sábado, 16 de outubro de 2010

A crise em plano inclinado

Hoje, em Plano Inclinado da Sic Noticias com Mário Crespo e com os convidados Tiago Calado, Medina Carreira e João Cantigas Esteves. Não vi do início mas acho que isto sumariza o que ali foi dito e aquilo com o que qualquer português com alguma inteligência concorda.
Tiago Calado referiu que a nova geração sofreu uma lavagem ao cérebro e pretende apenas ter estabilidade e trabalhar como funcionário público porque não foi ensinado a trabalhar e a esforçar-se para obter o que quer.
O Estado premeia quem não faz nada e vive de rendimentos e de subsídios, porque quem produz riqueza é tido como mal visto e por isso sofre na pele os aumentos e tem de pagar pela educação e pela saúde ao passo que quem vive de subsídios tem direito a casas à borla, saúde e educação. Mas depois fazem-se fortunas colossais com as parcerias publico privadas PPP que violam todas as regras do mercado. Se correr mal o Estado paga se correr bem ganho imenso.
O aumento dos impostos vai levar simplesmente a uma perda fiscal porque as famílias e as micro-empresas não vão ter capacidade para pagar e vão deixar de o fazer ou, no caso das micro e pequenas empresas, vão fechar. Diminui-se apenas a capacidade económica do país.
Será inevitável que venha o MFI e quanto antes, porque senão vamos levar um orçamento e vamos ter de sofrer mais tarde com a sua intervenção porque este orçamento não levará a nada.
Este primeiro-ministro faz uma enorme encenação e temos aqui uma ditadurazinha que até manda na comunicação social
O fim de certos organismos e a restruturação de outros só vai servir para pagar indemnizações a uns e readmiti-los daqui a uns meses.
Medina Carreira diz que não há ninguém com capacidade para liderar o país
Vamos ter um problema com as despesas sociais com a maior gravidade. O país está a saque e qualquer dia até vendem sapatos usados. Nunca pensei que o país pudesse ser dirigido desta maneira.
Há meses que ando a pedir para que chegue alguém à portela de Sacavém porque é preciso uma mão dura e de alguém que não fique cá a viver.
O problema é que a gestão do país está nas mãos de boys que estão no governo, entram como mendigos e saem como milionários.
Não vamos conseguir porque os partidos vão-se embora com o seu dinheiro no bolso no final do mandato e quem cá fica é que vai pagar.
O ataque ao poder é para colocar os amigos e pagar favores
Em 1924 foram buscar o Salazar porque o país estava na falência, e porque havia vergonha na cara.
E os partidos já não falam porque até o Passos Correia fugiu da reunião.
Vão reformular organismos públicos mas isso vai ser uma confusão porque ninguém vai saber quem são os chefes e não vão mandar ninguém embora, só vão remexer nas coisas. Isso é uma falsa questão e é uma mentira que não vai ajudar em nada a diminuição da despesa.

João Cantigas Esteves refere que a evolução da divida publica duplicou de 1999 para 2008 antes da crise no sector municipal e publico privado e nesse ano ainda nem se falava de crise.
Deve ser revisto o conceito de crime para o Estado para certas situações.
Toma-se um conjunto de medidas insinuando que as alternativas são piores e por isso nunca haverá uma alteração de fundo nesta gestão medíocre. É preciso rever a relação dos eleitores com os partidos políticos.

Já agora, acrescento eu apenas a opinião de um jornalista do Expresso num dos muitos programas e períodos de reflexão sobre o Orçamento, que dizia que será fácil a Pedro Passos Coelho não aprovar o Orçamento alegando ser contra o aumento dos impostos, levar o país a eleições e quando chegar ao Governo dizer que será preciso aumentar os impostos porque afinal as contas públicas estão pior do que pensavam.

2 comentários:

Emanuel Oliveira Santos disse...

Temos o mundo ao contrário!
Vamos lá ver se entendi... a verba orçamentada para a Saúde desce 13%.... para a Educação desce 11%... o orçamento da Assembleia da República desce 1% !!! As classes em que a redução dos benefícios fiscais é mais penalizadora são as de menor rendimento!!
Mas sou eu.... ou este senhor ministro anda a fazer as coisas ao contrário!?

Maria do Carmo disse...

Caro Emanuel, creio que se chama a isso a defesa do tacho.

Parece-me que uma parte da receita do Estado foi gasta a comprar uns óculos com graduação errada, que vêem ao perto o que deviam ver ao longe e vice-versa.