sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Gregos e troianos

Esta semana, a propósito de um artigo que o Diário do Distrito publicou e partilhou com o Comércio do Seixal e Sesimbra, e das reacções que o mesmo provocou, ocorreu-me escrever estas notas.
Creio que já o disse aqui que, sobretudo desde que trabalho na imprensa regional, que a acusação mais recorrente que ouço é dizerem que este ou aquele jornal está vendido ou ao serviço deste ou daquele partido político ou desta ou daquele interesse empresarial.
E reparem que uso o termo «acusação» e não «critica», isto porque se a segunda pode ser construtiva e servir até para mudarmos determinadas coisas, a primeira não passa de uma atitude cobarde de quem não gosta de ver as suas fés inabaláveis atingidas.
Nos anos que levo de «Comércio» ouvi essa acusação variadíssimas vezes, algumas delas até ditas por quem devia preocupar-se mais com os problemas do concelho, até pelo lugar para o qual foi eleito, do que perder precioso tempo de antena para guerrilhas políticas.
Provas dessas acusações? Viste-las…
É esta uma prática recorrente de quem não gosta do que lê, de quem vê os alicerces nos quais alicerçou as suas atitudes e os seus ideais, serem «abanados» pela verdade dos factos.
Não se gosta do que se leu, não se concorda, e então parte-se para a «acusação» ali mais à mão.  
Todo o trabalho que foi feito ao longo de anos, o esforço das pessoas por detrás deste ou daquele projecto, muitas vezes às suas custas e da sua vida pessoal, não interessa, se o que está preto no branco não bate com a fantasista realidade criada.
O que interessa, o que se quer ver, é a realidade bonitinha, ao bom estilo de um boletim paroquial, sem mexer águas nem remexer lodos.
Repito, qualquer leitor tem o direito de fazer críticas ao trabalho dos jornalistas.
Não somos infalíveis porque ninguém o é, e mente quem disser o contrário. E da minha parte, embora por vezes me custe engolir, aceito e tento aprender com cada crítica que me dirigem.
Agora «acusações» sem quaisquer provas, usadas apenas no mesquinho intento de rebaixar e humilhar, não as admito.
São a arma dos cobardes.
Interessante, mas também uma das características do ser humano, é que a mesma verdade que é importuna para uns, será em qualquer outro lugar elogiada e até partilhada em grupos nas redes sociais.
Já lá dizia o ditado que não podemos agradar a gregos e a troianos ao mesmo tempo.
E cada um puxará sempre a brasa à sua sardinha.
Mas o que não admito nem admitirei nunca é que me usem como assador.

 Uma nota final, que nada tem a ver com esta questão, mas que não queria deixar passar. Partiu uma grande guerreira que teve o enorme condão de por momentos unir Portugal à dor de uns pais que perderam a sua menina.
Por ela, e por todas as crianças que todos os dias lutam pelas suas vidas, queria deixar um enorme abraço de amizade a quem enfrenta uma das dores mais violentas que se possam sentir: a impotência perante a doença de um filho.
Um grande bem-hajam e muita coragem.

P.S - Mais uma crónica minha no Diário do Distrito.

1 comentário:

Maria do Carmo disse...

Agradeço o comentário que aqui colocaram hoje, dia 10 de Dezembro, às 04h19, por um corajoso anónimo, mas devo dizer que não tenho o prazer de conhecer a respectiva mãe.

Uma recomendação: um leitinho quente antes de ir para a cama, evita azias e insónias.

CMps