Ao preparar-me esta noite de segunda-feira para o meu serão facebookiano, não estava à espera que às 01h30 ainda por aqui andasse. Mas mais uma vez a reportagem me bateu à porta, e eis senão quando fico a saber da derrocada de uma placa de betão de um prédio, na Arrentela.
Uma busca e alguns contactos mais tarde, fico a saber que é mesmo aqui perto da minha casa, a alguns metros. Claro que arranco de imediato para o local. Lá chegada, de novo a informação do prédio onde tudo indica aconteceu um desastre.
O susto começa a tomar conta de mim, trata-se do prédio onde vive a mãe de uma amiga de infância, cujo percurso escolar foi igual ao meu até à entrada para a universidade. Graças a um amigo, consigo passar a barreira policial e vou encontrar a senhora rodeada de bombeiros, numa cadeira na rua.
Mal me viu, agarrou-se a mim em aflição, e eu também. Depois de uns minutos de conversa, acalmámos, e lá fui sabendo um pouco da história, e sobretudo, que nada de mal lhe tinha acontecido nem ao marido ou à casa.
Durante vários minutos, esqueci completamente o jornalismo, porque estava ali uma pessoa que precisava de alguém que a apoiasse um pouco.
Depois, logo que vi que a situação estava encaminhada, e também graças às pessoas que ali estavam da Câmara e da Protecção Civil, voltei à minha pele de jornalista, a tirar as fotos e a obter as declarações de que necessitava.
Mas tudo isto me faz pensar, não estarei a trabalhar demasiado perto daquilo tudo que me é querido?
Se por um lado, tenho mais conhecimentos sobre as coisas, por outro, o coração está demasiado ligado a tudo. É que a cada toque de telefone, a cada mensagem, tenho redobrado o receio que todos os jornalistas têm, o segundo pensamento quando recebemos informação sobre um acidente ou uma catástrofe, depois do «será que chego a tempo de um furo?», que é «será que é alguém conhecido?».
Sem comentários:
Enviar um comentário