terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Taxas e taxados


Ultimamente, em especial este mês, muito se tem debatido sobre as portagens que os automobilistas vão ter de pagar em algumas antigas SCUT agora elevadas a auto-estradas.
Da minha parte, como automobilista, sou a favor do conceito do utilizador-pagador.
E sou por uma razão muito simples: há décadas que os condutores da margem sul têm suportado o pagamento de portagens para entrar em Lisboa, seja pela ponte 25 de Abril, seja pela Vasco da Gama.
Ora se assim acontece, porque é que outros não o podem também fazer?
Terão de ser sempre os mesmos a pagar? Também não se viu os utentes do norte, por exemplo da A23, a virem até Lisboa protestar pelo facto de os utentes da margem sul terem de pagar todos os dias para entrarem em Lisboa para trabalhar. Ou já agora, para irem até Setúbal ou até ao Barreiro mais rapidamente.
E nós temos pago e bem.
Por outro lado, temos o ministro da Saúde Paulo Macedo a anunciar, no programa da RTP Prós e Contras, que a partir de Janeiro de 2012 as consultas nos centros de saúde passam de 2,25 euros para 5 euros, enquanto a taxa moderadora nas urgências hospitalares passa de 9,60 euros para 20 euros.
Claro que um aumento destes é brutal, tendo em conta que muitas das vezes os médicos dos Centros de Saúde não estão para se chatear muito e recambiam os doentes para as Urgências hospitalares por umas simples manchas na pele (acreditem, aconteceu!).
No entanto, analisando as coisas, é justo que os jovens até aos 15 ou 16 anos continuem a não pagar taxas moderadoras nos serviços de saúde? E quem está a receber subsídios? E outros que até agora estão isentos (exceptuando os dadores de sangue, e não o digo por ser dadora, mas acho que é justo que quem dá algo tenha em troca essa benesse, até porque para se ser dador de sangue, há que ser saudável, e por isso não é por essa isenção que o Estado irá perder muito dinheiro.
Se calhar, o que teria de ser revisto eram as isenções, e não os aumentos.
Por último, só uma palavrinha: continuamos a ver as medidas de austeridade a ser impostas, a aumentarem taxas e taxinhas, mas curiosamente ainda não vimos nada das tais medidas, que me parece terem sido também impostas pela troika, e que diziam que era necessária uma alteração na Justiça, nos gastos do Estado e nos altos cargos públicos.
Ou seja, esta é uma política do “fazer o que dá jeito”, olvidando tudo o resto.

Sem comentários: