Publicidade do Governo beneficia diário da Cofina
O Estado português investiu, nos primeiros nove meses de 2009, 8,8 milhões de euros em publicidade nos cinco principais jornais diários generalistas, revela um estudo da Marktest. O mesmo estudo adianta que metade dessa verba foi colocada em apenas um jornal: o «Correio da Manhã», do grupo Cofina.
Metade do investimento publicitário feito pelo Estado nos jornais diários de maior expansão em Portugal, entre Janeiro e Setembro de 2009, foi para o jornal Correio da Manhã (CM), de acordo com um estudo realizado pela Marktest, a pedido da Administração da Controlinveste.
De acordo com o estudo, entre inserções no caderno principal e no caderno de classificados, o diário do grupo Cofina arrecadou, até ao final do terceiro trimestre deste ano, cerca de 4,4 milhões de euros, a preços de tabela e sem contemplar os descontos praticados pelos meios de comunicação.
Os dados revelam que a segunda publicação que recebeu mais publicidade estatal foi o Jornal de Notícias (JN), propriedade da Controlinveste (também detentora do Diário de Notícias e do 24horas), com 2,4 milhões de euros de investimento, ou seja, cerca de 2 milhões de diferença do Correio da Manhã.
Por seu turno, o investimento no DN correspondeu a 1 milhão de euros, no Público (grupo Sonaecom) a 876 mil euros e no 24 Horas a 54 mil euros, um valor residual quando comparado com as demais publicações.
A análise dos dados mostra que os três títulos da Controlinveste, juntos, receberam menos investimentos publicitários do que o CM, em 2009 (não estando contabilizados outros títulos da Cofina como o Jornal de Negócios, o Record ou a revista Sábado).
Esta tendência verificava-se já em 2008 com 6,2 milhões de euros a serem investidos no diário da Cofina face aos 4,9 milhões de euros investidos nos mesmos três jornais da Controlinveste.
O estudo da Marktest revela ainda outros pormenores: o crescimento do investimento no caderno principal dos diários generalistas e a diminuição do investimento no caderno de classificados, embora este continue a ser o local preferencial para o Estado anunciar.
Os dados mostram também que o orçamento destinado ao caderno principal dos diários duplicou no caso do CM (mais 399 mil euros) e do DN (mais 174 mil euros), quase triplicou no Público (mais 138 mil euros) e cresceu menos de 1% no JN (mais 176 mil euros). Em contrapartida, diminuiu o investimento nos cadernos de classificados: menos 38% no CM, menos 51% no Público, menos 53% do DN e menos 35% no JN.
O estudo da Marktest surge no seguimento de informações avançadas pela revista «Sábado» (grupo Cofina), em meados do mês de Novembro, de que o Estado estaria a beneficiar o grupo Controlinveste no que respeita ao investimento publicitário.
A revista referia que o Estado estaria a desinvestir no jornal Público e Sol e a favorecer os títulos da Controlinveste, Diário de Notícias e Jornal de Notícias, mas nunca mencionou o dinheiro investido pelo Estado no jornal Correio da Manhã.
www.eusou.com/jornalista/
Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2009
GOVERNO VAI CRIAR BANCO DE DADOS ON-LINE
"Vamos criar um banco de dados on-line para poder garantir o registo transparente de toda a publicidade do Estado", avançou Jorge Lacão durante a comissão parlamentar de Sociedade, Cultura e Ética que decorreu esta manhã.
Admitindo que actualmente não existe nenhum critério que defina a distribuição de publicidade do sector público pela imprensa, o ministro, que tutela a pasta da Comunicação Social, defendeu a necessidade de "criar critérios que assegurem a transparência".
A questão foi levantada por todos os partidos da oposição presentes na comissão parlamentar, na sequência de um artigo publicado em Novembro na revista Sábado que adiantava ter havido discriminação por parte do Governo e organismos públicos na distribuição de publicidade institucional a jornais nacionais.
Segundo a Sábado, o Governo (ministérios, organismos e empresas públicas) reduziu o investimento publicitário nos jornais que publicaram escândalos envolvendo o nome do primeiro-ministro, José Sócrates, apontando os casos concretos do Independente, Público e Sol. Ler aqui, no Diário de Notícias
Ana Isabel Silva - publicado por comunicaradireito às 12:48
2 comentários:
Os sinceros votos de um feliz Natal e bom Ano Novo.
Muito obrigado, tentei desejar-lhe o mesmo no seu blogue, mas não achei como. Estas novas tecnologias!!
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