Ora ou sou eu que imagino, ou grande parte da minha vida me encheram os ouvidos com essa tal malfadada «crise».
E a prova está aqui. Depois de comprar mais três revistas antigas de culinária (sou coleccionadora acérrima) este fim-de-semana, eis que me deparo com mais um editorial estilo «últimos dias do mundo – crise e austeridade». E para que não pensem que é apenas imaginação minha, aqui ficam as «provas do crime».
Comecemos então por uma das mais antigas revistas de culinária, «Banquete» que no seu Nº 154, de Dezembro de 1972, escrevia assim:
Temos depois o meu querido (e de todos os portugueses) Chefe Silva, que um dia, em Sesimbra, me ensinou o seu truque para um arroz doce perfeito, mas ou porque a aluna não tenha estado atenta, ou porque sobre tal sobremesa caia mesmo uma maldição a quem tem mão para qualquer doce, o certo é que o meu arroz doce continua a ficar duro e sensaborão. Mas é da crise que aqui falo, e vejamos o que diz o Chefe nesta edição da famosíssima «Teleculinária» Especial do Outono de 1983:
Este é apenas um pequeno exemplo de que ao longo das últimas décadas temos vivido sempre (ou quase sempre) sob esse fantasma da crise e da austeridade, pelo que pelas minhas contas 2012 não será diferente. Por isso, o melhor é mesmo ir rindo com as anedotas que nos são contadas todos os dias por esses comicos, perdão, políticos.
Última Nota: De notar que nos seus primeiros números, a directora da «Banquete», Maria Emília Cancella de Abreu, se limitava a fazer o elogio da mulher dona-de-casa, da forma de bem receber, etc.
Mas à medida que o tempo avançava, os temas tornavam-se bem diferentes, como este editorial da edição nº 15, de 1973, que aqui deixo sem quaisquer comentários meus. Uma «pérola» da propaganda política da altura.
Mas à medida que o tempo avançava, os temas tornavam-se bem diferentes, como este editorial da edição nº 15, de 1973, que aqui deixo sem quaisquer comentários meus. Uma «pérola» da propaganda política da altura.
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