarrinho de vinho tinto da casa.
E eis que chega, perfumado, o cozido, não esparramado numa travessa para parecer mais, antes aconchegado em prato redondo. O arroz de farinheira, rosado e gostoso, muito repolho, nabo e batata, mas não feijão. As carnes bem cozidas, embora não salgadas (o que agradeço), e cada coisa sabendo ao que deve saber um verdadeiro cozido.
O vinho tinto da casa muito suave, escorregou bem.
Dois cafés e a conta: uns surpreendentes 11 euros.
Engraçada também a lista, que pedi, onde é explicado ao cliente que cada dose custa sete euros + despesas. Ou seja, ali não se engana ninguém.
Para a próxima, já sei o que vou experimentar: uma perna de javali no forno de lenha, pelo mesmo preço, que se me ficaram os olhos nela.
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