E pronto, cá estou eu de volta às minhas lides gastronómicas, porque enfim, uma pessoa também tem de se distrair um bocado destas coisas de PEC, IVA, IRS e afins.
E então lá rumei eu hoje para terras alentejanas de Grândola, onde nesta altura do ano gosto de ir comprar, calculem, abóboras. Isso mesmo, abóboras. Ali mesmo a seguir a Alcácer do Sal, nas bancas que vendem à beira da estrada, costumo ir comprar abóboras e nozes para fazer o meu afamado doce de abóbora. E como este ano já estou a ver que ninguém me vem dar nenhuma porque estão a guardá-las para a sopa recomendada pela ministra da Saúde, achei por bem prover-me a mim mesma.
Lá fui, em passeio, devagarinho para aproveitar a gasolina colocada nas bombas do Jumbo e mais baratinha. E parei onde achei que havia as melhores abóboras. E já agora, uvas, peras, maçãs (é preciso aproveitar a viagem), cebolas, alhos, melancia, pimentos e, claro, abóboras, tudo pela módica quantia de onze euros.
E enquanto falava de almoço com a vendedora, que tal tinha sido a afluência de freguesia este domingo que nem tinha tido tempo de cozinhar um esparguete com tomate e atum, esta falou-me de um restaurante ali perto onde o marido tinha ido buscar o dito.
Antes disso, fiquei ainda a saber que a nora é natural de Arrentela e que ela até costuma vir passear para estas bandas, porque o marido trabalha no Alfeite. O mundo realmente é muito pequeno.
Mas vamos à paparoca.
Ora explicou-me então esta senhora que ali a meia dúzia de metros estava o restaurante «O Cruzamento», nome derivado do local onde ficava antes das obras de acesso à auto-estrada perto de Grândola. E como o restaurante que costumo ir, «As Três Irmãs» fecha ao domingo, aproveitei a deixa.
E em boa hora o fiz.
Parece ser um segredo bem guardado, porque só quem sabe é que lá vai, apesar de estar à beira da estrada, mas tem de se contornar a rotunda de acesso à auto-estrada, voltar para trás e então entrar no local.
Parece segredo mas não é, a julgar pelo número de pessoas que ali estavam já à espera. Mas como eu e a minha mãe ocupamos pouco espaço, foi fácil obter uma mesa.
As especialidades são Jantarinho Alentejano, pataniscas de bacalhau com arroz, carnes e migas com bacalhau assado.
E foi mesmo isso que pedimos. Antes, a vendedora de legumes tinha-nos avisado para pedir meia dose para as duas, mas arriscámos e vai de uma dose. Claro que trouxemos jantar. E por dez euros a dose apenas. Dose servida em duas travessas, uma com bacalhau coberto de azeite, alhos e coentros, desfiado e sem praticamente espinhas, mas com lascas de encher realmente o olho e assado na perfeição. As migas, secas como se chamam, de pão alentejano e rodadas sobre unto, para fazerem quase um bolo. Divinas.
Uma garrafa pequena de vinho de Borba, dois cafés e pão, tudo por 15 euros (mais o recipiente para trazer o jantar).
Um espaço um pouco barulhento, pela sua enorme dimensão, mas com duas salas mesmo que chegue com grupo grande em plena hora de almoço, não terá muito tempo de espera. E se tiver, pode sempre esperar numa salinha onde se vende artesanato e mel do Alentejo. Portanto, não perde nada.
E engraçado era ver as pessoas que, tal como nós, arriscaram a pedir uma dose, e levaram o tal restinho para o jantar ou alguns ossinhos para o cão. É que os tempos andam mesmo difíceis.
Uma ultima nota: o restaurante fechou hoje para férias e abre a 5 de Novembro.
2 comentários:
BLOQUEIO A CUBA
Para se compreender melhor este assunto realiza-se amanhã, sexta-feira, dia 22 de Outubro pelas 21 horas, um Encontro no Centro Cultural e Desportivo das Paivas, promovido pela Associação Portuguesa José Marti, contando com a presença do Senhor Embaixador de Cuba, sendo a participação aberta a toda a população que deseje conhecer melhor as dificuldades impostas a Cuba por um bloqueio injusto, cruel e criminoso.
Adoraria ir, até pela simpatia que o embaixador e a segunda-secretária têm demonstrado pela equipa do «Comércio», mas hoje, à mesma hora, vai decorrer a entrega de prémios aos melhores alunos do Agrupamento António Louro, e o meu afilhado está entre os primeiros.
E esta é uma cerimónia que não posso mesmo perder.
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