Um blogue de uma jornalista que já viu um pouco de tudo, usado para falar de qualquer coisa.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Mais Mafalda
Vi este cartoon da Mafalda e não podia deixar de o partilhar aqui, em especial quando se ouve falar para aí de umas cantinas sociais...
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Aumento da produtividade????
Numa era de globalização, a Internet permite que o mero cidadão se dirija directamente àqueles que só costuma ver na altura de eleições. O facto de pessoas como Cavaco Silva ou Pedro Passos Coelho terem aberto uma página no Facebook, mesmo que não seja actualizada desde o Natal, é na certa lida por estes e deve, sem qualquer dúvida, ser aproveitada para colocar questões.
Foi o que fiz mais do que uma vez, na página de Pedro Passos Coelho, embora confesse que não o fiz da forma mais 'suave'... http://www.facebook.com/#!/pedropassoscoelho/posts/158635384243648?notif_t=like
Foi o que fiz mais do que uma vez, na página de Pedro Passos Coelho, embora confesse que não o fiz da forma mais 'suave'... http://www.facebook.com/#!/pedropassoscoelho/posts/158635384243648?notif_t=like
sábado, 18 de fevereiro de 2012
snapshot
Uma boa fotografia é a captura do momento certo, do «momento único» de Cartier Bresson.
Longe de mim comparar-me com tal mestre da fotografia, mas se há algumas coisas que me fazem realmente feliz, é estar com uma máquina fotográfica nas mãos. E este é um desses momentos únicos capturados um destes dias enquanto aguardava para fazer uma reportagem (também ela especial, com o Gabriel).
Modestamente, chamar-lhe-ia «A mãe Natureza dá sempre uma ajudinha»...
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Servos e vilões
Feudalismo: «Sociedade rural, de economia essencialmente agrária, onde a propriedade ou posse da terra determinava a posição do indivíduo na hierarquia social. A terra era a expressão da riqueza, que dividia a sociedade feudal em dois estratos: os senhores e o servos.
Os senhores feudais eram os possuidores ou proprietários de feudos.
Os dependentes eram servos e vilões. Os servos não tinham a propriedade ou posse da terra e estavam presos a ela. Eram trabalhadores semi-livres. Em número reduzido, havia um outro tipo de trabalhador medieval, o vilão.»
Lembro-me que dos meus dias de escola onde ouvi pela primeira vez falar deste tipo de sociedade. E isto era algo que me fazia uma enorme confusão. Como é que podia ter existido uma sociedade onde um único homem pudesse dispor da vida de centenas e todos estivessem sujeitos, sobrecarregados de impostos, sem se revoltarem e exigirem melhores condições de vida?
Na altura pensava, ufanamente, que era uma sorte já não viver naquela época de trevas. Afinal, eu era uma das crianças de Abril, ouvia desde o primeiro dia de escola (e antes) falar de liberdade, de direitos, de uma nova sociedade.
Nesses «dias de hoje», eu era livre para poder ir para qualquer lado, os meus pais ganhavam o seu sustento e não tinham de obedecer cegamente a um senhor feudal e tinha um Governo que defenderia sempre os meus direitos.
E só pensava como era afortunada.
Hoje, quase quarenta anos volvidos, vejo-me a olhar para este tipo de sociedade feudal medieval, e a pensar que, afinal, vários séculos passados desde a idade das Trevas, voltámos a um novo estado feudal, onde os direitos básicos são ignorados, onde o trabalho não garante um ordenado ou a independência, onde há um «senhor» que manda e desmanda nos seus servos e vilões, onde uma vida inteira a trabalhar não dá garantias de ter uma casa própria ou de ter apoio na velhice.
Afinal, não aprendi apenas História do passado, estou a vivê-la.
Mas fica a pergunta: afinal, quando é que a História voltou à Idade Média?
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Feliz Dia dos Namorados
Embora ache que é apenas mais um dia para merchandising, aqui deixo na mesma os votos de um Feliz Dia de S. Valentim para todos os namorados e enamorados.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
General Sem Medo
Já aqui disse várias vezes que a Internet é algo de extraordinário, mais não seja para nos recordar datas como esta. Este tirei-a do mural de João Soares (não sou amiga dele no Facebook, antes vi isto por um link de outro amigo), mas aqui fica porque a memória não pode, nunca, ser apagada.
Tive também a grata honra de entrevistar Iva Delgado, numa tarde que ficou para sempre na minha memória, porque foram tantas, mas tantas as histórias que me contou de um homem com a coragem de se manifestar contra uma ditadura.
http://www.mulherportuguesa.com/sociedade/entrevistas/2582
«Faz hoje anos (13 de Fevereiro 1965) que foi assassinado, por uma brigada de PIDE's, em Vila Nueva del Fresno, junto à fronteira com Portugal, o General Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos. Honra à sua memória.»
Tive também a grata honra de entrevistar Iva Delgado, numa tarde que ficou para sempre na minha memória, porque foram tantas, mas tantas as histórias que me contou de um homem com a coragem de se manifestar contra uma ditadura.
http://www.mulherportuguesa.com/sociedade/entrevistas/2582
«Faz hoje anos (13 de Fevereiro 1965) que foi assassinado, por uma brigada de PIDE's, em Vila Nueva del Fresno, junto à fronteira com Portugal, o General Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos. Honra à sua memória.»
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Parar e pensar
Hoje tive mais um daqueles momentos que alguns chamam de «revelação». São daquelas pequenas coisas que nos acontecem com frequência, mas que servem para nos fazer reflectir.
Depois de um dia difícil de distribuição, mais pelo cansaço físico e mental do que qualquer outra coisa, e de uma conversa com a sócia sobre a estupidez das pessoas que por vezes nos rodeiam, fui dar uma voltinha com o Belchior para espairecer.
Parei para beber um café, e quando vinha para casa, nas Cavaquinhas, vi um carro de alta cilindrada quase encostado a mim. A pessoa fazia também sinais de luzes.
Claro que «assanhada» como estava só pensei: “F**da**** pensas que lá por teres um carrão desses me vou desviar??!!”. Nisto o carro começa a ultrapassar-me e vá eu de carregar no acelerador: “Nem penses, meu C****, vais saltar o separador e vais ver como elas te mordem!!!”.
O condutor colocou o carro ao lado do meu e quando olho pronta para mandar umas quantas «cabeludas», eis que ele grita: “A porta do carro e o casaco!!!».
Percebi num segundo: além de ter a porta do carro mal fechada, tinha o casaco a arrastar no chão. Envergonhadissima, gritei “Obrigada!!”, desacelarei e deixei o carro ultrapassar-me.
E reflecti. Ali estava eu, pronta a entrar em guerra, quando uma pessoa, que por acaso até conheço, se arriscou a colocar-se ao meu lado na estrada, para me avisar da porta mal fechada e de estar a estragar o casaco.
Reflexão: que raio de vida e mundo é este onde só pensamos o pior dos outros?
Será que estamos assim tão rodeados de filhos da mãe, que não possamos, por um momento apenas, pensar que um sinal de luzes de outro condutor é mais do que querer ultrapassar-nos para mostrar o seu carrão?
Andaremos tão obcecados com as nuvens que não conseguimos ver as estrelas?
Depois de um dia difícil de distribuição, mais pelo cansaço físico e mental do que qualquer outra coisa, e de uma conversa com a sócia sobre a estupidez das pessoas que por vezes nos rodeiam, fui dar uma voltinha com o Belchior para espairecer.
Parei para beber um café, e quando vinha para casa, nas Cavaquinhas, vi um carro de alta cilindrada quase encostado a mim. A pessoa fazia também sinais de luzes.
Claro que «assanhada» como estava só pensei: “F**da**** pensas que lá por teres um carrão desses me vou desviar??!!”. Nisto o carro começa a ultrapassar-me e vá eu de carregar no acelerador: “Nem penses, meu C****, vais saltar o separador e vais ver como elas te mordem!!!”.
O condutor colocou o carro ao lado do meu e quando olho pronta para mandar umas quantas «cabeludas», eis que ele grita: “A porta do carro e o casaco!!!».
Percebi num segundo: além de ter a porta do carro mal fechada, tinha o casaco a arrastar no chão. Envergonhadissima, gritei “Obrigada!!”, desacelarei e deixei o carro ultrapassar-me.
E reflecti. Ali estava eu, pronta a entrar em guerra, quando uma pessoa, que por acaso até conheço, se arriscou a colocar-se ao meu lado na estrada, para me avisar da porta mal fechada e de estar a estragar o casaco.
Reflexão: que raio de vida e mundo é este onde só pensamos o pior dos outros?
Será que estamos assim tão rodeados de filhos da mãe, que não possamos, por um momento apenas, pensar que um sinal de luzes de outro condutor é mais do que querer ultrapassar-nos para mostrar o seu carrão?
Andaremos tão obcecados com as nuvens que não conseguimos ver as estrelas?
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Piadinha
Com mais uma semana a chegar ao fim, e depois de um looooongo dia, deixo aqui uma piadinha para todos os que, como eu, gostam de gatos, e também para aqueles que gostam menos.
É que anda mesmo praí muita coisa de meter medo ao susto!
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Mãe, Qual é o teu valor de mercado?
Mais uma pérola que me enviaram por email, e que dedico à minha mãe, que felizmente hoje já não tem de se levantar às seis da manhã, mas que continua a ajudar-me quando preciso, e que todas as sextas-feiras me acompanha na distribuição do meu jornal.
O texto é da autoria de Francisco Queirós, e concordo com cada uma das suas frases.
«Qual é o teu valor de mercado, mãe? Desculpa escrever-te uma pequena carta, mas estou tão confuso que pensei que escrevendo me explicava melhor.
Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se chama Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.
Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 euros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cristiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mercado, mãe?
Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nossos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e trabalhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há muito tempo a dormir.
O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Começou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô? Qual é o valor de mercado da vizinha do andar de cima que trabalha numa empresa de limpezas?
Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do terceiro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibido comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!
Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos telefones, o "call center", enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mercearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins de semana e diz ele que paga mais impostos que os bancos?
Que enorme valor de mercado deve ter! O primo Zé que está desempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não percebo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Também não entendo lá muito bem - mas é normal, sou criança - o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito trabalho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!
Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me entendia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de mercado? E o meu?»
O texto é da autoria de Francisco Queirós, e concordo com cada uma das suas frases.
«Qual é o teu valor de mercado, mãe? Desculpa escrever-te uma pequena carta, mas estou tão confuso que pensei que escrevendo me explicava melhor.
Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se chama Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.
Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 euros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cristiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mercado, mãe?
Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nossos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e trabalhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há muito tempo a dormir.
O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Começou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô? Qual é o valor de mercado da vizinha do andar de cima que trabalha numa empresa de limpezas?
Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do terceiro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibido comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!
Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos telefones, o "call center", enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mercearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins de semana e diz ele que paga mais impostos que os bancos?
Que enorme valor de mercado deve ter! O primo Zé que está desempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não percebo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Também não entendo lá muito bem - mas é normal, sou criança - o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito trabalho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!
Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me entendia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de mercado? E o meu?»
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
200 anos do mesmo?
Celebra-se hoje o 200.º aniversário de Charles Dickens, um dos meus escritores favoritos.
Os temas dele, a pobreza e a sordidez social, sempre me tocaram, além das ricas personagens.
Agora assisto também ao programa Prós e Contras na RTP1, sobre a Tragédia Humana do Desemprego, e tirando uma ou outra excepção, como a do representante da empresa Gelpeixe, e dos membros do público, só tenho ouvido disparates.
O maior parte de um suposto professor de Marketing, Forjaz qualquer coisa, que diz directamente a uma desempregada de 50 anos, se está disposta a aprender um curso de enfermagem!!! Ou se está disposta a ir para o estrangeiro!!! Ou ainda se tem enviado devidamente os seus CV...
Só faltou dizer à senhora se estava disposta a pagar do seu bolso uma cirurgia plástica e a mentir na idade quando fosse a entrevistas.
Com pessoas como esta, publica e literalmente por aí a «cagar postas de pescada» não admira ao ponto a que este país chegou.
Os temas dele, a pobreza e a sordidez social, sempre me tocaram, além das ricas personagens.
Agora assisto também ao programa Prós e Contras na RTP1, sobre a Tragédia Humana do Desemprego, e tirando uma ou outra excepção, como a do representante da empresa Gelpeixe, e dos membros do público, só tenho ouvido disparates.
O maior parte de um suposto professor de Marketing, Forjaz qualquer coisa, que diz directamente a uma desempregada de 50 anos, se está disposta a aprender um curso de enfermagem!!! Ou se está disposta a ir para o estrangeiro!!! Ou ainda se tem enviado devidamente os seus CV...
Só faltou dizer à senhora se estava disposta a pagar do seu bolso uma cirurgia plástica e a mentir na idade quando fosse a entrevistas.
Com pessoas como esta, publica e literalmente por aí a «cagar postas de pescada» não admira ao ponto a que este país chegou.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Milagre de Natal
Há histórias que ainda me deixam com lágrimas nos olhos. E em especial quando têm um final feliz.
É caso de uma que soube esta noite e que se passou na última Consoada.
A história de hoje chegou-me por um vizinho com quem costumo conversar, sobretudo quando ele anda a passear a Estrela, uma cadela muito gira cá do bairro, conhecida por roubar tudo o são pedras da calçada que estejam fora do sitio.
A Estrela tem mais ou menos a mesma idade que o Belchior e foi ao passear os cães que nos conhecemos. (Ela não gosta muito do Bel, apesar dele tentar sempre brincar com ela, vá-se lá saber porquê).
- Sabe que a Estrela tem uma nova amiga?
- Sim, então? Comprou outra menina?
- Não, esta foi a minha prenda de Natal. Apareceu aqui na rua atropelada e a Estrela é que a viu e deu-me o aviso.
Eu vi-a deitada no chão, muito triste, mas deixei passar, só que ao ir para casa, nem consegui almoçar, olhei pela janela e vi que ela não saia do mesmo sitio, debaixo de um carro. Liguei então para a Dr.ª Cristina Perdigão e pedi-lhe se a podia levar ao Hospital Veterinário. Ela disse que sim, agarrei no carro e levei-a lá, para tratarem uma pata partida. E segundo a doutora, ela estava tão debilitada que já não passaria dessa noite, a de Natal.
Foi então que se me fez luz. Eu tinha visto esse mesmo cão, debaixo de um carro na manhã fria de 24 de Dezembro, quando me preparava para ir até à Beira Baixa. Vi-o e disse à minha mãe, que me tirou logo ideias de a socorrer. Não que não goste de animais, mas com quatro bichos cá em casa…
Mas a visão daquele cão com um ar tão triste debaixo de um carro, partiu-me o coração e amargou-me um bocado o Natal.
Levei metade do caminho a recriminar-me por ter arrancado com o carro e não ter feito nada, mais não fosse dizer algo ao dono do café aqui em baixo, que também gosta de animais. Recriminei-me pela minha cobardia de olhar para o lado no sofrimento de um animal, mas fui preenchendo esse vazio pensando que alguém, alguma alma caridosa, iria olhar por aquele cão.
E alguém a foi buscar, a levou para tratamento e a adoptou.
Um verdadeiro milagre de Natal, para reflectir numa noite tão fria quanto a de hoje...
Actualização: Hoje de manhã, depois de vir do passeio com o Belchior, a minah vizinha veio contar-me as últimas novidades da Merry Christmas, abreviada para Merry. Está a recuperar muito bem, já foi operada à anca e às costelas que tinha partidas, e já está livre dos bichos que quase a comiam viva. Pelos vistos, alguém a manteve quase toda a sua jovem vida amarrada, porque a coleira que trazia estava quase enterrada no pescoço, e o facto de estar bastante fraca por falta de alimento é que levou a que os ferimentos nos ossos fossem graves.
A Merry, segundo a minha vizinha, é uma cadelinha com um olhar doce e que é praticamente a sombra da actual dona, além de adorar crianças.
Realmente, ainda há milagres e anjos...
É caso de uma que soube esta noite e que se passou na última Consoada.
A história de hoje chegou-me por um vizinho com quem costumo conversar, sobretudo quando ele anda a passear a Estrela, uma cadela muito gira cá do bairro, conhecida por roubar tudo o são pedras da calçada que estejam fora do sitio.
A Estrela tem mais ou menos a mesma idade que o Belchior e foi ao passear os cães que nos conhecemos. (Ela não gosta muito do Bel, apesar dele tentar sempre brincar com ela, vá-se lá saber porquê).
- Sabe que a Estrela tem uma nova amiga?
- Sim, então? Comprou outra menina?
- Não, esta foi a minha prenda de Natal. Apareceu aqui na rua atropelada e a Estrela é que a viu e deu-me o aviso.
Eu vi-a deitada no chão, muito triste, mas deixei passar, só que ao ir para casa, nem consegui almoçar, olhei pela janela e vi que ela não saia do mesmo sitio, debaixo de um carro. Liguei então para a Dr.ª Cristina Perdigão e pedi-lhe se a podia levar ao Hospital Veterinário. Ela disse que sim, agarrei no carro e levei-a lá, para tratarem uma pata partida. E segundo a doutora, ela estava tão debilitada que já não passaria dessa noite, a de Natal.
Foi então que se me fez luz. Eu tinha visto esse mesmo cão, debaixo de um carro na manhã fria de 24 de Dezembro, quando me preparava para ir até à Beira Baixa. Vi-o e disse à minha mãe, que me tirou logo ideias de a socorrer. Não que não goste de animais, mas com quatro bichos cá em casa…
Mas a visão daquele cão com um ar tão triste debaixo de um carro, partiu-me o coração e amargou-me um bocado o Natal.
Levei metade do caminho a recriminar-me por ter arrancado com o carro e não ter feito nada, mais não fosse dizer algo ao dono do café aqui em baixo, que também gosta de animais. Recriminei-me pela minha cobardia de olhar para o lado no sofrimento de um animal, mas fui preenchendo esse vazio pensando que alguém, alguma alma caridosa, iria olhar por aquele cão.
E alguém a foi buscar, a levou para tratamento e a adoptou.
Um verdadeiro milagre de Natal, para reflectir numa noite tão fria quanto a de hoje...
Actualização: Hoje de manhã, depois de vir do passeio com o Belchior, a minah vizinha veio contar-me as últimas novidades da Merry Christmas, abreviada para Merry. Está a recuperar muito bem, já foi operada à anca e às costelas que tinha partidas, e já está livre dos bichos que quase a comiam viva. Pelos vistos, alguém a manteve quase toda a sua jovem vida amarrada, porque a coleira que trazia estava quase enterrada no pescoço, e o facto de estar bastante fraca por falta de alimento é que levou a que os ferimentos nos ossos fossem graves.
A Merry, segundo a minha vizinha, é uma cadelinha com um olhar doce e que é praticamente a sombra da actual dona, além de adorar crianças.
Realmente, ainda há milagres e anjos...
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
O juramento do jornalista
Como isto ultimamente anda escasso de tempo (ainda bem!), aqui deixo mais uma gracinha obtida na Internet, mas muito, muito actual quando tanto se fala de jornalismo e isenção.
E onde é que eu já vi isto?
«O juramento do jornalista
- Juro (sem cruzar os dedos) ser um jornalista responsável e comprometido com a verdade.
- Juro ouvir o outro lado. Mas só até ao fecho da edição.
- Juro respeitar os valores aprendidos na faculdade, como não roubar informações, nem chamar o adversário de “marreco”.
- Juro (cruzando os dedos) usar a carteira profissional apenas nos eventos em que estiver em trabalho.
- Juro honrar a tradição jornalística de comer porcaria em restaurantes de má reputação, e carne de porco assada durante as campanhas eleitorais.
- Juro não cobiçar a notícia alheia.
- Juro não ficar contando piadinhas em velórios de gente famosa, com excepção do velório de alguns políticos.
- Juro não praticar jornalismo sensacionalista, a menos que a audiência esteja muito fraca.
- Juro (cruzando os dedos das duas mãos) recusar todo tipo de prendas nas conferências de imprensa.
- Juro não rasgar o meu diploma, apesar da vontade que vai me dar de vez em quando.
- Juro encher de porrada o não-jornalista que falar mal da minha profissão. (E o jornalista também!)
- Juro não esmorecer nos dias mais difíceis da carreira, que serão praticamente todos os dias.
- Juro ser um jornalista etílico e, claro, ético também.
- Juro que esta é a última vez que eu juro tanta coisa ao mesmo tempo.
Chiça, coisa chata!»
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Tudo em nome do aumento da produtividade.
Então explique-me lá, como se eu e todos os portugueses fossem mesmo muito estupidos, porque é que quando passo durante um fim-de-semana numa SCUT como a A23, tenho de passar depois cerca de vinte minutos numa estação dos CTT para pagar essa portagem.
Digo vinte minutos só de espera, porque há que contar com o tempo de deslocação, ou até o tempo que tenho de sair do meu emprego proque a estação dos CTT mais próximo está fechada à hora de almoço.
Ou seja, o senhor e os restantes inteligentes pretendem ganhar com as portagens e poupar com cortes nos portageiros e nos empregados dos CTT, e ainda querem aumento de produtividade no país?