quinta-feira, 19 de agosto de 2010

«Porque no te calas?!»

Quando um Governo não consegue resolver uma situação, quem são os primeiros a ser censurados?
A Comunicação Social, claro.
Em Portugal, José Sócrates atacou televisões, jornais e jornalistas quando achou que as coisas andavam a dar para o torto. E neste Jardim à beira mar plantado, alguns conhecidos tiranetes tentam fazer localmente o mesmo, quando as noticias não lhes agradam.
De fora vêm também os exemplos como o de Hugo Chavez.
Incapaz de terminar com a crescente violência no país, então a solução é: proibir durante um mês essas imagens, numa decisão do Tribunal de Mediação e Proteção de Crianças e Adolescentes após um pedido do Ministério Público, onde se refere que «os jornais venezuelanos devem abster-se de publicar imagens violentas, sangrentas ou grotescas que fragilizem a integridade psíquica e moral dos jovens venezuelanos».
Para o presidente, mostrar essas imagens é «pornografia» e pretende com essa proibição «defender a juventude do país». No cerne da questão estão fotos publicadas por dois jornais, de corpos seminus ou totalmente nus, ensanguentados e amontoados nas mesas da morgue, publicadas na sexta-feira pelo "El Nacional" e na segunda-feira pelo "Tal Cual".
Isto depois da Comissão de Defesa da Assembleia Nacional da Venezuela confirmar que no país existem entre 8 a 10 milhões de armas ilegais. E quando vão decorrer as eleições legislativas em Setembro.
Pelos vistos, imagens de mortos numa edição de um jornal perturbam mais «a integridade psicológica e moral dos jovens venezuelanos» do que uma taxa média de 48 homicídios por cada 100 mil habitantes, uma das mais altas da região, registada desde 2008.
Em Caracas, há cerca de 50 mortes violentas a cada fim-de.semana e em todo o país registaram-se 16.000 assassinatos em 2009, segundo dados extraoficiais.
O governo Chávez não divulga números sobre a violência na Venezuela há anos, sendo a  imprensa que apresenta todas as semanas estatísticas baseando-se na quantidade de corpos que chegam às morgues.

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