Quem de nós não encontrou lá pessoas com quem estudámos ou trabalhámos e não víamos há anos?
Mas, mais do que esse aspecto, há ainda um outro que, com um simples clique num botão virtual de Gosto, nos liga por vezes a centenas de pessoas que nunca conhecemos. E esse simples clique liga-nos também quase para sempre à vida de uma ou mais pessoas.
E é sobre esse que falo hoje.No Facebook liguei-me a uma página dedicada a todos os que gostam e possuem cães pastores-alemães. Ora esta sempre foi a minha raça favorita, e com o maluco do meu cão Belchior, pensei que ali iria aprender algumas coisas. Mas mais do que aprender, liguei-me a pessoas de todo o mundo, em especial dos EUA, de onde a página é originária, diverti-me a comentar fotos e a ler comentários sobre as minhas fotos.
Ontem, subitamente, tive mais do que aquilo que esperava. A criadora da página despediu-se de todos, dizendo que devido a lhe ter sido diagnosticado um cancro não irá conseguir manter a página.
A milhares de quilómetros dali, sofri com a doença desta pessoa que nunca vi, com quem troquei apenas algumas palavras em inglês sobre cães, e vi também uma enorme corrente de amizade entre todos os que durante os últimos meses acederam com um simples clique a uma página.
Para a Johanne, dos EUA, deixo hoje aqui estas palavras. Ontem, subitamente, tive mais do que aquilo que esperava. A criadora da página despediu-se de todos, dizendo que devido a lhe ter sido diagnosticado um cancro não irá conseguir manter a página.
A milhares de quilómetros dali, sofri com a doença desta pessoa que nunca vi, com quem troquei apenas algumas palavras em inglês sobre cães, e vi também uma enorme corrente de amizade entre todos os que durante os últimos meses acederam com um simples clique a uma página.
P.S. – Se por um lado sofremos por quem não conhecemos, também o fazemos por quem vamos conhecendo pessoalmente ao longo de meses. Ontem (quase parecia uma sexta-feira 13), ao fazer a distribuição do jornal em Fernão Ferro, entrei numa loja onde costumava sempre trocar dois dedos de conversa com a senhora que se encontrava ao balcão.
Há duas semanas que ali vejo uma outra senhora, esta de mais idade, e ontem perguntei-lhe o que era feito da pessoa que ali costumava estar. Quase com lágrimas nos olhos, explicou-me que tivera de a despedir, porque não conseguia ter um nível de negócio que lhe permitisse manter ali uma empregada. Confesso que sai do local com o estômago enrolado e com o dia estragado. Já se falou neste blogue na preocupação dos trabalhadores receberem um ordenado miserável, mas quantas pequenas empresas neste momento nem esse mísero valor conseguem pagar, lançando assim para a indignidade do desemprego centenas de pessoas?
Há duas semanas que ali vejo uma outra senhora, esta de mais idade, e ontem perguntei-lhe o que era feito da pessoa que ali costumava estar. Quase com lágrimas nos olhos, explicou-me que tivera de a despedir, porque não conseguia ter um nível de negócio que lhe permitisse manter ali uma empregada. Confesso que sai do local com o estômago enrolado e com o dia estragado. Já se falou neste blogue na preocupação dos trabalhadores receberem um ordenado miserável, mas quantas pequenas empresas neste momento nem esse mísero valor conseguem pagar, lançando assim para a indignidade do desemprego centenas de pessoas?
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