Depois de um dia difícil de distribuição, mais pelo cansaço físico e mental do que qualquer outra coisa, e de uma conversa com a sócia sobre a estupidez das pessoas que por vezes nos rodeiam, fui dar uma voltinha com o Belchior para espairecer.
Parei para beber um café, e quando vinha para casa, nas Cavaquinhas, vi um carro de alta cilindrada quase encostado a mim. A pessoa fazia também sinais de luzes.
Claro que «assanhada» como estava só pensei: “F**da**** pensas que lá por teres um carrão desses me vou desviar??!!”. Nisto o carro começa a ultrapassar-me e vá eu de carregar no acelerador: “Nem penses, meu C****, vais saltar o separador e vais ver como elas te mordem!!!”.
O condutor colocou o carro ao lado do meu e quando olho pronta para mandar umas quantas «cabeludas», eis que ele grita: “A porta do carro e o casaco!!!».
Percebi num segundo: além de ter a porta do carro mal fechada, tinha o casaco a arrastar no chão. Envergonhadissima, gritei “Obrigada!!”, desacelarei e deixei o carro ultrapassar-me.
E reflecti. Ali estava eu, pronta a entrar em guerra, quando uma pessoa, que por acaso até conheço, se arriscou a colocar-se ao meu lado na estrada, para me avisar da porta mal fechada e de estar a estragar o casaco.
Reflexão: que raio de vida e mundo é este onde só pensamos o pior dos outros?
Será que estamos assim tão rodeados de filhos da mãe, que não possamos, por um momento apenas, pensar que um sinal de luzes de outro condutor é mais do que querer ultrapassar-nos para mostrar o seu carrão?
Andaremos tão obcecados com as nuvens que não conseguimos ver as estrelas?
2 comentários:
É verdade, por vezes entramos em guerras irreflectidas que não levam a nada... Bom dia!
Bom dia,
Caro Paulo Silva,
Obrigado pelo seu comentário, é bem verdade, perdemos tempo, paciência, e por vezes mesmo saúde e dinheiro, em guerras que não levam a nada, deixando de lado aquilo que realmente importa, que é gastar um momento a olhar as estrelas.
Uma boa semana para si!
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