Quando pensamos que no séc. XXI atingimos a perfeição (ou quase) da humanidade, com todas as tecnologias disponíveis e com toda a informação que está ao alcance de um dedo, ainda há coisas que nos surpreendem.
Ontem, durante uma saída de tarde para tirar umas fotos deparei-me com duas situações interessantes e que não posso deixar de falar aqui.
Em plena Avenida Carlos Oliveira, na Arrentela, passeava calmamente um cavalo pela zona arrelvada junto à Quinta do Falcão. Atravessou inclusive a estrada, fazendo os carros e as pessoas pararem em pasmo. Depois, calmamente, seguiu de novo para a zona de mato e por ali ficou.
Um cavalo a passear calmamente numa zona de prédios aqui no concelho ainda me arranca sorrisos.
Depois, mantendo a mesma linha de pensamento, poderíamos ter a certeza que neste ano de 2010 as mentalidades dos mais jovens seriam diferentes, mais abertas, menos racistas ou homofóbicas.
Mas pelos vistos não.
Um pouco mais tarde, junto à biblioteca municipal, um casal de jovens de cerca de 16 anos, bem apessoados, discutia de forma acesa sobre se entravam ou não. Ela dizia que não queria, ele que sim. Entre frases repetidas em alta voz, eis que escapa ao rapaz um «Cala-te ou levas um chapadão!!». E ela calou-se. Não vi se entrou, porque fiquei com as entranhas em fogo e preferi arrancar com o carro.
Afinal, nesta época de desenvolvimento, parece que a educação e a igualdade entre géneros ainda é algo que não passa do papel e as mulheres, depois de tanto soutien queimado, ainda se calam à ameaça do «Levas um chapadão».
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