quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

“Tem sorte”


Hoje fui de manhã ao Hospital Garcia de Orta para tirar os pontos de uma pequena cirurgia (não, não perdi nenhum dos poucos «parafusos» que ainda me sobram), antes tenho de remover periodicamente uns quistos que me crescem nas orelhas.
Depois de estar despachada, o médico dermatologista receitou-me uma ampola de cortisoides que tenho de ir buscar a Lisboa. E ao dar-me a referência da farmácia, disse logo que era ao pé do IPO.
Perante a minha cara de «não estou a ver», perguntou-me: “não sabe onde fica o IPO?” e eu respondi que não. A resposta do médico foi rápida: “tem sorte”.
Sai do consultório e do Hospital e fiquei a matutar naquilo, em especial ao ver a quantidade de pessoas que por ali estavam.
Realmente tenho sorte em não conhecer, senão de nome, algo como o Instituto Português de Oncologia.
Por vezes, só pensamos que a sorte é ganhar o euromilhões ou sair-nos um carro num concurso, e nem paramos para reflectir que sorte é também nunca ter cruzado as portas do IPO, não precisar de ir regularmente à médica de família, senão por rotina, ou poder curar uma gripe apenas com um chá.
Realmente, há pessoas com sorte, e eu sou uma delas.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Uma questão de ignorância

Continuo a dizer, à beira dos quarenta, que há coisas que me fazem muita confusão. E a ignorância é uma delas. Que as pessoas não saibam algo, tudo bem, agora fazerem de conta que sabem e, pior ainda, incutirem a sua ignorância a outros, isso é que me dá raiva.
Infelizmente, os exemplos temo-los à vista frequentemente.
Mas que os mesmos venham de parte de uma entidade como a Igreja, é que não.
Não sou católica. Nem evangelista, nem budista nem, enfim, percebem a ideia.
Tenho para comigo, tal como Marx, que a religião, seja ela qual for, é o ópio do Povo. Mas respeito qualquer tipo de religião e as pessoas que a seguem.
Agora darem “erva marada” à malta é que não.
Vem isto a propósito da Missa do Galo a que assisti em Cernache do Bonjardim.
Melhor, não assisti, porque ouvir alguns minutos da homilia foi mais do que suficiente.
A noite muito fria e os chuviscos, não convidavam a que se ficasse no exterior, mesmo com um valente madeiro a arder.
Mas lá dentro... ouvir no sermão isto: “Jesus nasceu em Israel porque nesse tempo, o povo de Israel era muito castigado pela tropa. A tropa atacava quase todos os dias e o povo precisava de ajuda. É que Israel estava entre a Europa e o Oriente e por isso era muito castigada pela tropa”.
CRISTO!!!!
Como disse antes, nada tenho contra a religião, mas se quem representa a Igreja Católica numa homilia como a missa do Galo não sabe um mínimo, já não digo de História, mas pelo menos do que é contado na própria Bíblia, então muito mal vai tudo isto.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Meus amigos, digo-vos isto com tristeza: este ano não há presépio: a vaca está louca e não se segura nas patas, os reis Magos não podem vir porque os camelos estão no Governo, o burro foi treinar para o Porto, a Nossa Senhora e o S. José foram meter os papéis para o rendimento mínimo, a ASAE fechou o estábulo por falta de condições e o tribunal ordenou a entrega do Menino Jesus ao pai biológico.


E antes que o blogue deixe de ser à borla, aproveito para desejar a todos um Santo e Feliz Natal, uma vez que já sabemos que nem vale a pena desejar um Bom Ano de 2011...


Foto: http://brinquinhodacantareira.blogspot.com/2010/12/um-brinquinho-de-pres.html

sábado, 18 de dezembro de 2010

À espera de Servir um Milagre

Era uma noite muito fria, já tarde quando chegámos.
Depois de passar com o carro por um caminho de terra sem muita luz e cheio de buracos, estacionei.
Logo reparámos na quantidade de pessoas que aguardavam junto a um portão, entre a escuridão, em pé, tentando combater o frio daquelas 23h00 como podiam. Conversas não havia, porque não era para isso que ali estavam.
Dirigimo-nos à pessoa que fazia a recepção e perguntamos por uma das voluntárias.
Mandaram-nos subir por outro caminho escuro.
Lá em cima, o ambiente era mais acolhedor, com mais luz, e os voluntários, também cheios de frio porque a exígua cozinha não permitia muita gente lá dentro, brincavam e conversavam no exterior, enquanto arranjavam as caixas de fruta e as demais dádivas que iam recebendo.
A Andreia e eu conversámos com alguns desses voluntários e logo saltava à vista o gosto com que se entregavam a esta missão. A Missão de servir comida a quem dela precisa.
Já passava das 23h00 quando começaram a chegar as primeiras pessoas, vindas do «local de espera» à entrada. Têm de entrar em grupos pequenos, explicaram-nos, porque nem sempre certas comidas chegam para todos e é difícil verem que uns levam certas coisas que já não há para outros.
Algumas das pessoas preferiam manter-se afastadas de nós. Outros queriam era falar das suas histórias. Não era para isso que ali estávamos, mas sim para dar a conhecer a Missão destes voluntários.
O frio apertava debaixo de um telheiro improvisado, mas a conversa continuava, aquecendo assim um pouco a noite.

Uma conversa onde se pedia um milagre para este Natal. Que alguém dê comida que permita à Missão Servir um Sorriso proporcionar uma ceia de Natal às mais de cem famílias que os procuram três vezes por semana.
Outros milagres também se pediam. Um espaço mais condigno, onde as pessoas não tivesse de aguardar ao frio e à chuva sem qualquer protecção ou um simples banco para se sentarem. Uma carrinha onde os voluntários pudessem ir recolher a comida e levá-la aos idosos que não se podem deslocar ali. Mais Voluntários e mais Dádivas.
Depois saímos.
Enquanto fazia a manobra com o carro, disse à Andreia para reparar nos carros que também ali estavam. Um em especial chamou-nos a atenção. Um modelo recente, caro, mas que exibia encostado à roda da frente dois carrinhos de supermercado. Lá dentro, uma mulher e duas crianças. Aguardavam na certa que as “jornalistas” saíssem, para então ir buscar as dádivas que lhes darão sustento durante uns dias.

No carro conversávamos, com a Andreia, na sua primeira grande reportagem, a dizer como tinha ficado chocada e que nunca mais desperdiçaria comida. Para mim, esta não foi a primeira vez que encarei estas histórias.
O que me permitiu também explicar-lhe que é também por isto que o jornalismo é «a melhor e a pior de todas as profissões».

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Viva o Alentejo!!!

- Estouuuu... é da GNR?
- É sim, em que posso ajudá-lo?

- Queria fazer quexa do mê vizinho Maneli. Ele esconde droga dentro dos troncos da madeira pra larera.
- Tomámos nota. Muito obrigado por nos ter avisado.

No dia seguinte os guardas da GNR estavam em casa do Manel.
Procuraram o sítio onde ele guardava a lenha, e usando machados abriram ao meio todos os toros que lá havia, mas não encontraram droga nenhuma. Praguejaram e foram-se embora.
Logo de seguida toca o telefone em casa do Manel.
-Oh Maneli, já aí foram os tipos da GNR?
- Já.
- E racharam-te a lenha toda?
- Sim!
- Então feliz Natal, amigo! Esse foi o mê presente de Natali deste ano!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Por um lapso meu, não publiquei este comentário, no texto sobre a imagem do cão no presépio, mas pela sua relevância, creio que merece um post por si mesmo.

«EOS disse...

A qualidade de vida de uma sociedade tem como possivel indicador, aliás deveras preciso, a avaliação da forma como uma sociedade trata aquilo que se apelidam de franjas etárias (ou escalões etários), por outras palavras, os mais novos da sociedade e os mais velhos. Classes etárias claramente desprotegidas na nossa sociedade e em que a evolução nestes governos socialistas, foi de para os mais novos, retirarem o direito a nascer (IVG) e para os mais velhos estuda-se a possibilidade da Eutanásia... Foi isto que ganhamos com os "modernos" governos socialistas.

Alguns liberais, camuflados de esquerdistas, dirão que esta minha opinião é demasiado extremista. Mas pensem como se fossem de um outro "mundo", que nos viessem a visitar, um encontro de civilizações, em que mostravamos a nossa e eles a deles, o que ele diriam quando soubessem que nos matamos os nossos "nascituros" (bebés)?? Que raio de civilização é a nossa que tiramos o direito a de uma vida brotar, nascer? Que raio de sociedade é a nossa quando a única saída que damos aos nossos idosos é um "armazén/lar" ou a eutanásia? Serei eu que estarei mal?»

Sobre o tema em si, eu sou a favor do aborto (nunca como forma de contraceptivo, mas sim em situações em que a mulher não tenha qualquer outra hipótese e aqui só a própria poderá julgar, não necessitando do julgamento de uma sociedade que se descarta também da educação e protecção de uma criança - 570 crianças foram abandonadas o ano passado, segundo o Diário de Notícias).
Sou também a favor da eutanásia, quando o sofrimento em caso de doença é mais do que aquilo que uma pessoa pode suportar.
Mas não posso deixar de concordar com EOS sobre a forma como armazenamos os nossos idosos, porque o valor de uma sociedade é medida pela forma como trata os seus idosos, e já agora, os seus animais.
E a nossa está muito, muito podre.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Europa Morreu?

Este texto foi-me enviado por email, e pela sua importância, acho por bem partilha-lo aqui.

«Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução, uma nova Era já começou!

As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que há cerca de 3 meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não demos conta do que vai implicar. Mas falo, seguramente, duma Revolução!
De facto, há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!
... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.
Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou!
Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção da Mobilidade : fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A Destruição da Classe Média : quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu : embora ainda estejam projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!

7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica : nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis pois, a Revolução!
Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.

Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!
Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!
Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quando uma imagem vale mais que mil palavras

A foto não é minha, foi usada pela União Zoófila no Facebook, para falar de mais um abandono de animais. A foto é linda, a história terrível, mas sintomática da atitude do «descartável» dos nossos dias.
Segundo informaram, a foto foi tirada na Madeira e já correu mundo. Uma imagem para nos levar a pensar no que realmente devia significar o Natal.
 
«O miúdo chorava, desamparado. O pai estava irredutível. Não havia lugar para o cão lá em casa. O pai já tinha decidido tudo. O cão ficava no canil. Um frio de rachar, uma criança em pânico, um adulto inabalável, um cão tratado como alguma coisa que se deixa. Foi ontem, amigos e nem as lágrimas copiosas de uma criança de coração partido por ver-se subitamente sem o seu amigo comoveram o pai. Nós sabemos que a vida é difícil mas também sabemos que quando se quer não se tratam animais como se fossem roupas usadas que se deitam fora. E sabemos da identificação das crianças com os animais. O cão tornou-se inconveniente e a consequência foi – canil. O que pensará a criança acerca do seu destino quando se portar mal? O pai vai também livrar-se dela? São experiências destas – e não ver-se privado de uma consola de jogos ou de um skate – que fazem os traumas, mais tarde tratados em gabinetes de psiquiatras e psicanalistas. Ao miúdo que se identificou e lutou com todas as forças contra a sorte do seu amigo gostaríamos de limpar as lágrimas e dizer-lhe que o mundo dos adultos pode ser cruel. Ao pai não dizemos nada. Deixamos-lhe esta imagem (foi captada numa localidade brasileira; o cão retirado ontem à criança não é este).» -União Zoófila.
 
Eu coloquei o seguinte comentário:
Maria Do Carmo Torres
«O velho chorava, desamparado. O filho estava irredutível. Não havia lugar para o ele lá em casa. O filho já tinha decidido tudo. O velho ficava no lar. Um frio de rachar, um adulto inabalável, um idoso tratado como alguma coisa que se deixa....

Esta será, sem dúvida, a história no futuro desse homem sem coração. Se houver justiça no mundo.»
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sábado, 4 de dezembro de 2010

Há coisas que me fazem, realmente, muita confusão

Ele realmente há coisas... não, não vou hoje aqui falar da impressão que me faz continuar a ver e ouvir o executivo da autarquia a afirmar convictamente que a Câmara Municipal do Seixal sempre apoiou de igual modo todos os meios de comunicação social local.
Isso fica para segundas núpcias.
O que falo hoje aqui é de como é possível juntar uma das mais degradantes formas de moda com um apelo pela salvação da floresta
A história é rápida.
Enquanto esperava na cabeleireira (a segunda coisa que mais detesto fazer na vida, mas é como colocar gasolina no carro, é detestável mas necessário), veio parar-me às mãos uma daqueles revistas que nunca comprei, FLASH (só conheço o Gordon, de quem colecciono as BD), e ainda por cima sobre as tendências da moda.
Ora na minha vida já fiz muita coisa em termos jornalísticos, mas confesso que moda é daquelas em que só me meteria a troco de muito, muito dinheiro... prefiro muito mais escrever sobre peças de automóveis.
Mas então, eis que tenho esta revista nas mãos e vou desfolhando, quando me caiem os olhos numa reportagem de moda cujo título era algo do género: «Salvem as nossas florestas», e as modelos eram fotografadas em zonas de árvores ardidas.
Perfeito, diriam, unir a moda a um apelo como este. Sem dúvida.
O problema, pelo menos para mim, era que cada modelo exibia casacos e outros adereços em pele. Pele mesmo, porque assim era descrita fatiota, ao lado de preços de mil euros para cima.
Ou seja, enquanto que em letring grande se lia mensagens de «salvem as árvores queimadas», exibiam-se e davam-se os preços de casacos de marta, de raposa, de... bem não sei que mais, porque larguei aquilo ali na hora.
Agora se isto não é de uma hipocrisia a toda a prova, vou ali e já venho. Mas pelos vistos, tudo é possível para vender moda e os seus conceitos. Até árvores queimadas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sempre MUTTS

Adoro estes «rafeiros», e esta tira é do quinto álbum, cuja colecção está disponível na nossa fabulosa Biblioteca Municipal. Este livro, apesar da sua comédia, fez-me mesmo verter algumas lágrimas. Mas terá de ler para descobrir porquê.
Vale muito, muito a pena.