O meu obrigado a todos os que durante décadas lutaram para que agora possa ter este blogue e dizer livremente o que me vai na alma.
Que este Abril se cumpra, sempre!
Um blogue de uma jornalista que já viu um pouco de tudo, usado para falar de qualquer coisa.
domingo, 25 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Uma onda de revivalismo....
Às vezes temos estas coisas, um revivalismo que nos bate. E este bateu ao reler um post (mais um) colocado desta feita no blogue «O Flamingo», na segunda-feira, 7 de Setembro de 2009, com o título «Jornalismo refém do PSD e do PS».
«Caros leitores,
Depois de ter vindo a assistir na comunicação social - alguma, de facto, credível - à novela que envolve a TVI, Manuela Moura Guedes e o PS, na qual a vítima do crime foi a liberdade de expressão, os meus maiores medos vieram a revelar-se verdadeiros. Os jornais locais estão completamente reféns dos poderes instituídos.
Todo este fenómeno teve início aquando do pagamento por parte do PSD (na pessoa do Sr. Paulo Edson Cunha) de uma avultada quantia de dinheiro aos 3 jornais locais, segundo ele, para garantir espaço publicitário nesses 3 órgãos de comunicação social (cf. artigo). Vou apenas mencionar dois exemplos deste atentado contra a verdade no nosso Concelho que sem vindo a desenrolar nos últimos dias.»
E continua, analisando as noticias saídas nos jornais Noticias do Seixal, e claro, no Comércio do Seixal, onde são analisados os espaços dedicados a cada partido, por número de palavras e por espaço efectivo relativamente ao espaço total da edição. Assim se vê a forma como este jornal local distribui o seu espaço editorial pelas 5 forças políticas com assento parlamentar.»
Excelente exercício, diria, pena foi ter deixado de fora o único quinzenário do concelho, já na altura o órgao de comunicação social eleito pela maioria da CDU para a sua campanha eleitoral.
Mas este post é ainda mais brilhante quando lemos o seguinte:
«Acho vergonhosa esta distribuição e é, mais uma vez, demonstrativa da hipocrisia do PS no nosso Concelho. Veremos agora se o Sr. Samuel Cruz irá apresentar queixa na CNE por distribuição indevida do espaço na comunicação social. Certamente que não. Estes dois exemplos são também os expoentes máximos do conflito de interesses existente entre o PSD e os jornais locais, devido ao pagamento de 2000€ em publicidade paga.
É uma tristeza a falta de vergonha dos editores destes jornais que, a troco de meia dúzia de tostões se vendem, quais Judas dos tempos modernos. Espero que se lembrem que as moedas não duram para sempre e o "apoio" do PSD com o compadrio do PS acabam dia 11 de Outubro.
Depois quero ver...»
O que eu realmente queria ver, e saber, chegando mesmo a interrogar o autor do blogue na altura era qual a sua reacção sobre o DESAVERGONHADO apoio da Câmara Municipal do Seixal apenas ao Jornal do Seixal, a troco de fotos na capa e das reportagens para a CDU, e consequente corte das noticias (quer em campanha eleitoral, quer agora, meses passados) das iniciativas dos partidos da oposição.
Se calhar é porque a Câmara Municipal do Seixal não é a CDU, ou a CDU não é a Câmara Municipal do Seixal, ou Alfredo Monteiro não é a CDU, ou a CDU não é Alfredo Monteiro, nem a Câmara Municipal...
Enfim, é como diz o ditado, bem prega frei Tomás, faz o que ele diz, não o que ele faz.
«Caros leitores,
Depois de ter vindo a assistir na comunicação social - alguma, de facto, credível - à novela que envolve a TVI, Manuela Moura Guedes e o PS, na qual a vítima do crime foi a liberdade de expressão, os meus maiores medos vieram a revelar-se verdadeiros. Os jornais locais estão completamente reféns dos poderes instituídos.
Todo este fenómeno teve início aquando do pagamento por parte do PSD (na pessoa do Sr. Paulo Edson Cunha) de uma avultada quantia de dinheiro aos 3 jornais locais, segundo ele, para garantir espaço publicitário nesses 3 órgãos de comunicação social (cf. artigo). Vou apenas mencionar dois exemplos deste atentado contra a verdade no nosso Concelho que sem vindo a desenrolar nos últimos dias.»
E continua, analisando as noticias saídas nos jornais Noticias do Seixal, e claro, no Comércio do Seixal, onde são analisados os espaços dedicados a cada partido, por número de palavras e por espaço efectivo relativamente ao espaço total da edição. Assim se vê a forma como este jornal local distribui o seu espaço editorial pelas 5 forças políticas com assento parlamentar.»
Excelente exercício, diria, pena foi ter deixado de fora o único quinzenário do concelho, já na altura o órgao de comunicação social eleito pela maioria da CDU para a sua campanha eleitoral.
Mas este post é ainda mais brilhante quando lemos o seguinte:
«Acho vergonhosa esta distribuição e é, mais uma vez, demonstrativa da hipocrisia do PS no nosso Concelho. Veremos agora se o Sr. Samuel Cruz irá apresentar queixa na CNE por distribuição indevida do espaço na comunicação social. Certamente que não. Estes dois exemplos são também os expoentes máximos do conflito de interesses existente entre o PSD e os jornais locais, devido ao pagamento de 2000€ em publicidade paga.
É uma tristeza a falta de vergonha dos editores destes jornais que, a troco de meia dúzia de tostões se vendem, quais Judas dos tempos modernos. Espero que se lembrem que as moedas não duram para sempre e o "apoio" do PSD com o compadrio do PS acabam dia 11 de Outubro.
Depois quero ver...»
O que eu realmente queria ver, e saber, chegando mesmo a interrogar o autor do blogue na altura era qual a sua reacção sobre o DESAVERGONHADO apoio da Câmara Municipal do Seixal apenas ao Jornal do Seixal, a troco de fotos na capa e das reportagens para a CDU, e consequente corte das noticias (quer em campanha eleitoral, quer agora, meses passados) das iniciativas dos partidos da oposição.
Se calhar é porque a Câmara Municipal do Seixal não é a CDU, ou a CDU não é a Câmara Municipal do Seixal, ou Alfredo Monteiro não é a CDU, ou a CDU não é Alfredo Monteiro, nem a Câmara Municipal...
Enfim, é como diz o ditado, bem prega frei Tomás, faz o que ele diz, não o que ele faz.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Zeca Afonso e o parque infantil das Cavaquinhas
Ouvir Zeca Afonso, para mim, quase mais do que simbolizar a Revolução dos Cravos (prefiro chamá-la assim, porque foi uma revolução de mais, muitos mais, dias do que apenas o 25 de Abril), traz-me à memória um parque infantil. O parque infantil das Cavaquinhas.
Corria o ano de 1975, mais propriamente o dia 25 de Abril desse ano, e tinham lugar as primeiras eleições legislativas livres com sufrágio universal realizadas no país.
Os meus pais, tal como milhares de pessoas, quiseram estar nos locais de voto logo cedo. E onde deixar as crianças pequenas, como eu na altura, senão no parque infantil, sem se preocuparem com desconhecidos, segurança ou afins.
Afinal, o país vivia os primeiros tempos de liberdade. Eram outros tempos.
E recordo as horas passadas nesse parque infantil, com outras crianças, enquanto os nossos pais esperavam pacientemente pela sua vez de votarem na escola secundária das Cavaquinhas, agora escola secundária Dr. José Afonso (e muito justamente, na minha opinião).
Mas a que propósito vem o cantor?
É que me recordo claramente de ouvir, durante essas horas de brincadeira e espera, a música de Zeca em enormes altifalantes que ecoavam por toda a zona.
Que digo eu? Por todo o concelho.
É por isso que, quando ouço Zeca Afonso, para além dos sentimentos ligados à Liberdade que me foram ensinados, felizmente desde a escola primária, desperta-me o sentimento da liberdade da infância, dos dias em que apenas o brilhar do Sol contava, para poder ir brincar para a rua, e de preferência no parque infantil das Cavaquinhas.
Corria o ano de 1975, mais propriamente o dia 25 de Abril desse ano, e tinham lugar as primeiras eleições legislativas livres com sufrágio universal realizadas no país.
Os meus pais, tal como milhares de pessoas, quiseram estar nos locais de voto logo cedo. E onde deixar as crianças pequenas, como eu na altura, senão no parque infantil, sem se preocuparem com desconhecidos, segurança ou afins.
Afinal, o país vivia os primeiros tempos de liberdade. Eram outros tempos.
E recordo as horas passadas nesse parque infantil, com outras crianças, enquanto os nossos pais esperavam pacientemente pela sua vez de votarem na escola secundária das Cavaquinhas, agora escola secundária Dr. José Afonso (e muito justamente, na minha opinião).
Mas a que propósito vem o cantor?
É que me recordo claramente de ouvir, durante essas horas de brincadeira e espera, a música de Zeca em enormes altifalantes que ecoavam por toda a zona.
Que digo eu? Por todo o concelho.
É por isso que, quando ouço Zeca Afonso, para além dos sentimentos ligados à Liberdade que me foram ensinados, felizmente desde a escola primária, desperta-me o sentimento da liberdade da infância, dos dias em que apenas o brilhar do Sol contava, para poder ir brincar para a rua, e de preferência no parque infantil das Cavaquinhas.
terça-feira, 13 de abril de 2010
É esta a comunicação social responsável, Sr. Américo?
Na cerimónia de tomada de posse dos eleitos das eleições autárquicas de 2009, a 2 de Novembro, o deputado Américo Costa, CDU, fez questão de frisar o seguinte (publicado no Boletim Municipal):
«Reafirmamos aqui que a CDU merece uma melhor oposição e o povo exige mais verosimilhança democrática. Assim como exige uma comunicação social mais responsável. Ressalvadas as devidas excepções, o jogo da manipulação dos “factos” não surtiu efeito. Hoje não restam dúvidas que parte dos casos sensacionalistas que vieram a público não eram mais do que rumores infundados, que tão somente pretendiam fomentar crispações e tentar reduzir a confiança nas instituições, mas apenas contribuíram para diminuir a qualidade da democracia.»
Realmente, tenho de concordar com o deputado que a população merece uma comunicação social mais responsável.
O pior é que as «devidas excepções» que este deputado fez questão de salientar, no caso o Jornal do Seixal, é o mesmo jornal que mente na data de saída, informa que é o único jornal do concelho e cujo director/jornalista, quando contactado por membros de uma associação sem fins lucrativos sobre a publicação de UMA REPORTAGEM DE UM EVENTO, sim, leu bem, UMA REPORTAGEM, exigiu o pagamento de 150 EUROS.
Já agora, o mesmo jornal que é pertença de uma, agora, associação sem fins lucrativos.
Já agora, o mesmo jornal que recebe praticamente toda a publicidade institucional da Câmara Municipal do Seixal, sem concursos e afins.
É fácil perceber a «responsabilidade» deste jornal, embora não seja algo de estranhar, quando a mesma Câmara Municipal paga às duas rádios locais mais de quarenta mil euros para «cobertura jornalística de eventos». Há que seguir os exemplos que vêem de cima...
«Reafirmamos aqui que a CDU merece uma melhor oposição e o povo exige mais verosimilhança democrática. Assim como exige uma comunicação social mais responsável. Ressalvadas as devidas excepções, o jogo da manipulação dos “factos” não surtiu efeito. Hoje não restam dúvidas que parte dos casos sensacionalistas que vieram a público não eram mais do que rumores infundados, que tão somente pretendiam fomentar crispações e tentar reduzir a confiança nas instituições, mas apenas contribuíram para diminuir a qualidade da democracia.»
Realmente, tenho de concordar com o deputado que a população merece uma comunicação social mais responsável.
O pior é que as «devidas excepções» que este deputado fez questão de salientar, no caso o Jornal do Seixal, é o mesmo jornal que mente na data de saída, informa que é o único jornal do concelho e cujo director/jornalista, quando contactado por membros de uma associação sem fins lucrativos sobre a publicação de UMA REPORTAGEM DE UM EVENTO, sim, leu bem, UMA REPORTAGEM, exigiu o pagamento de 150 EUROS.
Já agora, o mesmo jornal que é pertença de uma, agora, associação sem fins lucrativos.
Já agora, o mesmo jornal que recebe praticamente toda a publicidade institucional da Câmara Municipal do Seixal, sem concursos e afins.
É fácil perceber a «responsabilidade» deste jornal, embora não seja algo de estranhar, quando a mesma Câmara Municipal paga às duas rádios locais mais de quarenta mil euros para «cobertura jornalística de eventos». Há que seguir os exemplos que vêem de cima...
domingo, 11 de abril de 2010
A rica petinga!
Domingo é mesmo assim, para deixar a política e a luta diária de quem quer manter a cabeça erguida ao dirigir uma empresa e um jornal.
Domingo é para «encher os olhos de verde», e visitar a feira de antiguidades de Azeitão e de Pinhal Novo.
Só comprei três colheres, para a colecção do meu primo (acho que ainda fico eu com ela, tal a quantidade de colheres que lhe tenho arranjado).
A minha busca por revistas antigas de cozinha hoje não deu em nada. Enfim, para o mês que vem há mais, e até pode ser que possa encontrar agora na feira de antiguidades aqui no Seixal, que teve muito boas presenças para uma primeira edição e com chuva.
Mas o post hoje é sobre o almoço.
Depois de uma visita à minha querida serra da Arrábida, lindissima nesta Primavera, com o mar azul ali mesmo ao lado, e ainda uma visitinha até ao Portinho, mas sem poder parar, por falta de espaço e de estacionamento, rumei para Setúbal.
Confesso que não gosto de almoçar por ali, principalmente ao Domingo. Sou esquisita, detesto esperas e multidões, comida servida à pressa e barulho.
Já ponderava com a mãe uma ida ao supermercado mais próximo e um piquenique junto à praia, quando me lembrei de ir até à Estefanilha, ali a uns meros quilómetros de Setúbal.
E agradeço ao nariz apurado da mãe, que sentiu o cheiro de peixe assado, ali no meio de nenhures. Uma volta do carro e ala até ao restaurante Sô Zé.
Ambiente familiar, muito arejado e luminoso, lindissimas pinturas nas paredes, simpatia a rodos.
Pão caseiro ainda morno, azeitonas caseiras, uma dose de petinga assada (16 gordas petingas), um vinho branco fresco do Poceirão com 12,5 de álcool, uma salada enorme, e batatas cozidas, um pudim (do Lidl, mas enfim), e dois cafés: 10 euros.
Ainda há paraisos...
Domingo é para «encher os olhos de verde», e visitar a feira de antiguidades de Azeitão e de Pinhal Novo.
Só comprei três colheres, para a colecção do meu primo (acho que ainda fico eu com ela, tal a quantidade de colheres que lhe tenho arranjado).
A minha busca por revistas antigas de cozinha hoje não deu em nada. Enfim, para o mês que vem há mais, e até pode ser que possa encontrar agora na feira de antiguidades aqui no Seixal, que teve muito boas presenças para uma primeira edição e com chuva.
Mas o post hoje é sobre o almoço.
Depois de uma visita à minha querida serra da Arrábida, lindissima nesta Primavera, com o mar azul ali mesmo ao lado, e ainda uma visitinha até ao Portinho, mas sem poder parar, por falta de espaço e de estacionamento, rumei para Setúbal.
Confesso que não gosto de almoçar por ali, principalmente ao Domingo. Sou esquisita, detesto esperas e multidões, comida servida à pressa e barulho.
Já ponderava com a mãe uma ida ao supermercado mais próximo e um piquenique junto à praia, quando me lembrei de ir até à Estefanilha, ali a uns meros quilómetros de Setúbal.
E agradeço ao nariz apurado da mãe, que sentiu o cheiro de peixe assado, ali no meio de nenhures. Uma volta do carro e ala até ao restaurante Sô Zé.
Ambiente familiar, muito arejado e luminoso, lindissimas pinturas nas paredes, simpatia a rodos.
Pão caseiro ainda morno, azeitonas caseiras, uma dose de petinga assada (16 gordas petingas), um vinho branco fresco do Poceirão com 12,5 de álcool, uma salada enorme, e batatas cozidas, um pudim (do Lidl, mas enfim), e dois cafés: 10 euros.
Ainda há paraisos...
sábado, 10 de abril de 2010
O critério de democracia e de liberdade de expressão da Câmara do Seixal
Desde o dia 24 de Abril de 2009 que o «Comércio do Seixal e Sesimbra», jornal do qual sou directora, não recebe uma adjudicação de publicidade por parte da Câmara Municipal do Seixal.
Não tendo outras formas de sustento senão a publicidade, mesmo que alguns tentem dar a entender que não é assim, por medo do espaço que o «Comércio» passou a dar a todas as forças políticas do concelho, não consigo compreender como uma autarquia onde tanto se fala da igualdade, da liberdade e da democracia, tem este tipo de atitude.
Cientes deste facto, os vereadores do PS, pela voz de Samuel Cruz, apresentaram o seguinte requerimento ao presidente na reunião de Câmara de 25 de Março de 2010:
«Os Vereadores do PS vêm ao abrigo do art. 68.º n.º 1 alínea s) da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, solicitar que lhe sejam prestadas as seguintes informações:
Atendendo a que a CMS no desenvolvimento das suas actividades necessita de contratar a prestação de serviços junto de diversos órgãos de comunicação social.
Tendo em conta que esta aquisição de serviços é efectuada com dinheiros públicos e, nessa medida, deve salvaguardar o interesse público, nomeadamente no que concerne ao princípio da proposta mais vantajosa economicamente.
E finalmente considerando que o não respeito por regras claras nesta matéria pode significar o favorecimento de determinada linha editorial, necessariamente em detrimento do principio constitucional da liberdade de imprensa requer-se:
1. Informação detalhada de todas as verbas gastas com órgãos de comunicação social, desde 1 de Janeiro de 2009.
2. Informação acerca de quais os critérios utilizados na escolha dos fornecedores dos serviços adjudicados neste período.»
Esta foi a resposta:
«Data: 2010/04/08
Sr Presidente
Em resposta às questões colocadas pelos Srs. Vereadores do PS sobre as verbas gastas com órgãos de comunicação social em 2009, cabe-me informar o seguinte:
1. Em 2009, foi gasto um total de 130.834,19€ com órgãos de comunicação social.
2. Desta verba, 9 971,73€ refere-se a publicidade obrigatória: anúncios de concursos, avisos, alvarás, publicitação de comparticipação, editais, etc.
3. A restante verba engloba a publicidade institucional de promoção e divulgação de iniciativas projectos municipais, distribuindo-se por anúncios na imprensa escrita, spots de rádio e spots de televisão.
4. Os critérios utilizados na escolha dos fornecedores são os que estão consignados no código de contratação pública. Importa, contudo, ressalvar que tem havido da parte da Câmara Municipal, ao longo dos anos, uma orientação clara no sentido de, não deixando de cumprir escrupulosamente o que a lei determina, fazer incidir com maior acuidade a inserção de publicidade, quer a obrigatória quer a institucional, nos órgãos de comunicação locais e regionais, reservando os nacionais de maior prestígio ou maior tiragem para os casos em que tal é obrigatório ou conveniente, por diferentes ou diversas razões. Do mesmo modo, é com ambas as rádios locais que a autarquia contratualiza a passagem de spots publicitários.
Já no que respeita aos spots televisivos, o critério tem sido o de escolher o canal que apresentar uma melhor relação custo/beneficio, em função dos objectivos que se pretendem atingir.
À sua consideração.
Madalena Silva - Chefe de Gabinete»
Ora se durante este tempo, o «Comércio» apenas recebeu publicidade que perfez um total de 900 euros, se é o mais antigo em publicação dos três jornais do concelho, se é semanário e se nunca foi contactado para apresentar preços com vista a uma comparação com outros, então qual é o critério de escolha da Câmara Municipal do Seixal»?
É caso para perguntar quem é que anda a receber o dinheiro gasto pela Câmara Municipal do Seixal na sua inserção de publicidade, quer a obrigatória quer a institucional, nos órgãos de comunicação locais e regionais?
Mas será mesmo necessário perguntar?
Não tendo outras formas de sustento senão a publicidade, mesmo que alguns tentem dar a entender que não é assim, por medo do espaço que o «Comércio» passou a dar a todas as forças políticas do concelho, não consigo compreender como uma autarquia onde tanto se fala da igualdade, da liberdade e da democracia, tem este tipo de atitude.
Cientes deste facto, os vereadores do PS, pela voz de Samuel Cruz, apresentaram o seguinte requerimento ao presidente na reunião de Câmara de 25 de Março de 2010:
«Os Vereadores do PS vêm ao abrigo do art. 68.º n.º 1 alínea s) da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, solicitar que lhe sejam prestadas as seguintes informações:
Atendendo a que a CMS no desenvolvimento das suas actividades necessita de contratar a prestação de serviços junto de diversos órgãos de comunicação social.
Tendo em conta que esta aquisição de serviços é efectuada com dinheiros públicos e, nessa medida, deve salvaguardar o interesse público, nomeadamente no que concerne ao princípio da proposta mais vantajosa economicamente.
E finalmente considerando que o não respeito por regras claras nesta matéria pode significar o favorecimento de determinada linha editorial, necessariamente em detrimento do principio constitucional da liberdade de imprensa requer-se:
1. Informação detalhada de todas as verbas gastas com órgãos de comunicação social, desde 1 de Janeiro de 2009.
2. Informação acerca de quais os critérios utilizados na escolha dos fornecedores dos serviços adjudicados neste período.»
Esta foi a resposta:
«Data: 2010/04/08
Sr Presidente
Em resposta às questões colocadas pelos Srs. Vereadores do PS sobre as verbas gastas com órgãos de comunicação social em 2009, cabe-me informar o seguinte:
1. Em 2009, foi gasto um total de 130.834,19€ com órgãos de comunicação social.
2. Desta verba, 9 971,73€ refere-se a publicidade obrigatória: anúncios de concursos, avisos, alvarás, publicitação de comparticipação, editais, etc.
3. A restante verba engloba a publicidade institucional de promoção e divulgação de iniciativas projectos municipais, distribuindo-se por anúncios na imprensa escrita, spots de rádio e spots de televisão.
4. Os critérios utilizados na escolha dos fornecedores são os que estão consignados no código de contratação pública. Importa, contudo, ressalvar que tem havido da parte da Câmara Municipal, ao longo dos anos, uma orientação clara no sentido de, não deixando de cumprir escrupulosamente o que a lei determina, fazer incidir com maior acuidade a inserção de publicidade, quer a obrigatória quer a institucional, nos órgãos de comunicação locais e regionais, reservando os nacionais de maior prestígio ou maior tiragem para os casos em que tal é obrigatório ou conveniente, por diferentes ou diversas razões. Do mesmo modo, é com ambas as rádios locais que a autarquia contratualiza a passagem de spots publicitários.
Já no que respeita aos spots televisivos, o critério tem sido o de escolher o canal que apresentar uma melhor relação custo/beneficio, em função dos objectivos que se pretendem atingir.
À sua consideração.
Madalena Silva - Chefe de Gabinete»
Ora se durante este tempo, o «Comércio» apenas recebeu publicidade que perfez um total de 900 euros, se é o mais antigo em publicação dos três jornais do concelho, se é semanário e se nunca foi contactado para apresentar preços com vista a uma comparação com outros, então qual é o critério de escolha da Câmara Municipal do Seixal»?
É caso para perguntar quem é que anda a receber o dinheiro gasto pela Câmara Municipal do Seixal na sua inserção de publicidade, quer a obrigatória quer a institucional, nos órgãos de comunicação locais e regionais?
Mas será mesmo necessário perguntar?
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Viva Espanha!!
Os habitantes de Valença mostraram o descontentamento com o encerramento do serviço de urgências local exibindo bandeiras espanholas pela localidade, em sinal de agradecimento à Câmara Municipal de Tui, situada do outro lado da fronteira, a apenas um quilómetro de distância, na Galiza, Espanha, cujo presidente disponibilizou os serviços de saúde locais para atender os valencianos.
Além deste protesto, foram várias as formas de luta, como vigílias no Centro de Saúde e marchas lentas.
O CDS, o BE e muito mais o PCP, têm-se desdobrado em comunicados, declarações e protestos sobre o assunto, mas mesmo assim acho que uma vigília com os representantes nacionais dos partidos da oposição teria também muita força.
Se bem que a situação destas pessoas seja muito pior do que a enfrentada pelos utentes do Centro de Saúde do Seixal quando encerrou o SAP, não posso deixar de reflectir sobre a diferença na forma dos protestos aqui e lá.
No Seixal, uma vigília com velas até às 23h00 e uma recolha de assinaturas, parece-me pouco mais que um acto político.
No entanto, o que está em causa com isto é a falta de vergonha de um Governo que encerra um serviço essencial e espera que os doentes se desloquem mais de trinta quilómetros para obterem um direito que está na Constituição.
Além deste protesto, foram várias as formas de luta, como vigílias no Centro de Saúde e marchas lentas.
O CDS, o BE e muito mais o PCP, têm-se desdobrado em comunicados, declarações e protestos sobre o assunto, mas mesmo assim acho que uma vigília com os representantes nacionais dos partidos da oposição teria também muita força.
Se bem que a situação destas pessoas seja muito pior do que a enfrentada pelos utentes do Centro de Saúde do Seixal quando encerrou o SAP, não posso deixar de reflectir sobre a diferença na forma dos protestos aqui e lá.
No Seixal, uma vigília com velas até às 23h00 e uma recolha de assinaturas, parece-me pouco mais que um acto político.
No entanto, o que está em causa com isto é a falta de vergonha de um Governo que encerra um serviço essencial e espera que os doentes se desloquem mais de trinta quilómetros para obterem um direito que está na Constituição.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Agentes blogosféricos e a comunicação social no Seixal
Andando a pesquisar pela Internet coisas sobre o «Comércio do Seixal» fui voltar um post colocado no blogue Aldeia de Paio Pires, a 22 de Fevereiro de 2009.
Rezava esta pérola o seguinte:
EDP, Estradas de Portugal e Comércio do Seixal ao serviço do PS
O PS não olha a meios para atingir os seus mesquinhos interesses. Na semana passada o incompetente ministro da economia Manuel Pinho o tal que já anunciou o fim da crise algumas vezes, deslocou-se a Aljustrel de modo a ajudar na campanha autárquica do PS local, num evento organizado pelo Governador Civil de Beja, o que demonstra desde logo o aproveitamento que o PS faz de lugares que deveriam estar equidistantes de lutas partidárias.
(... para não chatear com tão bela retórica?)
O governo do PS exigiu às concessionárias das auto-estradas cerca de 4 milhões de euros de modo a que a empresa do estado Estradas de Portugal, possa fazer publicidade ao PS. Assim não é de admirar que jornais como o Comercio do Seixal sejam sustentados por publicidade das Estradas de Portugal, dá muito jeito em altura de eleições. A imagem que têm neste post é uma página de publicidade do Comércio do Seixal, das Estradas de Portugal. Desta forma podemos ver que o governo pode interferir em algumas empresas, é pena que não o faça para defender os interesses das pessoas, mas sim os interesses do PS.
De chorar. Este post levou-me a apresentar uma queixa na ERC contra o blogue, e «ai Jesus que nos estão a tentar calar, que vem a PIDE mascarada de jornal!!!).
Mas o que me leva a mais um dos meus desabafos é, mais uma vez, o silencio ensurdecedor deste e outros blogues, sob o "corajoso" anonimato e outros assinados pelos seus reais autores, mas que nem uma palavrinha dizem sobre o facto de a Câmara Municipal do Seixal estar a colocar toda a sua publicidade num único jornal.
Estranho, muito estranho, embora lógico, não sendo necessário ser nenhum génio para adivinhar as razões de tal.
Vamos a ver o que dirão estes defensores da Liberdade, Verdade e Honestidade quando Alfredo Monteiro responder à questão levantada na última sessão de câmara pelos vereadores do PS, para que esclareça os critérios de escolha.
Talvez venham a defender o direito sagrado ao silêncio do seu presidente...
Rezava esta pérola o seguinte:
EDP, Estradas de Portugal e Comércio do Seixal ao serviço do PS
O PS não olha a meios para atingir os seus mesquinhos interesses. Na semana passada o incompetente ministro da economia Manuel Pinho o tal que já anunciou o fim da crise algumas vezes, deslocou-se a Aljustrel de modo a ajudar na campanha autárquica do PS local, num evento organizado pelo Governador Civil de Beja, o que demonstra desde logo o aproveitamento que o PS faz de lugares que deveriam estar equidistantes de lutas partidárias.
(... para não chatear com tão bela retórica?)
O governo do PS exigiu às concessionárias das auto-estradas cerca de 4 milhões de euros de modo a que a empresa do estado Estradas de Portugal, possa fazer publicidade ao PS. Assim não é de admirar que jornais como o Comercio do Seixal sejam sustentados por publicidade das Estradas de Portugal, dá muito jeito em altura de eleições. A imagem que têm neste post é uma página de publicidade do Comércio do Seixal, das Estradas de Portugal. Desta forma podemos ver que o governo pode interferir em algumas empresas, é pena que não o faça para defender os interesses das pessoas, mas sim os interesses do PS.
De chorar. Este post levou-me a apresentar uma queixa na ERC contra o blogue, e «ai Jesus que nos estão a tentar calar, que vem a PIDE mascarada de jornal!!!).
Mas o que me leva a mais um dos meus desabafos é, mais uma vez, o silencio ensurdecedor deste e outros blogues, sob o "corajoso" anonimato e outros assinados pelos seus reais autores, mas que nem uma palavrinha dizem sobre o facto de a Câmara Municipal do Seixal estar a colocar toda a sua publicidade num único jornal.
Estranho, muito estranho, embora lógico, não sendo necessário ser nenhum génio para adivinhar as razões de tal.
Vamos a ver o que dirão estes defensores da Liberdade, Verdade e Honestidade quando Alfredo Monteiro responder à questão levantada na última sessão de câmara pelos vereadores do PS, para que esclareça os critérios de escolha.
Talvez venham a defender o direito sagrado ao silêncio do seu presidente...
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