segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Premiar a liberdade de expressão

É desta forma que se reconhecem os verdadeiros municípios de Abril. Há os que medalham a liberdade de imprensa e há os que a tentam amordaçar ou desprestigiar.
Mas o que haverá sempre são os homens e as mulheres da geração de Abril, que ainda lutam por essa mesma liberdade que só serve para encher algumas bocas.

in: http://www.rostos.pt/inicio2.asp?cronica=30660&mostra=2
 «Grândola reconhece importância da Imprensa Regional de Setúbal
Medalha dos 25 de Anos do 25 de Abril atribuída ao jornal «Litoral Alentejano»
- É uma obrigação moral para quem faz jornalismo passar os valores do 25 de Abril para as novas gerações
O jantar evocativo do 10º aniversário do jornal «Litoral Alentejano» reuniu à volta da mesma mesa, todos os presidentes de Câmara da região (excepto de Alcácer do Sal que estava ausente da terra).
Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém; Manuel Coelho, presidente da Câmara Municipal de Sines; José Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira, e, Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola.
Também marcaram presença os ex-Governadores Civis de Setúbal, Manuel Malheiros e Manuel Monges, assim como, o Casal Pita, gerentes de uma empresa que, ao longo destes anos, sempre acarinhou a imprensa regional com o seu patrocínio publicitário.

Uma justa homenagem ao jornalismo regional

O jantar de aniversário do jornal «Litoral Alentejano» foi marcado por uma surpresa agradável para todos aqueles que, ao longo dos anos, têm produzido este órgão de comunicação regional.
Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola, um militar do 25 de Abril, procedeu à entrega da Medalha evocativa dos 25 anos da Revolução da Liberdade, afirmando que desta forma prestava uma justa homenagem ao jornalismo regional.

Um marco importante na vida da imprensa regional

Aliete Martins, jornalista do «Litoral Alentejano» referiu ao jornal «Rostos» que – “a entrega desta Medalha tem um significado emocionante para mim, e, registo, acima de tudo pelo seguinte, porque de uma forma geral a imprensa regional é esquecida.
E, com este gesto, Carlos Beato, com a entrega desta medalha, escreve um marco importante na vida da imprensa regional, que considero justo destacar.”

Mesmo num tempo de crise projecta

“Carlos Beato, tem sido uma das pessoas públicas que conheço que mais se tem batido pela liberdade, e, sobretudo, tem uma energia contagiante, mesmo num tempo de crise projecta, e dá alento a novas ideias para que possamos caminhar, sem desalento” – sublinha Aliete Martins.

Nós ficamos sempre em último lugar

A jornalista Aliete Martins, salienta que – “são raras as pessoas, começando pela própria população, que reconhece a importância da imprensa regional. Nós ficamos sempre em último lugar, depois das televisões e dos órgãos de comunicação social nacionais.
Quando, no fundo, nós somos a imprensa que retrata a realidade local”.

Uma clareira de Liberdade

Recorda a jornalista do «Litoral Alentejano» que a noite do jantar comemorativo do 10 º aniversário – “foi uma noite de grande temporal, mas, ali no jantar, estava uma clareira de Liberdade, que Carlos Beato, onde, mais uma vez, marcou uma posição bastante firme.”
“Esta Medalha é de qualquer um de nós que trabalha e se dedica à imprensa regional” – sublinha Aliete Martins.

Não desistem com a adversidade

“Para nós, que trabalhamos na imprensa regional, a Liberdade é um factor importante para que possamos respirar melhor. Por essa razão, ao recebermos esta Medalha do 25 de Abril, este é um facto que merece um grande destaque, que nos orgulha a todos, porque esta medalha é de todos nós” – salienta a jornalista com um olhar carregado de emoção.
“Esta é uma medalha que é o sempre em pé, uma medalha que é destinada para aqueles que não caem, que não se derrubam, que não desistem com a adversidade” – refere Aliete Martins, acrescentando – “é assim que Carlos Beato olha para imprensa regional”.

Um tema de permanente reflexão

Aliete Martins dedica a sua vida há mais de 30 anos à imprensa regional, o Barreiro conhece o seu trabalho e dedicação ao jornalismo local.
Sublinha, que ter recebido uma Medalha com todo o simbolismo do 25 de Abril – “é muito reconfortante, e, muito mais reconfortante, para quem, como eu, escreve sobre o 25 de Abril e sobre as memórias do 25 de Abril, colocando esta data como uma linha orientadora, e, uma celebração que, todos os anos marca o meu trabalho, e, coloco este dia histórico como um tema de permanente reflexão”

Um valor que não podemos esquecer

Aliete Martins, refere que Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola, é um homem que – “fundamenta a vida dele no 25 de Abril, e considera este Dia da Liberdade, como um valor que não podemos esquecer, e, afirma que é uma obrigação moral para quem faz jornalismo passar os valores do 25 de Abril, para as novas gerações”.
Por essa razão, a jornalista, sente, com maior intensidade, orgulho e paixão, o facto de Carlos Beato ter entregue ao jornal, onde exerce a sua actividade de jornalista, uma Medalha do 25 de Abril.

A imprensa regional é a minha vida

“A imprensa regional é a minha vida, é, o espaço onde me entrego e de forma plena vivo a minha dedicação à palavra.
Por isso, receber esta medalha para mim, significa um reconhecimento à imprensa regional, sempre esquecida.
Sinto que esta Medalha tem o significado muito especial e, para mim, ela marca um momento de abertura para a caminhada seguinte, afinal, é uma medalha, que tem a carga simbólica, e, até que dá um sentido à vida, que vivemos e que queremos continuar a viver” – sublinha Aliete Martins.

Uma Medalha para todos nós

“Tu sabes isso Sousa Pereira, tu que trabalhas na imprensa regional e conheces há muitos anos a imprensa regional acredito que sabes isto e sentes como eu o significado desta Medalha.
Sinto que é uma Medalha para todos nós da imprensa regional do Distrito de Setúbal” – afirma emocionada.
Foi uma breve conversa, onde, sentimos a forma entusiasmada como Aleite Martins comentava, com muita alegria, o facto do seu jornal ter recebido, uma Medalha evocativa do 25 de Abril, mas, em simultâneo, esse sentimento redobrava pelo facto de ter sido entregue por um autarca que foi um militar do 25 de Abril.
“Sabes, é isso, é uma obrigação moral para quem faz jornalismo passar os valores do 25 de Abril, para as novas gerações” – repete com entusiasmo, a finalizar, Aliete Martins.»

4 comentários:

Anónimo disse...

Alô Maria do Carmo, achei pertinente compartilhar este artigo.

O historiador Albrecht Ritschl evoca hoje em entrevista ao site de Der Spiegel vários momentos na História do século XX em que a Alemanha equilibrou as suas contas à custa de generosas injecções de capital norte-americano ou do cancelamento de dívidas astronómicas, suportadas por grandes e pequenos países credores.
Ritschl começa por lembrar que a República de Weimar viveu entre 1924 e 1929 a pagar com empréstimos norte-americanos as reparações de guerra a que ficara condenada pelo Tratado de Versalhes, após a derrota sofrida na Primeira Grande Guerra. Como a crise de 1931, decorrente do crash bolsista de 1929, impediu o pagamento desses empréstimos, foram os EUA a arcar com os custos das reparações.

A Guerra Fria cancela a dívida alemã
Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA anteciparam-se e impediram que fossem exigidas à Alemanha reparações de guerra tão avultadas como o foram em Versalhes. Quase tudo ficou adiado até ao dia de uma eventual reunificação alemã. E, lembra Ritschl, isso significou que os trabalhadores escravizados pelo nazismo não foram compensados e que a maioria dos países europeus se viu obrigada a renunciar às indemnizações que lhe correspondiam devido à ocupação alemã.

No caso da Grécia, essa renúncia foi imposta por uma sangrenta guerra civil, ganha pelas forças pró-ocidentais já no contexto da Guerra Fria. Por muito que a Alemanha de Konrad Adenauer e Ludwig Ehrard tivesse recusado pagar indemnizações à Grécia, teria sempre à perna a reivindicação desse pagamento se não fosse por a esquerda grega ficar silenciada na sequência da guerra civil.

À pergunta do entrevistador, pressupondo a importância da primeira ajuda à Grécia, no valor de 110 mil milhões de euros, e da segunda, em valor semelhante, contrapõe Ritschl a perspectiva histórica: essas somas são peanuts ao lado do incumprimento alemão dos anos 30, apenas comparável aos custos que teve para os EUA a crise do subprime em 2008. A gravidade da crise grega, acrescenta o especialista em História económica, não reside tanto no volume da ajuda requerida pelo pequeno país, como no risco de contágio a outros países europeus.

Tiram-nos tudo - "até a camisa"
Ritschl lembra também que em 1953 os próprios EUA cancelaram uma parte substancial da dívida alemã - um haircut, segundo a moderna expressão, que reduziu a abundante cabeleira "afro" da potência devedora a uma reluzente careca. E o resultado paradoxal foi exonerar a Alemanha dos custos da guerra que tinha causado, e deixá-los aos países vítimas da ocupação.

E, finalmente, também em 1990 a Alemanha passou um calote aos seus credores, quando o chanceler Helmut Kohl decidiu ignorar o tal acordo que remetia para o dia da reunificação alemã os pagamentos devidos pela guerra. É que isso era fácil de prometer enquanto a reunificação parecia música de um futuro distante, mas difícil de cumprir quando chegasse o dia. E tinha chegado.

Ritschl conclui aconselhando os bancos alemães credores da Grécia a moderarem a sua sofreguidão cobradora, não só porque a Alemanha vive de exportações e uma crise contagiosa a arrastaria igualmente para a ruína, mas também porque o calote da Segunda Guerra Mundial, afirma, vive na memória colectiva do povo grego. Uma atitude de cobrança implacável das dívidas actuais não deixaria, segundo o historiador, de reanimar em retaliação as velhas reivindicações congeladas, da Grécia e doutros países e, nesse caso, "despojar-nos-ão de tudo, até da camisa".

Maria do Carmo disse...

Muitissimo pertinente!
Obrigado!
É caso para dizer que algumas pessoas/países têm mesmo uma memória muito, muito curta.

Anónimo disse...

Maria do Carmo, não são só os países que têm uma memória muito curta. Também alguns palermas - de todas as idades, credos, filiações e ofícios - que por ai andam têm memória de formiga e um cérebro do tamanho de uma ervilha.
Mesmo com um cerebelo leguminoso os diminutos neurónios só servem para chatear o próximo.

Maria do Carmo disse...

Assino por baixo.
E pior do que isso, além de não se "lembrarem" ainda tentam fazer dos outros parvos, querendo fazer acreditar que nunca aconteceu.