terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O papel dos animais

Cá está, nem tudo é negativo na Internet. Através do Facebook fiquei a saber de um movimento que pede ao Governo que as despesas com animais de estimação sejam deduzidas do IRS. Aderi de imediato em
http://www.facebook.com/group.php?gid=188416119264&ref=nf

Mas acho que é preciso ir mais longe. Como dizia Ghandi, a grandiosidade de um país mede-se pela forma como os animais são tratados.

Em Portugal, são um mero bem material. E a culpa para isto são os sucessivos governos e os partidos da oposição, que mesmo quando dizem defender o ambiente e o mundo, se esquecem da defesa dos animais, mais preocupados em discutir o sexo dos anjos nas suas bancadas parlamentares.

Enquanto escrevo isto, tenho deitado aos meus pés (quase com o focinho em cima do ventilador quente) o Belchior.
Cachorrão em todo o sentido da palavra, trouxe-o para casa no dia de Reis, das mãos da Associação Bianca, já lá vão sete anos. Mas quem o vê, ainda me pergunta se é um cachorro, pelo seu ar e comportamento. (Ao fim de três meses na escola de treino, foi dispensado por comportamento infantil...)

Praticamente em cima de mim e do computador, tenho o Bruno Miguel, um gato lindo, que nasceu há quase seis meses na minha casa. Ali mais abaixo, estão a Sofia e a D. Ritinha (mãe dos dois malucos).
Também a D. Ritinha veio cá parar por azar. Um almoço em Setúbal, uma viragem para a direita, uma entrada no parque de um supermercado, decisão de ultima hora, e eis que vejo um novelo branco a subir para o motor de uma pick-up.
O coração aos saltos, aviso os donos do veiculo. O proprietário tem receio de ser arranhado, por isso ofereço-me para retirar de lá o animal. Ouço um miado e do motor retiro um gatinho com semanas de vida. Os olhos azuis fixam-me com confiança.

Como é possível que um gatito tão pequeno esteja assim, ali num parque de estacionamento de uma zona comercial de Setúbal?
Não resisto e entro no meu carro, chorando que nem uma louca, e ele passa a ser meu. Digo ele, porque até ao primeiro cio, pensávamos que era um gato, apelidado de Santiago. Só depois é que passou a ser Ritinha, e D. Ritinha quando foi mamã.

Mais um descuido. Um amigo a passar férias no Quénia e o gato dele, Jeremias, a passar as férias cá em casa. Sempre com muito cuidado para não se encontrarem, mas eis que parte para o céu dos gatos o Pantufa.
A Ritinha andava tão solitária e triste, por ter perdido o companheiro que tão bem a tinha recebido meses antes. «Bem, é tão pequinina, de certeza não haverá problema, vamos deixa-la brincar com o Jeremias».
O Jeremias foi para casa, e a Ritinha a engordar a olhos vistos. «Tá bonita a gata, tá gordinha...».
Sim, só quando os gatitos começaram a mexer na barriga é que vimos que aquilo era mais do que doses generosas de whiskas...
E no dia de S. António, eis que temos a surpresa ao chegar a casa de um dia de praia: Maria Joana, Sofia e Bruno Miguel. A primeira já está na sua casa nova, a fazer a cabeça em água aos donos, que a adoram acima de tudo.
O Bruno Miguel, assim baptizado pela minha irmã, suposta futura dona, é um gatarrão em todo o sentido da palavra, mas detesta gente nova.
A Sofia, bem, a Sofia é a coisa mais descarada que existe, se falasse ouvíamo-la andar sempre a perguntar: «o que estás a fazer? O que é isso? Posso ver? Posso mexer? Quero saber tudo!!!»
São eles que me fazem sorrir, mesmo depois de um dia onde só o choro me poderia aliviar. São eles para quem olho, quando quero inspirar-me ou ganhar forças. No coração estão ainda a Xana, o Miura, o Miki, o Alex, a Violeta, as duas Lassies, o Bobi, os vários hamsters sempre Alexandres e as Julianas.

Interessante, e como não posso separar o trabalho do meu lado pessoal, como também o «Comércio» é o único jornal do concelho (Boletim Municipal incluído) que tem semanalmente uma página dedicada aos animais abandonados.
Temos um canil/gatil gerido pela Câmara Municipal, um canil que é referência no país, mas em mais de trinta páginas de um Boletim quinzenal, não há um pequenino espaço, uma coluna que seja, onde se fale dos animais que procuram novas casas... Lamentável!

Para conhecer um país sem respeito pelos seus animais, aqui fica mais um link. Pode ser que todos juntos possamos fazer a diferença.
http://blogdaanimal.blogspot.com/

2 comentários:

J.S. Teixeira disse...

Governo PS e a corja socialista do Seixal encabeçada pelo Sr. Samuel Cruz mentiu ao prometer um Hospital no Concelho do Seixal. Vejam as novidades acerca deste tema no blogue O Flamingo.

Tenho dito.

Carmo Torres disse...

Caro J.S Teixeira, o meu obrigada pela visita ao meu blogue e pela mensagem que deixou, que são sempre bem-vindas.
Mas já que está a falar de mentiras, permita-me que lhe apresente uma contada nada mais nada menos que pelo senhor presidente da Câmara Municipal do Seixal Alfredo Monteiro na última sessão camarária de 16 de Dezembro.
Em resposta ao vereador Samuel sobre a falta de investimento da Câmara nos jornais locais, referiu Alfredo Monteiro que a Câmara tem feito publicidade nestes.
O que não referiu foi que nas Grandes Opções do Plano de 2009 estavam previstos para publicidade um total de 286.500 euros e que no Balancete das Grandes Opções do Plano por Objectivos e Programas, informa a autarquia que foram gastos um total de 71,239,29 euros em publicidade.
Total de publicidade investida no «Comércio» - 965 euros. Questionei também a jornalista do «Noticias do Seixal», que me disse não ter o investimento camarário naquele semanário alcançado mais de mil euros. Logo, tomemos então que com os dois únicos semanários locais, foram gastos cerca de dois mil euros em publicidade.
No entanto, nas contas da autarquia temos que foram investidos cerca de 69 mil euros em publicidade. Pergunto eu: onde?
Em jornais nacionais, televisão e afins? Então o senhor presidente mente, quando fala das ajudas da Câmara aos jornais locais. A menos que se refira apenas a um jornal.
E peço-lhe que não se esqueça que aqui estamos a falar de dinheiros públicos, resultado de impostos sobre os munícipes.
Cumprimentos
Carmo Torres