quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Com ou sem véu

O Senado francês aprovou nesta terça-feira por 246 a favor e um contra a lei que proíbe o uso em lugares públicos de véus islâmicos que cubram total ou parcialmente o rosto da mulher.

A lei estabelece que a mulher que usar o niqab (véu que deixa apenas os olhos de fora) ou a burca (que cobre os olhos com uma espécie de rede) estará sujeita a uma multa de 150 euros e poderá ser obrigada a fazerem um curso de cidadania francesa.
Os homens que obrigarem as mulheres a utilizar esses véus podem ser condenados a multas de 30 mil euros e a penas de até um ano de prisão.
O argumento utilizado é que se trata de respeito aos «princípios republicanos».

Para mim, esta questão tem dois aspectos.
Por um lado, um país terá o seu o direito de proibir algo que considere ofensivo à sua moral ou religião. Afinal, não o fazem os países muçulmanos, exigindo códigos de vestuário mesmo aos estrangeiros, em especial as mulheres? E quem viaja ou trabalha lá não tem de obedecer no uso de véus, lenços ou afins?

Por outro lado, todos, e mesmo todos, devem ter o seu direito a usar o que pretendem, em especial quando em nome de uma religião. Afinal, não é um véu menos chocante do que alguns indivíduos que se desfeiam, para serem diferentes, com alterações corporais ou vestuário? Se esses podem marcar a sua diferença e as suas crenças, porque não o podem fazer as mulheres muçulmanas com os seus véus?

E não será isto um primeiro passo para outras proibições religiosas e até políticas?
A perseguição aos judeus começou por bem menos...

3 comentários:

Anónimo disse...

Carta Aberta aos srs. Vereadores do PS na CMS

Tiveram os srs. drs., mais uma vez, ao arrepio da legislação portuguesa - usando o sistema informático da Câmara Municipal e os endereços electrónicos dos funcionários desta casa – e talvez a partir de um qualquer dos prodigiosos “Magalhães” , a ousadia de tentar com o veneno que vos enche a boca, envenenar as relações de trabalho que envolve os eleitos com a legitimidade expressa através do voto recente e os funcionários nos quais se incluem, provavelmente, muitos eleitores do PS bem como de outras opções políticas.

Sem me perder no labirinto do vosso raciocínio intolerante, faccioso e hipócrita, na apreciação que fazem a uma obra sem paralelo, pensada, projectada por técnicos municipais, executada por trabalhadores qualificados e honrados que deram o melhor que de si têm, e realizada para servir qualificadamente melhor os seus cidadãos - porque convosco é simplesmente perder tempo - quero abordar apenas um aspecto da vossa tentativa, por certo falhada, de minar, não só as excelentes relações que envolvem os trabalhadores e os eleitos, como também de untuosamente denegrir a imagem, prestigio e respeito que nos merecem todos aqueles que lutam diariamente, não temem nem vergam, perante disfarçados descendentes dos algozes de triste memória, que durante longos anos atormentaram, injustificadamente e sem razão o povo português.

Pois meus caros srs. drs. Vereadores do PS, ao contrário do que dizem, os trabalhadores, não só têm o direito de fazer greves, como também o dever de nelas participar activamente, porque razões e motivos de sobra não faltam e estão aos olhos de todos quantos querem ver.

Sabem, srs. drs., os trabalhadores, em particular e no caso os funcionários públicos deste país, têm a barriga vazia bem como todos os que deles dependem, bem ao contrário dos srs. que pelos vistos a têm cheia. Estes funcionários, são do PS, do PCP, do PSD, do CDS/PP, do Bloco e sem dúvida de outros partidos com maior ou menor representação na sociedade portuguesa.

Estes funcionários, militantes activos ou menos activos na procura de melhores condições de vida para si, para os seus, e por consequência para todos os cidadãos, têm memória, não esquecem e mantêm viva a chama que alimenta a luta de todos os dias contra as políticas que o vosso partido, o PS e o PSD, sozinhos ou coligados com o CDS/PP desenvolvem há mais de 30 anos em Portugal.

Anónimo disse...

Razões e motivos meus caros srs. para exercer um direito e executar um dever de fazer greve no dia 20, residem na precariedade do emprego, na falta de emprego para centenas de milhar de trabalhadores deste País;

Razões e motivos meus caros srs. para exercer um direito e executar um dever de fazer greve no dia 20, estão nas vossas continuadas políticas de ataque aos nossos direitos no ensino, na educação e na Saúde;

Razões e motivos meus caros srs. para exercer um direito e executar um dever de fazer greve no dia 20, estão nas mitigadas pensões – de miséria e humilhantes - que os nossos aposentados e reformados recebem como “compensação” de uma longa vida de trabalho que pretendia apenas, contribuir para o engrandecimento do País;

Razões e motivos meus caros srs. para exercer um direito e executar um dever de fazer greve no dia 20, estão na provocação que vocês, srs. drs. nos fazem, diariamente, com as vossas insinuações e torpe manhosice;

Razões e motivos meus caros srs. para exercer um direito e executar um dever de fazer greve no dia 20, residem na urgência e imperiosa necessidade de correr com os outros srs. drs. deste governo do PS, bem como dos outros anteriores do PS, do PSD, sozinhos ou acompanhados com o CDS/PP;

Razões e motivos meus caros srs. – finalmente, porque a carta já vai longe - para exercer um direito e executar um dever de fazer greve no dia 20, é no mesmo pacote e mesma oportunidade, correr também com os srs. drs. vereadores do PS na CMS, que nos ofendem diariamente, com a sua presença e linguagem nesta Câmara, neste Município de Abril.

Por isso, meus srs. drs., razões e motivos para encarar as greves como um direito mas acima de tudo como um dever, só pecam por defeito.

No dia 20, os trabalhadores das autarquias deste País darão, sem dúvida, prova deste entendimento da vida, da luta sem tréguas que urge intensificar contra vocês srs. drs. do PS e quejandos.

Maria do Carmo disse...

Caro Comentador, agradeço a sua visita e o seu comentário, só é de lamentar que num concelho dito democrático e de Abril, não assine aquilo que diz.
Mas para não pensar outras coisas, garanto-lhe que estou solidária para com as greves (quaisquer que sejam) na luta justa por mais direitos (sejam também eles quais forem: melhores ordenados ou progressão na carreira).