Diz o nosso povo e muito bem, que «mais depressa se
apanha um mentiroso que um coxo».
Já aqui por várias vezes denunciei um mentiroso e agora vou fazê-lo novamente porque infelizmente,
a cada dia que passa,
assistimos ao aumento dos mentirosos. E estes já não têm vergonha nenhuma em se
apresentar, até orgulhosamente, como os mentirosos que são.
Seja publicamente, dando o dito por não dito, ou tentando
descaradamente passar atestados de estupidez a quem neles confiou o destino de
um país, quer seja mais sub-repticiamente, fazendo-se passar por aquilo que não
são, ou criando a ilusão de que têm algo que nunca existiu. Dos primeiros não é preciso falar muito mais. Independentemente da cor política de cada um daqueles que estão a ler estas linhas, poucos serão os que podem dizer que este ou aquele partido cumpriu, em todos os efeitos para os quais foi eleito, a totalidade das promessas feitas.
Todos os dias ouvimos alguém dizer que não se aumentam impostos, e eles a subir. Que não se vão deixar pessoas sem rendimento mínimo, e corta-se nas pensões, nos subsídios e nos ordenados. Que não se diminuirá o direito à educação e à saúde, e encerram-se escolas e Centro de Saúde. Creio não ser necessário continuar.
O que quero realmente falar é dos mestres de ilusionismo, daqueles que acham que podem enganar toda a gente, durante todo o tempo.
Tomemos como exemplo alguém de uma empresa que se faz passar por outra empresa similar, e assim vende um serviço. Oue então que preste o dito serviço sem autorização do cliente.
Parece impossível que se consiga vender «gato por lebre», mas garanto que é possível.
São os tais «ilusionistas» de que falo, com os quais me tenho deparado neste mundo da comunicação social local e regional.
Claro que arriscam a que o cliente, logo que se depare com a marosca, diga que afinal não paga o serviço que não solicitou.
E aí a resposta passa por duas formas de «atacar»: ou pedem desculpa, dizendo que afinal foi uma “manobra” de alguém que até já lá não está, ou avançam com o envio de facturas e ameaças para exigir o pagamento de algo que nunca foi acordado.
Mas no fundo o que estes ilusionistas pretendem é tão
somente iludir potenciais clientes com a mentira de que «até temos mais
clientes que os restantes» ou «eles eram clientes dos outros, mas agora são
nossos», mesmo que as empresas que assim apresentam nem sequer façam a mínima
ideia de que são “clientes” de tais ilusionistas.
E há depois outro tipo de ilusionistas, os que sem nada
ter, de tudo aparentam ser senhores.
É o caso de alguém que não tem um jornal mas finge que
tem, iludindo alguns com uma mera imagem que para os incautos passa por ser uma
capa de um jornal verdadeiro, isto porque usa a imagem de pessoas bem
conhecidas da sociedade, na certa sem o seu conhecimento, para garantir que
consegue passar por verdade.
Parece também impossível? Garanto que não o é, basta pesquisar
um pouco muito perto da zona de onde vos escrevo.
Mas já nos vamos apercebendo que neste mundo, seja ele da
comunicação social ou não, os espertos e ilusionistas vão sempre conseguindo
safar-se.
Seja porque a mentira até é bem burilada ou seja porque
há mais gente que embora se considere inteligente ainda consegue (ou quer) ser
enganada, o certo é que os ilusionistas andam por aí.
Mas até o Houdini falhou um truque…
PS - Este foi o meu texto desta semana para o Diário do Distrito, que em poucas horas recebeu mais de 50.000 visitas.
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