«Gaba-te, cesta, que vais à vindima», já o dizia a sabedoria dos nossos avós…
Todos temos o direito em nos gabarmos, quando realmente atingimos algo excepcional, e essa auto-promoção até resulta quando é feita com classe, com uma certa ironia e até humor.
Mas quando o que se gaba é nada menos que o vulgar ou ainda, a mediocridade, isso não passa de simples gabarolice, roçando a arrogância e a mania de superioridade.
À falta de terem quem diga como são maravilhosos, excelentes profissionais ou os «melhores» da praça, os gabarolas têm de o fazer por si próprios, tentando convencer-se a si mesmos e aos outros que valem alguma coisa.
E isto acontece sobretudo no dia-a-dia profissional e em todas as profissões.
No caso do jornalismo, qualquer jornalista que se preze procura ser o primeiro a informar, a obter o chamado «furo», a ser o primeiro a chegar a qualquer local e conseguir a mais completa informação para os seus leitores/ouvintes/telespectadores.
É essa a razão principal do jornalismo. Cabe-nos a nós, jornalistas no verdadeiro sentido da palavra, obter as informações e proporcioná-las através do meio para o qual trabalhamos. E trabalhar afincadamente para que isso aconteça.
A esta, acrescente-se o orgulho profissional de fazer com que o meio de comunicação para o qual trabalha seja reconhecido pelos seus leitores, como o mais actual e o que melhor informa.
E são os leitores que realmente dizem se tal órgão é ou não um verdadeiro meio de comunicação social.
Não a gabarolice.
Claro que fica sempre bem dizer que se tem um exclusivo, quando tal é verdade.
Agora de uma qualquer noticiazinha fazer um estrondoso festival porque se obteve este ou aquele dado mais cedo que os restantes?
Mas por outro lado, não se preocupam com a falta de honestidade precisamente no que toca concorrência desleal que praticam para com os outros órgãos de comunicação, destruindo todo o mercado publicitário onde laboram, fazendo-se até passar por quem não são.
Isso significa apenas que durante todo o resto do tempo de trabalho ou de existência de tal meio de comunicação, nunca tal feito foi alcançado, limitando-se talvez ao «copy - past» de informações veiculados por outros órgãos.
Ou que se têm tão pouca fé no trabalho realizado, que só alardeando o que poderá até ter sido um feliz acaso, se convence e tenta convencer os outros de que são os melhores.
São os chamados «pavões». Infelizmente, ao contrário destes lindos animais, pouco ou nada têm para apresentar senão os seus esforços patéticos.
São os chamados «pavões». Infelizmente, ao contrário destes lindos animais, pouco ou nada têm para apresentar senão os seus esforços patéticos.
Muitas vezes, esses esforços até podem ser divertidos para quem os vê, e fazerem surgir um sorriso de esguelha, como fazemos quando vemos certas traquinices dos nossos gatos ou cães.
Mas com o passar do tempo, a sua repetição e lendo nas entrelinhas do verdadeiro motivo para tal, a falta de lealdade e de respeito, tornam-se abjectos.
Melhor seria que por vezes se relesse o Código Deontológico do Jornalista e se revessem as formas de conduta. É que ser grande não significa que se tem mais qualidade. E quem muito alto sobe, de muito alto cai.
PS - Mais uma das minhas contribuições para o Diário do Distrito.
Sem comentários:
Enviar um comentário